O Brasil nos últimos anos tem sido referência no surfe masculino. Nomes como Gabriel Medina, Filipe Toledo e Adriano de Souza se sagraram campeões mundiais da modalidade e são os membros mais conhecidos da “Brazilian Storm. No entanto, do lado feminino também temos nomes de peso disputando a WSL, e um deles é Tatiana Weston-Webb.
Leia o texto a seguir e conheça aquela que é uma das figuras mais interessantes do surfe atualmente. Vamos explorar a biografia da atleta, algumas de suas conquistas no esporte e curiosidades do seu período com uma prancha.
O início de Tatiana Weston-Webb no surfe
Tatiana Guimarães Weston-Webb nasceu no Rio Grande do Sul em 1996. No entanto, quando pequena foi morar no Havaí, estado norte americano. Sua mãe é uma bodyboarder brasileira e seu pai é um ex-surfista inglês.
Com isso, não é difícil entender o porquê Tatiana se apaixonou pelo esporte, afinal, ele está no DNA da família. Segundo a própria surfista em entrevista dada ao site da UOL: “Minha primeira lembrança com o surfe é de quando era bem pequenininha. Tinha uns dois aninhos e meu pai já me empurrava na prancha. Lembro que era uma prancha laranja bem grande. Desde esse momento, amei o sentimento do surfe”.
A partir disso, aos oito anos de idade, passou a praticar sozinha e também iniciou sua trajetória em torneios internacionais.
De início, a atleta menciona que não levava muito a sério os resultados. No entanto, com o passar do tempo, Webb foi criando gosto pela competição e as suas performances começaram a melhorar e ela foi subindo na escala do esporte.
Filmografia
Uma das grandes curiosidades sobre Tatiana é que ela já esteve presente em um filme chamado Soul Surfer. Nele, a atleta é a dublê de AnnaSophia Robb, que interpreta Bethany Hamilton. Bethany é uma surfista da vida real que foi atacada por um tubarão e perdeu um dos seus braços.
Embora esse fato não esteja ligado ao esporte profissional, vale uma menção. Segundo o próprio site da WSL, a brasileira é fã de Hamilton e trabalhar com ela serviu para que pudesse se fortalecer ainda mais.
Crescimento na carreira
Em 2013, já foi possível notar a evolução que Tatiana tinha tido com a prancha em seus pés. No período, alguns de torneios que conquistou incluem:
- ASP World Junior Championships;
- ISA World Junior Champs;
- Surfing America Championships;
Somado a isso, em 2015 conquistou a primeira posição na WSL Qualifying Series. E no mesmo ano, aliás, faria a sua estreia no circuito profissional. Algo que a colocaria no mapa do surfe de vez.
Trajetória de Tatiana Weston-Webb na WSL
Desde que entrou no Tour, a surfista mostrou que tinha talento. Isso foi algo percebido logo no primeiro ano. Ficou em sétimo lugar na classificação geral e, ainda por cima, chegou até a final da etapa da França, quando acabou perdendo para Tyler Wright.
Logo no ano seguinte, 2016, teria um dos momentos mais marcantes de toda a sua carreira. Em Huntington Beach, nos EUA, venceu a primeira etapa da WSL em toda a sua carreira. A final foi contra Malia Manuel, outra surfista do Havaí. Seria a primeira vitória de quatro ao todo que a brasileira possui, as outras são:
- Margaret River (2021);
- Supertubos (2022);
- Jeffreys Bay (2022).
Briga por campeonato
É preciso destacar também que o seu melhor ano, no geral, foi em 2021. Na ocasião, acabou o campeonato na segunda colocação atrás de Carissa Moore e marcou 34.715 pontos.
Esse seria o mais próximo que Tatiana conseguiria de ser campeã até os dias de hoje. No entanto, por ter ainda 28 anos, é uma possibilidade ainda bem real que se torne campeã do mundo pelo Brasil antes do final da sua jornada.
Além do mais, mesmo que não chegue a vencê-lo e, independente do que aconteça no futuro, Webb terá marcado seu nome no surfe brasileiro. Sua história certamente pode influenciar outras garotas a se aventurar dentro da modalidade.
Relacionamentos
Além disso, vale destacar que a Tatiana também tem ligações com o surfe no seu casamento. A atleta namorou o atleta brasileiro Jessé Mendes por dez anos e, em 2023, eles se casaram em Santa Catarina.
Jessé é nascido no Guarujá, em São Paulo, e também competiu no surfe profissional pelo Brasil. Teve bons resultados, é verdade, mas não chegou a se destacar da mesma forma que outros nomes do país.
Todavia, é possível que ele tenha sido influente em uma decisão que mudaria para sempre a vida de sua esposa e do surfe feminino. Afinal, ele era mais um brasileiro presente na vida da esportista.
A mudança de nacionalidade de Tatiana Weston-Webb
Tatiana representava o Havaí internacionalmente, inclusive nas divisões inferiores do surfe, A atleta mudou de nacionalidade apenas em 2018. De acordo com ela, “O Brasil possui uma grande parte do meu coração. Tenho família, amigos e um grande apoio lá. É um lugar onde sempre me senti em casa…”
Com isso, sua chance de disputar torneios maiores também aumentou. Em 2020, disputou as Olimpíadas de Tóquio como brasileira e, em 2023, teve participação nos Pan-Americanos de Santiago, quando, por sinal, foi medalhista de ouro.
Olimpíada de 2024
Falando em grandes eventos, o foco principal da surfista agora é justamente os Jogos de Paris.
Weston-Webb estará ao lado de Luana da Silva, Tainá Hinckel, João Chianca, Filipe Toledo e Gabriel Medina representando o Brasil. Ela estará na quarta da primeira fase ao lado de Caitlin Simmers (EUA) e Molly Picklun (AUS).
Embora não seja tida como uma das favoritas, não resta dúvidas que a havaiana naturalizada brasileira é a que mais tem chance de ganhar medalhas entre as nossas surfistas.
Afinal, é a que mais possui experiência em eventos internacionais e a que está em melhor fase da carreira. Luana e Tainá, embora possam surpreender, ainda são consideradas promessas, logo, a expectativa em cima delas é menor.
Vale lembrar que o torneio de surfe será realizado entre os dias 27 de julho e 5 de agosto.
