Quando guerras acontecem, a violação de direitos humanos, o sofrimento constante e os próprios conflitos armados costumam gerar um número alto de refugiados que deixam seu país de origem para se manterem vivos. Esse é o caso de Alaa Masco, nadador sírio que se refugiou na Alemanha junto do seu irmão e compete pela Equipe Olímpica de Refugiados do COI.
O atleta esteve presente já nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, onde terminou em 44º lugar nos 50m de nado livre. Além dele, seu irmão Mohammed Maso também compete, mas no triatlo.
Já na Olimpíada de Paris 2024, Alaa Maso está entre os 36 atletas — 23 homens e 13 mulheres, cujos países de origem estão na África, nas Américas ou na Ásia — que compõem a Equipe Olímpica de Refugiados.
Para se ter uma noção, hoje existem mais de 115 milhões de refugiados no mundo, sendo que 40% desse número são crianças, cerca de 47 milhões. Até o fim de 2023, uma em cada 69 pessoas, ou então 1,5% de toda a população mundial, teve que se deslocar à força de sua terra natal, quase o dobro do que a uma década atrás.
História de Alaa Maso
Alaa Maso nasceu e cresceu em Aleppo, na Síria, lugar onde começou a se apaixonar pela natação logo cedo, principalmente por conta de seu pai, que virou seu treinador do esporte depois de se aposentar do exército. Assim, treinou como nadador e triatleta, além de também conhecer a também nadadora refugiada Yusra Mardini quando ambos ainda eram jovens.
O atleta deixou a Síria em 2015 com seu irmão rumo à Europa depois que a guerra danificou as instalações em que treinava, o que fez com que ele realmente sentisse a pressão do conflito em torno de si e de sua família. Com isso, estabeleceu-se na Alemanha e voltou a treinar natação com Emil Guliyev.
Além de voltar para a natação, Alaa Maso também teve a oportunidade de voltar para a escola e recuperar os anos que perdeu por conta de sua saída da Síria, lugar onde seus pais ainda residem.
Os Jogos Olímpicos de Paris devem marcar a segunda aparição do nadador no evento, já que competiu em 2021 na Olimpíada de Tóquio 2020. Inclusive, de lá para cá, ele já competiu em três Campeonatos Mundiais de piscina longa e um de piscina curta, o mais recente em Doha em fevereiro de 2024.
A Equipe Olímpica de Refugiados do COI
Conforme o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), um refugiado é alguém que fugiu de seu país à força por conta de perseguição, guerra ou violência.
Desse modo, a Equipe Olímpica de Refugiados é um símbolo de esperança para as pessoas que se encontram em situações semelhantes em todo o mundo. Além é claro de aumentar o conhecimento global sobre o tema e dar mais atenção para a crise internacional de refugiados que assola o globo.
A primeira equipe nasceu em 2016, na Olimpíada do Rio, para proporcionar aos potenciais atletas de elite afetados pela crise dos refugiados uma oportunidade de se qualificar para os Jogos Olímpicos e participar deles.