A história do atletismo já vem de longa data. Sendo uma das modalidades olímpicas mais antigas do mundo, consiste em um conjunto de esportes organizados com três modalidades: a corrida, os lançamentos e os saltos.
Geralmente, é praticado em estádios em suas competições oficiais, mas há exceções, como as maratonas praticadas nas ruas e em campos, por exemplo. Dessa forma, somam mais de duas dúzias de provas que ocorrem em equipes masculinas e femininas em diversos campeonatos, como os Jogos Olímpicos, os Campeonatos Mundiais oficiais, os continentais (Pan-Americano, Commonwealth, etc.) e assim por diante até o campeonatos escolares.
Além disso, em regiões mais frias como na Europa, Canadá e Estados Unidos, os organizadores modificam diversos eventos e eliminam algumas provas completamente, dada a impossibilidade de serem realizadas. Dessa forma, os organizadores direcionam o foco do evento para esportes que podem ser realizados dentro de espaços cobertos.
História e origem do atletismo
Existem registros que confirmam a prática do atletismo há pelo menos 5 mil anos em nações antigas como Egito, Grécia e China. Afinal, antes mesmo de fabricar suas primeiras lanças, de aprender a nadar ou montar em animais, o ser humano já corria, saltava obstáculos e lançava objetos.
Por conta disso, o atletismo também é chamado de “esporte-base”, já que sua prática remete a movimentos naturais realizados pelo homem ao longo da história datados antes mesmo do surgimento das civilizações que conhecemos hoje.
Origem do atletismo
Antigamente, na Grécia Antiga, havia quatro Jogos Pan-Helênicos no mundo grego: os Jogos Olímpicos, os Jogos Píticos, os Jogos Nemeus e os Jogos Ístmicos. Como você pode deduzir, os Olímpicos eram os mais importantes, realizados na cidade de Olímpia.
A primeira edição do “evento” ocorreu em 776 a.C. com uma única prova — uma corrida de aproximadamente 200 metros chamada de stadium. O primeiro vencedor neste mesmo ano foi Koroebus, que representava a cidade de Élis. Desse modo, tornando-se o primeiro vencedor olímpico da história. Também há especulações de que o atletismo também tenha ocorrido nos Jogos Tailteann no Festival Lugnasad, na Irlanda, em 1829 a.C.
Após isso, outras provas também foram incluídas, como o lançamento de disco e de dardo, o salto em distância e o pentatlo. Este formato dos Jogos Olímpicos durou até 393 d.C, quando o imperador Teodósio proibiu o evento depois de ser considerado uma “festa pagã”, já que o cristianismo havia se tornado a religião oficial do império romano.
Ao longo de todo esse tempo, seja com os gregos ou com os romanos, o esporte ainda era praticado apenas pelos homens.
Depois disso, na época medieval e especialmente no Renascimento do século XV, o interesse pela cultura greco-romana volta em destaque e, desse modo, criam-se as sociedades de ensino e prática esportiva. Mas é apenas na Inglaterra no século XIX que o esporte ganha maior importância e relevância na modernidade.
Atletismo moderno
Em 1863, na França, nasce Pierre de Fredy, conhecido como Barão de Coubertin. Ele foi pedagogo e recebeu a missão do governo francês de desenvolver um programa educacional para as escolas do país.
Desse modo, inspirado pelos trabalhos de Ernst Curtius e Thomas Arnold, Coubertin entendeu que, além da educação, também é preciso treinar o corpo e o espírito. Com isso, visitou a Inglaterra e os EUA em busca de inspiração nos diversos modelos de ensino.
A partir disso, Pierre viu crescer as práticas de campo como o cross country e outros eventos de pista e campo como corridas, saltos e lançamentos. Também conheceu uma série de organizadores de festivais olímpicos da época como William Brookes da Inglaterra e Evangelis Zappas da Grécia.
Após tudo isso, o Barão se tornou um dos principais articuladores do Movimento Olímpico, sendo um dos fundadores do Comitê Olímpico Internacional (COI) em 1894, responsável por definir Atenas como a primeira sede dos jogos em 1896.
É claro que entre os Jogos Olímpicos antigos e os modernos muita coisa mudou, porém, em ambas o atletismo ficou como o esporte olímpico número um. O que não é para menos, já que quase um terço dos atletas participantes dos Jogos de 1896 competiam em alguma das provas da modalidade.
De lá para cá muitas regras foram adicionadas ou alteradas, além da adição de novas provas. Mas, de toda forma, o atletismo resiste como a maior modalidade nas Olimpíadas até os dias de hoje.
As principais competições internacionais antes da Segunda Guerra Mundial incluíram principalmente os Jogos Olímpicos, os Jogos do Império Britânico e os Campeonatos Europeus. Mas, após a guerra, a popularização do esporte aumentou ainda mais, o que fez com que também criasse raízes nos países emergentes.
Desse modo, na década de 1950 atletas de atletismo já representavam nações africanas, asiáticas e latino-americanas.
Por fim, novas tecnologias também ajudam os atletas contemporâneos a alcançarem patamares de desempenho e resultados que antes eram apenas sonhados, mas hoje já são realidade.
História do atletismo no Brasil
Por mais que o atletismo tenha se popularizado pelo mundo a partir da década de 50, ele já estava presente no Brasil desde aproximadamente 1880. O primeiro registro é do Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro, que anunciou os resultados de competições atléticas que estavam acontecendo na cidade.
Desde então, a prática do esporte foi estabilizada no país nos próximos 30 anos. Assim, a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) filiou-se à Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) em 1914 e, dez anos depois, em 1924, nosso país participou pela primeira vez dos Jogos Olímpicos nos Jogos de Paris, o que culminou na instituição do Campeonato Brasileiro de Atletismo em 1925.
A partir disso, começou a história de diversos atletas brasileiros de prestígio. Um exemplo foi com Clóvis Rapozo e Lúcio Castro, que chegaram nas finais dos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1932 e conquistaram, respectivamente, o oitavo lugar no salto em distância e o sexto no salto com vara.
Em 1936 foi a vez de Sylvio de Magalhães Padilha conquistar o quinto lugar nos 400m com barreiras dos Jogos de Berlim. Já em 1952, nos Jogos de Helsinque, na Finlândia, foi a vez de José Telles da Conceição ganhar o bronze no salto em altura e de Adhemar Ferreira da Silva ganhar o ouro no salto triplo. Foram as primeiras das 19 medalhas de atletismo que o Brasil conquistou até hoje, sendo cinco de ouro, três de prata e 11 de bronze.
Por sua vez, os Jogos Pan-Americanos foram disputados pela primeira vez em 1951 em Buenos Aires e, desde então, o Brasil já acumula 172 medalhas, sendo 56 de ouro, 51 de prata e 65 de bronze
História do atletismo paralímpico
De modo simples, o paratletismo é a modalidade do atletismo praticada por pessoas com necessidades especiais (PNE). Diante disso, grande parte das provas de atletismo dentro do paradesporto são as mesmas disponíveis para pessoas fisicamente aptas, com exceções nas corridas de cadeira de rodas e no lançamento do taco, que são provas específicas da divisão.
Organização
Aqui, os competidores costumam ser organizados em três categorias esportivas:
- Atletas surdos;
- Atletas com deficiência física;
- Atletas com deficiências intelectuais.
Sendo assim, os surdos costumam competir entre si, enquanto o restante é avaliado e recebe uma classificação paratlética, que os agrupa conforme níveis de habilidades semelhantes.
Início dos Jogos Paralímpicos
Com isso em mente, a história do atletismo paralímpico, ou, mais especificamente, dos Jogos Paralímpicos, inicia-se em 1943, na Unidade Nacional de Lesados Medulares do Hospital Ministry of Pensions, em Stoke Mandeville, Inglaterra.
Havia uma ala no hospital criada para atender a população civil e ex-soldados da Segunda Guerra Mundial que haviam sofrido lesões medulares e que possuíam pouca expectativa de vida.
A partir disso, o neurocirurgião alemão Ludwig Guttmann começou a introduzir a prática esportiva para seus pacientes vistos seus benefícios psicológicos e fisiológicos. Desse modo, a ala começou a usar alguns esportes como o lançamento de dardos, sinuca e skittles — uma espécie de boliche — na reabilitação dessas pessoas.
Cronologia desde então
Avançando para 1948 no dia da abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, o mesmo hospital sediou seu primeiro evento esportivo que seria uma competição de tiro com arco, uma modalidade esportiva que alcançava as expectativas de reintegração dos pacientes na sociedade, já pessoas com e sem deficiência poderiam participar.
Depois, em 1952 o atletismo estreou no modelo paralímpico com as corridas de cadeira de rodas. Por conseguinte, nos próximos oito anos mais desportos foram adicionados ao evento e diversos países integraram equipes para participar.
Com isso, em 1960, a competição saiu da Inglaterra e foi para Roma no que seriam os primeiros Jogos Paralímpicos, que ocorreram após os Jogos Olímpicos. Assim, também passaram a ocorrer de quatro em quatro anos.
Por fim, o atletismo paralímpico também acumula o maior número de eventos que, assim como o atletismo, são separados em pista, campo e combinados. Os de pista incluem as corridas, os revezamentos e as maratonas. Já no campo disputam-se saltos, arremessos e lançamentos e, na prova combinada, o pentatlo para homens e mulheres que são classificados entre as cinco provas conforme a classe definida.