Força, determinação e velocidade. Todas as qualidades citadas são atribuídas à Jéssica Andrade, lutadora de MMA com 11 anos de UFC. A brasileira não é somente uma das mais experientes a passarem pelo octógono, como também ocupa a prateleira das melhores da história. Já foi campeã pela categoria palha feminina e desbancou grandes atletas.
Então, prepare-se para conhecer a trajetória de um dos principais tesouros do MMA nacional. Atualmente, a lutadora é a quarta colocada no ranking do peso-palha; a sexta no peso-mosca; e a 11ª no peso por peso feminino, a classificação geral da competição.
Carreira de Jéssica Andrade
Jessica, nascida em Umuarama, no Paraná, se consolidou como uma das maiores lutadoras do UFC, mas nem sempre foi assim. Para chegar ao topo, foi preciso ter muita garra e determinação, tanto dentro como fora dos ringues. Hoje, a brasileira é um exemplo para mulheres que querem seguir no mesmo caminho.
O primeiro esporte a ter contato foi o judô. Jéssica contou ao site oficial do Ultimate que praticava a modalidade na escola, mas, quando estava terminando o ensino médio, foi convidada a treinar jiu-jitsu. Adquiriu a faixa preta e azul-claro em muay thai.
Em 2011, a esportista fez a sua primeira luta profissional no Paraná Regional, com vitória por nocaute contra Weidy Borges, segundo o portal Tapology.
Porém, antes de mergulhar de cabeça no mundo das artes marciais mistas, a jovem passou por alguns empregos. Ficou cinco anos em um “Pesque e Pague”, lugar onde os clientes pescam e depois pagam pelos peixes, farmácia e motorista de caminhão em uma fazenda. Mesmo assim, Jéssica estava determinada a se tornar uma lutadora profissional.
As participações da paranaense em competições e o seu desempenho excepcional a levaram até o Ultimate Fighting Championship, o mais alto escalação do MMA. Em 2013, Jéssica passou a concorrer com a elite da modalidade.
Pouco após assinar o contrato com a organização, fez a sua estreia no UFC on Fox, em Seattle, em julho de 2013. A novata, entretanto, perdeu por nocaute técnico para Liz Carmouche no segundo round. Contudo, a derrota não abalou Jéssica, que seguiu melhorando até chegar em lutas por cinturões e recordes imbatíveis.
No octógono, Jéssica mantém a postura. É séria, não aceita brincadeiras e coloca medo na adversária. Entretanto, nas redes sociais, a atleta mostra o seu lado divertido e fofo, com cliques ao lado dos animais de estimação.
Disputas por cinturão no UFC
Quatro anos após assinar o contrato com o Ultimate, a brasileira qualificou-se para a sua primeira disputa por cinturão. De um lado, a experiente que estava no melhor momento da carreira, Joanna Jedrzejczyk. Do outro, a novata Jéssica Andrade.
Jéssica e Joanna se enfrentaram no UFC 211, em 2017. Após cinco rounds muito equilibrados, os juízes determinaram a vitória da polonesa por decisão unânime, que herdou o cinturão peso-palha. Jéssica ficou desolada, mas transformou a derrota em combustível para os treinos.
Então, em maio de 2019, Jéssica voltou a brigar pelo cinturão dos palhas. Desta vez, encarou Rose Namajunas no main event do UFC 237, no Rio de Janeiro. Dentro de casa, com a torcida a seu favor, a brasileira estava confortável o bastante para aplicar nocaute técnico na oponente e, assim, faturar o título inédito.
Naquele mesmo ano, a “Bate Estaca” defendeu o seu cinturão, mas foi destronada por Zhang Weili. Mais tarde, em abril de 2021, disputou o título peso-mosca, mas perdeu por nocaute para Valentina Shevchenko, no UFC 261.
Origem do apelido
Em uma breve visita ao perfil de Jéssica Andrade no site oficial do UFC, é possível encontrar “Bate Estaca” no alto da página, escrito bem ao lado do nome da lutadora. A paranaense foi apelidada pelos amigos e colegas de equipe logo após realizar uma manobra ilegal no jiu-jitsu durante uma competição.
No início, a lutadora não gostava do apelido, mas acabou pegando. Desde então, “Bate Estaca” tem sido a sua identidade também no octógono.
É muito comum no UFC atletas utilizarem o apelido. Alguns dos mais famosos são “Poatan”, de Alex Pereira; “Rocky”, de Leon Edwards; e “A Leoa”, de Amanda Nunes.
“Recebi o apelido depois que fiz um bate-estaca em uma competição de jiu-jitsu quando comecei. A manobra é ilegal no jiu-jitsu, então fui desclassificada por isso. Era meu primeiro torneio e fui pega em uma situação ruim e, sem saber o que fazer, minha reação imediata foi pegar a garota e jogá-la no chão. É claro que todos os meus colegas de equipe e amigos acharam engraçado eu ter feito isso e ter sido eliminada, então todos começaram a me chamar de ‘Bate-Estaca'”, declarou a atleta ao site oficial do UFC.
Cartel da lutadora
O cartel de Jéssica Andrade tem 26 vitórias, 12 derrotas e nenhum no contest. Destas vitórias, 10 foram por nocaute e oito por finalização, sendo seis guilhotinas, um mata-leão e um triângulo de mão em pé. Aliás, a paranaense também conta com 11 vitórias no primeiro round.
Jéssica contabiliza três disputas por cinturão peso-palha e uma do mosca, além de ter sido main event em quatro eventos do UFC.
Basta olhar para as estatísticas para ter certeza do talento da atleta. Entre os golpes significativos, a lutadora desferiu 3312, com 1680 conectados. Foram lançados em pé 1179 golpes, 303 no clunch e 198 no solo. Aliás, ela acertou 1056 na cabeça das oponentes, 372 no corpo e 252 nas pernas no octógono.
Jéssica também tem sucesso nas quedas: são 72 tentativas e 33 aplicadas.