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Canoagem Paralímpica: conheça o esporte com destaque brasileiro nas Paralimpíadas 2024

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O Brasil assegurou sete vagas paralímpicas de canoagem para Paris 2024, marcando um momento histórico na participação do mundial finalizado em maio em Szged, Hungria. Com um total de seis medalhas conquistadas, dois ouros, duas pratas e dois bronzes, o Brasil conquistou três das sete vagas de canoagem paralímpica para os Jogos em Paris, com estreia prevista para 28 de agosto.

Nas competições paralímpicas, as embarcações da canoagem têm ajustes de acordo com as habilidades funcionais dos atletas. O percurso principal acontece em linha reta, marcado por boias, e tem extensão de 200 metros. 

Além das competições individuais (masculinas ou femininas), também há provas mistas em barcos projetados para duas pessoas, sendo o esporte aberto para atletas com deficiência físico-motora. 

A canoagem paralímpica desempenha um papel crucial ao oferecer uma plataforma inclusiva e competitiva para paratletas com deficiência motora, destacando-se como um esporte que promove não apenas a excelência atlética, mas também a superação pessoal. 

Ao adaptar embarcações e competições às necessidades dos participantes, a modalidade não só desafia limites físicos como também inspira a resiliência e o potencial humano. Além disso, os paratletas da canoagem contribuem para aumentar a conscientização sobre a capacidade atlética e a determinação das pessoas com deficiência, promovendo valores de inclusão e igualdade no cenário esportivo global.

Como surgiu a canoagem paralímpica?

Início da canoagem paralímpica

A canoagem paralímpica, ou paracanoagem, teve o início de seu reconhecimento como esporte em 2009 por iniciativa da Federação Internacional de Canoagem, a entidade que também governa a modalidade olímpica. 

Como resultado, o primeiro campeonato mundial ocorreu em 2010, realizado em Poznan, Polônia, com a participação de paratletas de 31 países. Desde então o evento acontece anualmente. A Federação Internacional de Canoagem (ICF) é responsável pelo esporte globalmente, enquanto no Brasil a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) é a entidade reguladora.

Estreia nas Paralímpiadas

A estreia nos Jogos Paralímpicos aconteceu no Rio de Janeiro, em 2016, inicialmente com provas de caiaque velocidade 200m. Posteriormente, outras distâncias e provas de canoa foram adicionadas nos Campeonatos Brasileiros e no programa dos Jogos a partir de Tóquio 2020, como a canoagem velocidade tanto de 200m, quanto de 500m.

A canoagem paralímpica no Brasil 

Na paracanoagem o Brasil conta com um atleta de destaque cuja trajetória não começou no esporte. Fernando Fernandes participou do reality show Big Brother Brasil em 2002, sete anos antes de um acidente de carro que o deixou paraplégico. 

Ao se adaptar à nova condição, passando a se locomover com uma cadeira de rodas, Fernando descobriu a modalidade adaptada. Atualmente ele é tetracampeão mundial de paracanoagem, além de apresentar o reality show No Limite.

O Brasil nas Paralímpiadas

No Brasil, a paracanoagem é representada por paratletas que alcançaram feitos significativos. Na história da canoagem brasileira em Paralimpíadas, Fernando Rufino conquistou a primeira medalha de ouro ao vencer a prova dos 200 metros classe VL2 com o tempo de 53s077, na noite de sexta-feira (3). Ele é conhecido como “cowboy”.

Luís Carlos Cardoso também se destaca como medalhista paralímpico e mundial, consolidando sua posição na categoria KL1 com várias conquistas ao longo de sua carreira. Outro nome de destaque é Caio Ribeiro, reconhecido na categoria KL3, com participação em diversas competições tanto no cenário internacional quanto nacional.

Como funciona a canoagem paralímpica?

A Paracanoagem é uma prática esportiva realizada em águas calmas e ambientes abertos, onde os competidores disputam provas de 200 metros. As classes de competição se dividem em L1, L2 e L3, que se referem aos diferentes níveis de classificação esportiva paralímpica. 

Classificação

Na classificação funcional, os competidores são agrupados conforme sua capacidade de movimento nos membros inferiores, superiores e tronco. As classes KL são para atletas que usam caiaque, enquanto as classes VL concentram os que competem com canoa.

  • KL1/VL1: usa somente os braços na remada.
  • KL2/VL2: usa tronco e braços na remada.
  • KL3/VL3: usa braços, tronco e pernas na remada.

Nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024 serão realizados seis eventos de caiaque (KL1, KL2 e KL3 para homens e mulheres) e quatro eventos de va’a (VL2 e VL3 masculino e feminino). Assim, as provas VL1 (masculino e feminino) não estão incluídas no programa dos Jogos Paralímpicos, porém são parte do calendário dos Campeonatos Mundiais.

Tipos de embarcações

Segundo as diretrizes da ICF, existem classes oficiais de barcos para a Paracanoagem, os dois tipos de embarcações na canoagem paralímpica são o caiaque e o va’a, que deriva do termo polinésio significando “barco pequeno” e é tradicionalmente utilizado na Oceania, especialmente no Taiti.

As embarcações devem ser fabricadas de acordo com critérios específicos para competições oficiais, garantindo que permaneçam flutuantes quando cheias de água, sem risco de afundamento. Dessa forma:

  • Kayak: as dimensões para Kayak incluem um comprimento máximo de 5,20m e largura mínima de casco de 0,50m, com peso mínimo de 12kg. 
  • Canoa Va’a: Para Canoa Va’a, o comprimento máximo é de 7,30m e o peso mínimo é de 13kg, incluindo a ama e o iaco. 

Não há exigência de largura mínima para o casco da canoa. Os paratletas podem realizar adaptações internas nas embarcações para melhor estabilização. Além disso, as competições ocorrem em raias individuais com nove pistas, cada uma com largura mínima de 5 metros na linha de partida, demarcadas por boias a cada 12,50m.