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História, títulos e os astros da seleção italiana de futebol

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Assim como a Argentina na América do Sul, a seleção italiana de futebol é um dos maiores desafetos da torcida brasileira no continente europeu. A Azzurri já cruzou diversas vezes o caminho da seleção canarinha, muitas delas em momentos cruciais de competições, como em finais de Copa do Mundo.

Mas, antes disso, a equipe italiana é uma das mais antigas e prestigiadas seleções nacionais de futebol do mundo, e sua história merece ser respeitada. A seguir, então, conheça a trajetória do time, suas conquistas e destaques ao longo de seus mais de 100 anos de existência.

O nascimento da seleção italiana de futebol

A história da Azzurri começa no dia 15 de maio de 1910, data do primeiro jogo oficial da equipe. No entanto, a Federação Italiana de Futebol (FIF) foi fundada anos antes, em 1898. Logo no início, a entidade tentou organizar uma seleção nacional, mas sem sucesso. Foi somente no século seguinte que, enfim, a equipe deixou de ser um sonho.

Em 1909, Luigi Bosisio assumiu a chefia da Federação, defendendo ferozmente a valorização do futebol nacional. Em um período em que países como Inglaterra e Escócia já tinham seus próprios times, ele enfatizava que a Itália não poderia ficar para trás. E a notícia de que o país sediaria o sétimo congresso da FIFA em 1910 só reforçou a ideia de Bosisio.

Por conseguinte, no início daquele ano, uma equipe de jogadores foi reunida para dar vida à seleção italiana de futebol, que deveria ser formada apenas por jogadores italianos. Assim, em 15 de maio, eles entraram em campo pela primeira vez para enfrentar a França, vencendo pelo impressionante placar de seis a dois diante de um público de mais de quatro mil pessoas. 

Os primeiros torneios oficiais

O início para a seleção italiana de futebol não foi fácil, visto que o país enfrentava diferentes conflitos em sua história. Ainda assim, eles se inscreveram para participar da Olimpíada de Estocolmo de 1912. Esta foi a primeira grande competição que a Azzurri participou, mas não foi muito adiante, sequer alcançando as quartas de final.

Dois anos depois, veio a primeira Grande Guerra, e a seleção italiana se dissolveu por completo, bem como as atividades esportivas foram paralisadas no país. Isso porque, além de tudo, muitos atletas foram para as frentes de combate defender seu país. 

Somente cinco anos depois é que a equipe começou a se organizar novamente. E, em 1920, conseguiram participar dos Jogos da Antuérpia. Ainda não foi a melhor campanha do time, mas dessa vez, eles avançaram até as quartas de final. Quatro anos depois, participaram de uma nova Olimpíada e, pouco a pouco, começaram a se firmar no futebol internacional.

Futebol, fascismo e Copa do Mundo

Nos anos 1930, o regime fascista aproveitou a crescente popularidade do futebol para usar o esporte como ferramenta. Além de organizar os primeiros campeonatos de grupo único, um documento publicado em 1926 limitava a contratação de estrangeiros, levando os times — incluindo a seleção — a contratar apenas jogadores nascidos na Itália.

O regime também liderou uma campanha para sediar a Copa do Mundo de 1934, pedindo explicitamente que o torneio se realizasse no país. O governo queria mostrar uma imagem de um país belo e grandioso, investindo, assim, em grandes estádios, além de transformar os jogadores em verdadeiras estrelas, andando em carros vistosos e sempre acompanhados de mulheres bonitas. Assim, o futebol se transformou em uma vitrine do regime.

O ano de 1934 marcou, também, o primeiro título Mundial da seleção italiana de futebol, que derrotou a antiga Tchecoslováquia por dois a um na final, em pleno estádio de Roma. Mussolini, que estava presente na arquibancada, foi o responsável por premiar a equipe em campo. 

Dois anos depois, a seleção italiana de futebol conquistou seu primeiro ouro olímpico, nos jogos de Berlim, no estádio que viu o triunfo de Adolph Hitler. As duas conquistas deram a Mussolini, então, o cenário perfeito para expandir sua visão política. A Itália seguiu alegrando sua torcida em campo por mais alguns anos, até que a Segunda Guerra mergulhou o país em um dos períodos mais sombrios de sua história. 

Os títulos da seleção italiana de futebol

O primeiro título da Itália veio em 1927, quando ela venceu a extinta Copa Internacional, um torneio entre times de diferentes países da Europa. Já a última vez em que a Azzuri levantou uma taça de campeã foi em 2020, quando conquistou a Eurocopa. Veja a lista completa de títulos:

  • Bicampeã da Copa Internacional, nos biênios de 1927/30 e 1933/35.
  • Tetracampeã Mundial nos anos de 1934, 1938, 1982 e 2006.
  • Bicampeã da Eurocopa, em 1968 e 2020.
  • Medalha de ouro na Olimpíada de Berlim, em 1936.

Os craques a seleção da Itália

Reconhecidamente uma potência do futebol, a seleção italiana é a casa de grandes atletas do esporte mundial. Para brasileiros, nomes como Roberto Baggio ou Buffon jamais serão esquecidos. Já outros craques são um pouco menos conhecidos por aqui, mas merecem destaque na história do time.

Focando, então, nos artilheiros da Azzuri, o maior marcador da equipe italiana é Luigi Riva, o ‘Rombo di Tuono’. Ao todo, ele anotou 35 gols em seus 42 jogos com a famosa camisa azul de seu país, e auxiliou a equipe a conquistar o título de campeão europeu em 1968. 

Outro artilheiro e ídolo da torcida e Giuseppe Meazza, considerado um dos maiores jogadores de futebol da Itália de todos os tempos. Meazza fez parte da chamada Era de Ouro do futebol italiano e, ao lado de Giovanni Ferrari, foi o responsável por alguns dos mais importantes títulos da seleção. Com 33 gols marcados pela equipe, Giuseppe Meazza foi bicampeão mundial em 1934 e 1938.

Já o posto de artilheiro italiano em Copas do Mundo é dividido por Paolo Rossi, Christian Vieri e Roberto Baggio. Cada um destes balançou a rede adversária em mundiais nove vezes. Baggio, inclusive, chegou a marcar 27 gols nas 56 partidas que disputou pela seleção italiana.

Qual é a convocação da seleção italiana de futebol para 2024?

Desde 2023, a seleção da Itália é comandada por Luciano Spalletti. Para a temporada, ele convocou os seguintes jogadores:

Goleiros: Michele Di Gregório, Gianluigi Donnarumma e William Vigário

Defensores: Alessandro Bastoni, Raoul Bellanova, Alessandro Buongiorno, Ricardo Calafiori, Andrea Cambiaso, Giovanni Di Lorenzo, Federico Dimarco, Matteo Gabbia, Caleb Okoli e Destino Udogie.

Meio-campistas: Nicolò Fagioli, Davide Frattesi, Nicolò  Zaniolo, Niccolò Pisilli, Samuele Ricci e Sandro Tonali.

Atacantes: Lorenzo Lucca, Daniel Maldini, Giacomo Raspadori e Mateo Retegui.