Roland Garros começa nesta semana e, ao contrário do que aconteceu nas duas últimas décadas, não tem um favorito claro na chave de simples masculina. O torneio disputado no saibro de Paris é o segundo Grand Slam do calendário profissional e costuma receber atenção especial da torcida brasileira pelos bons resultados dos tenistas do país.
A edição de 2024 de Roland Garros acontece da sexta-feira, 24 de maio, até o dia 9 de junho, domingo em que ocorre a final masculina. E, diferentemente do visto pelo menos desde 2005, é difícil apontar um favorito ou mesmo uma lista que tenha dois ou três tenistas que se destaquem na multidão.
Djokovic e Nadal são incógnitas
O atual campeão e líder do ranking mundial é Novak Djokovic, mas o desempenho do sérvio na atual temporada não enche os olhos. Nole caiu diante do italiano Jannik Sinner nas semifinais do Aberto da Austrália, primeiro Slam do ano, e não foi bem nos dois torneios de saibro: perdeu para o norueguês Casper Ruud na semifinal do Masters 1000 de Monte Carlo e para o chileno Alejandro Tabilo na terceira rodada do Masters 1000 de Roma.
E o que dizer do tetradecacampeão da competição? Isso mesmo, Rafael Nadal é dono de 14 exemplares da Copa dos Mosqueteiros. A cada vez que o Touro Miúra entra em quadra, pode ser uma das últimas. O espanhol esteve afastado das quadras durante quase todo o ano passado, e em 2024 esteve presente em apenas quatro torneios, tendo como melhor resultado as quartas de final em Brisbane, em janeiro.
Tudo aponta para que seja a última participação de Nadal em Roland Garros, e os resultados recentes não animam, mas não convém duvidar de quem já deu a volta por cima outras vezes.
Confira as últimas 10 finais masculinas de Roland Garros em simples
ANO | CAMPEÃO | VICE | RESULTADO |
2014 | Rafael Nadal (ESP) | Novak Djokovic (SER) | 3–6, 7–5, 6–2, 6–4 |
2015 | Stan Wawrinka (SUI) | Novak Djokovic (SER) | 4–6, 6–4, 6–3, 6–4 |
2016 | Novak Djokovic (SER) | Andy Murray (GBR) | 3–6, 6–1, 6–2, 6–4 |
2017 | Rafael Nadal (ESP) | Stan Wawrinka (SUI) | 6–2, 6–3, 6–1 |
2018 | Rafael Nadal (ESP) | Dominic Thiem (AUT) | 6–4, 6–3, 6–2 |
2019 | Rafael Nadal (ESP) | Dominic Thiem (AUT) | 6–3, 5–7, 6–1, 6–1 |
2020 | Rafael Nadal (ESP) | Novak Djokovic (SER) | 6–0, 6–2, 7–5 |
2021 | Novak Djokovic (SER) | Stefanos Tsitsipas (GRE) | 6–7(6–8), 2–6, 6–3, 6–2, 6–4 |
2022 | Rafael Nadal (ESP) | Casper Ruud (NOR) | 6–3, 6–3, 6–0 |
2023 | Novak Djokovic (SER) | Casper Ruud (NOR) | 7–6(7–1), 6–3, 7–5 |
Sinner e Alcaraz merecem atenção especial
Entre os jovens tenistas, quem mais vem empolgando há algum tempo são Jannik Sinner, vice-líder do ranking da ATP, e Carlos Alcaraz, terceiro na lista. O italiano venceu o único Grand Slam do ano até agora, na Austrália, além de ter sido campeão também no ATP 500 de Roterdã e no Masters 1000 de Miami. Contudo, a desistência por lesão no quadril antes das quartas de final do Masters 1000 de Madri ligou o sinal de alerta.
Alcaraz, por sua vez, ganhou “apenas” o Masters 1000 de Indian Wells. Na terra batida antes de Roland Garros, só jogou em Madri, diante de sua torcida, e perdeu para Andrey Rublev nas quartas de final.
Esses dois jovens, aliás, ameaçam a liderança de Djokovic no ranking. Sinner está a pouco mais de 1.000 pontos do sérvio e defende apenas uma ida a segunda rodada no torneio parisiense em 2023. Já Carlitos chegou até as semifinais na última edição e tem 2.500 pontos a menos que Djoko.
Brasileiros podem surpreender em Roland Garros?
Para os brasileiros, a gira de saibro foi animadora. Ainda é fora da realidade almejar um campeão como Gustavo Kuerten, tri de Roland Garros em 1997, 2000 e 2001, ou mesmo as semifinais de Fernando Meligeni em 1999, mas a torcida pode sonhar com algumas vitórias de Thiago Wild, atual 58 do mundo, e Thiago Monteiro, que voltou ao top-100 do ranking, em 85º lugar, com a chegada às oitavas de final em Roma. Antes disso, Monteiro tinha ido à terceira rodada em Madri, com direito a uma vitória sobre Stefanos Tsitsipas, que já fez final em Roland Garros em 2021.
A expectativa e a pressão sobre Bia Haddad
Se há alguma expectativa para os brasileiros na chave masculina de Roland Garros, na feminina a torcida está de olho mais uma vez em Beatriz Haddad Maia. Bia encantou ao chegar às semifinais em 2023 com um tênis bem jogado e que só parou diante da número 1 do mundo e tricampeã Iga Swiatek.
Porém, o resultado do ano passado ao mesmo tempo em que anima para 2024, traz bastante pressão. A paulista de 27 anos vem em 14º lugar na WTA e corre o risco de deixar o top 20 se não for bem em Paris em 2024.
O favoritismo entre as mulheres continua com Swiatek, “dona” do circuito feminino em simples, principalmente quando o jogo é na terra batida. Nos dois torneios mais importantes antes de Roland Garros, os WTA 1000 de Madri e Roma, a polonesa derrotou sua grande rival atualmente e campeã do Aberto da Austrália, Aryna Sabalenka, vice-líder do ranking mundial feminino.
Confira as últimas 10 finais femininas de Roland Garros em simples
ANO | CAMPEÃ | VICE | RESULTADO |
2014 | Maria Sharapova (RUS) | Simona Halep (ROM) | 6–4, 6–7(5–7), 6–4 |
2015 | Serena Williams (EUA) | Lucie Šafářová (RTC) | 6–3, 6–7(2–7), 6–2 |
2016 | Garbiñe Muguruza (ESP) | Serena Williams (EUA) | 7–5, 6–4 |
2017 | Jeļena Ostapenko (LET) | Simona Halep (ROM) | 4–6, 6–4, 6–3 |
2018 | Simona Halep (ROM) | Sloane Stephens (EUA) | 3–6, 6–4, 6–1 |
2019 | Ashleigh Barty (RTC) | Markéta Vondroušová (RTC) | 6–1, 6–3 |
2020 | Iga Świątek (POL) | Sofia Kenin (EUA) | 6–4, 6–1 |
2021 | Barbora Krejčíková (RTC) | Anastasia Pavlyuchenkova (RUS) | 6–1, 2–6, 6–4 |
2022 | Iga Świątek (POL) | Coco Gauff (EUA) | 6–1, 6–3 |
2023 | Iga Świątek (POL) | Karolína Muchová (RTC) | 6–2, 5–7, 6–4 |
Duplistas brasileiros também podem ir bem em Roland Garros
Para o Brasil, há esperança de bons resultados também nas duplas. Embora já não esteja no auge, Marcelo Melo é sempre um tenista a ser levado em conta, e o mineiro já conhece o caminho do título de Roland Garros — foi campeão em 2015 ao lado do croata Ivan Dodig.
Também entre os homens está Rafael Matos, enquanto no feminino a esperança de bons resultados está nas raquetes de Bia Maia e de Luísa Stefani, atual décima colocada do ranking.
Onde assistir a Roland Garros 2024?
Desde 2023, a ESPN tem exclusividade dos direitos de transmissão de Roland Garros para o Brasil. A emissora disponibiliza alguns jogos em seu sinal na TV fechada e passa todas as partidas em sua plataforma online Star Plus.