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Regras da Vela: entenda como funciona a competição

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A vela, outrora chamada de iatismo até os anos 2000, é uma das modalidades mais tradicionais dos Jogos Olímpicos, tendo sido parte integrante do programa da competição desde a primeira edição dos Jogos da Era Moderna, em Atenas 1896. No entanto, as provas naquele ano foram canceladas devido ao mau tempo, iniciando-se de fato em Paris 1900.

As condições climáticas influenciam e interferem diretamente no esporte. Portanto, as regatas de vela podem ser adiadas ou canceladas devido à falta de vento. Assim, já houveram edições dos Jogos Olímpicos que não contaram com a disputa dos velejadores devido ao tempo.

As competições olímpicas de vela são realizadas em diversas classes de barcos, com regras específicas e influenciadas por condições climáticas. Dessa maneira, a vela exige habilidades técnicas, estratégicas e físicas dos atletas, tornando-se uma das modalidades mais desafiadoras e emocionantes dos Jogos Olímpicos de Verão.

Conheça as regras da vela.

Quais são as regras da vela?

A vela consiste em navegar um barco utilizando exclusivamente a força dos ventos. Desse modo, a capacidade de lidar com condições em constante alteração demanda grande habilidade e experiência por parte dos atletas. Nas competições olímpicas, são aplicadas as regras da Federação Internacional de Vela, a World Sailing.

De forma geral, a vela envolve mover a embarcação aproveitando apenas a energia dos ventos. Dessa maneira, corridas de barcos, onde todos os competidores partem e percorrem o trajeto juntos compõem o evento.

O ambiente ideal para a prática da vela é amplo e aberto, sendo o mar um dos locais mais apropriados e comumente utilizados. Além disso, as competições são categorizadas de acordo com os critérios:

  1. O número de tripulantes a bordo;
  2. a configuração da mastreação;
  3. E o número de velas empregadas. 

Todas as embarcações de uma mesma classe devem ter dimensões idênticas, garantindo que o resultado dependa exclusivamente do talento e da estratégia dos velejadores.

Regatas

Cada “partida” da vela é denominada regata. Ao término de cada regata, pontos são atribuídos com base na posição de chegada da embarcação. As competições olímpicas de vela consistem em 10 a 12 regatas, variando de acordo com a classe. 

Fatores climáticos

Além do vento, diversos fatores climáticos influenciam as provas, como chuva, ondas e marés. Existem regras específicas para realizar ultrapassagens, relacionadas ao vento.

Corrida da Medalha

Os dez finalistas concorrem na “Corrida da Medalha” (do inglês, “Medal Race”). Como o nome sugere, frequentemente é a corrida que decide as medalhas no final de um Campeonato Mundial de Vela e conta com pontuação dobrada. 

Além disso, com aproximadamente metade do comprimento usual da corrida, é curta, intensa, frequentemente decisiva e uma corrida obrigatória para os 10 primeiros barcos, onde todos estão rápidos.

Dois barcos da organização determinam o percurso ao se posicionarem em posições paralelas, criando uma linha imaginária de largada para cada regata. Boias marcam os trajetos na área de regata. 

Em um esporte onde o vento é o combustível essencial para impulsionar o barco, aquele que melhor se adapta às condições climáticas e de navegação é quem sai vitorioso.

Quais são as classes da vela?

Os Jogos de Paris 2024 apresentarão dez classes: Laser, Laser Radial, 49er, 49erFx e Nacra 17, mantidas de Tóquio, e as novas Fórmula Kite (masculino e feminino), IQFoils (masculino e feminino) e 470 mista. Além disso, as classes são definidas pelos tipos de barco, vela e outras especificidades.

Como a vela chegou aos Jogos Olímpicos?

Jogos Olímpicos da Era Moderna

A vela, outrora chamada de iatismo até os anos 2000, é uma das modalidades mais tradicionais dos Jogos Olímpicos, tendo sido parte integrante do programa da competição desde a primeira edição dos Jogos da Era Moderna, em Atenas 1896. No entanto, as provas naquele ano foram canceladas devido ao mau tempo, iniciando-se de fato em Paris 1900.

Vela no Brasil

A vela chegou ao Brasil no final do século XIX por meio de descendentes de europeus. Além disso, a fundação do Iate Clube Brasileiro marcou o pioneirismo do esporte , no Rio de Janeiro, em 1906, embora a primeira competição nacional tenha ocorrido apenas em 1935.

A partir de 2013, a Confederação Brasileira de Vela (CBVela) assumiu o papel de entidade nacional, se tornando assim responsável por gerir a vela no Brasil, em colaboração com as Federações Estaduais de Vela. Dessa maneira, a CBVela representa velejadores, diversas classes de barcos e clubes de vela em todo o país.

Como filiada ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB), a CBVela tem como missão liderar o desenvolvimento de programas e serviços para a comunidade da vela, além de proporcionar suporte para elevar os atletas de alto rendimento ao topo do cenário internacional da vela.

Brasil nas Olimpíadas

O país já conquistou 19 medalhas olímpicas na vela, sendo o esporte que mais contribuiu com medalhas de ouro para o Brasil. Desse modo, nomes como Robert Scheidt, Torben Grael e Martine Grael se destacam como ícones da vela brasileira. 

As mulheres também tiveram uma participação fundamental nessa trajetória. Assim, as brasileiras Fernanda Oliveira e Isabel Swan foram as primeiras medalhistas, garantindo o bronze em Pequim 2008. Mais recentemente, a dupla Martine Grael e Kahena Kunze conquistou o título de bicampeã olímpica (Rio 2016 e Tóquio 2020), sendo já reconhecida como uma das maiores duplas de todos os tempos.

Quem são os medalhistas brasileiros de vela?

A vela é o esporte que mais rendeu ouro para o Brasil na história do esporte. Dessa forma, confira todos os medalhistas da categoria no Brasil:

Ouro

  • Eduardo Penido e Marcos Soares (Moscou 1980)
  • Alexandre Welter e Lars Björkström (Moscou 1980)
  • Robert Scheidt (Atlanta 1996)
  • Marcelo Ferreira e Torben Grael (Atlanta 1996)
  • Robert Scheidt (Atenas 2004)
  • Marcelo Ferreira e Torben Grael (Atenas 2004)
  • Martine Grael e Kahena Kunze (Rio 2016:)
  • Martine Grael e Kahena Kunze (Tóquio 2020)

Prata

  • Torben Grael, Daniel Adler e Ronaldo Senfft (Los Angeles 1984)
  • Robert Scheidt (Sydney 2000)
  • Bruno Prada e Robert Scheidt (Pequim 2008)

Bronze

  • Burkhard Cordes e Reinaldo Conrad (Cidade do México 1968)
  • Peter Ficker e Reinaldo Conrad (Montreal 1976)
  • Torben Grael e Nelson Falcão (Seul 1988)
  • Clinio Freitas e Lars Grael (Seul 1988)
  • Kiko Pelicano e Lars Grael (Atlanta 1996)
  • Marcelo Ferreira e Torben Grael (Sydney 2000)
  • Fernanda Oliveira e Isabel Swan (Pequim 2008)
  • Bruno Prada e Robert Scheidt (Londres 2012)