Futebol? Judô? Ginástica? Nada disso, dois atletas da vela dividem o recorde de maior medalhista olímpico do Brasil: os veteranos Robert Scheidt e Torben Grael. Cada um deles subiu ao pódio cinco vezes em edições diferentes. O patriarca da família Grael está aposentado desde 2011, mas os filhos Martine Grael e Marco Grael mantêm vivo o legado e a tradição da família no esporte.
Marco tem 35 anos e já participou de três Olimpíadas, além de colecionar medalhas e recordes. O rapaz tem o dever de carregar o sobrenome que domina a elite da modalidade há mais de 50 anos.
Não é fácil ser um Grael. São muitas responsabilidades dentro e fora do mar, mas Marco parece não sentir a pressão, principalmente quando está velejando mundo afora.
Prepare-se para conhecer a história e as conquistas de Marco Grael, o rosto da nova geração da vela e herdeiro dos Grael.
Carreira de Marco Grael na vela
Marco nasceu na família mais famosa de velejadores do Brasil. Não tinha como ser diferente: o garoto estava predestinado a seguir os passos do pai e, assim, se tornar um velejador. O destino estava certo porque Marco Grael transformou-se em um grande atleta.
Com a inspiração dentro de casa e a fórmula do sucesso em mãos, o herdeiro escreveu o seu nome na história da modalidade. Um dia, Marco ouviu de um amigo que “um dia ruim velejando ainda assim é melhor do que um dia no escritório”. Desde então, o jovem adotou o lema para relembrar a sua paixão pela vela.
Marco é filho de Andrea Soffiatti e Torben Grael, dois dos maiores ídolos da história da vela. O garoto teve contato com o esporte ainda criança, em Niterói, por influência dos pais.
Em entrevista à AFP, em 2016, o primogênito contou que entrou em competições aos 11 anos. Então, passou a levar o esporte cada vez mais a sério. Consequentemente, conseguiu entender o amor pelo estilo de vida.
O herdeiro participou de campeonatos nacionais e internacionais. Com mais de 20 anos de carreira, as principais conquistas são a medalha de prata no Sul-Americano de 49er em 2013; a medalha de ouro no Pan de Lima em 2019; e o primeiro lugar no Sul-Americano de 49er em 2021 e 2023.
Marco Grael representa o Rio Yacht Club Sailing, no Rio de Janeiro, e o seu treinador é Henry Boening.
Família Grael
Se hoje a vela é um esporte de tradição no Brasil, é porque a família Grael batalhou pelo status. O percursor é o dinamarquês Preben Schmidt. A árvore genealógica mostra que Preben é pai de Margrete, Ingrid e os gêmeos Erik e Axel Schmidt. Os dois últimos, inclusive, seguiram os passos do pai e começaram a praticar vela.
De acordo com o site Olympics, a dupla ganhou três títulos mundiais, além de dois ouros em Jogos Pan-Americanos, uma em 1959 e outra em 1963.
Casada com Dickson Grael, Ingrid deu à luz à Torben e Lars Grael. Os dois são medalhistas olímpicos, mas Torben é recordista com seis triunfos. Em sua prateleira, possui dois ouros (1996 e 2004), uma prata (1984) e dois bronzes (1988 e 2000).
Lars, enquanto isso, tem dois bronzes (1988 e 1996).
Passando para as gerações dos filhos de Torben, Martina acumula dois ouros (2016 e 2020), enquanto Marco ainda busca a primeira medalha olímpica da carreira.
Participações em Olimpíadas
Não basta ter o sobrenome no documento de identidade. Para manter o legado inigualável da família Grael, é necessário somar participações e pódios em Jogos Olímpicos. Dessa maneira, Marco desempenha muito bem a sua função de herdeiro, já que disputou três edições.
Marco estreou no circuito olímpico em 2016, no Rio de Janeiro, ao lado de Gabriel Borges. No skiff masculino pela classe 49er, o filho de Torben assegurou o 11º lugar na classificação geral, com 128.0 pontos e o total de 109.0.
Em Tóquio, disputou novamente na mesma modalidade com Gabriel, mas garantiu a 16ª colocação, sem lugar no pódio.
O atleta competiu também nos Jogos de Paris, em 2024, com Gabriel Simões. No skiff da classe 49er, os brasileiros terminaram em 19º ao fim das provas e não avançaram na competição. Com isso, não há chance de medalha na vela na categoria masculino.
