Ser o melhor jogador da Copa do Mundo de 1994 é apenas um dos feitos de Romário no futebol. O baxinho, Romário de Souza Faria, nasceu na Favela do Jacarezinho, Rio de Janeiro, em 29 de janeiro de 1966.
Logo quando criança começou a jogar futebol. Nesse sentido, o pai de Romário criou o Estrelinha na Vila da Penha para incentivar as crianças a praticarem o esporte. O passo seguinte foi o Olaria, onde no primeiro ano de clube foi campeão estadual da categoria infantil e artilheiro da competição.
Depois, Romário começou a seguir a carreira rumo ao profissional. Assim, fez história no futebol nacional, na Europa e com a Seleção Brasileira. Além disso, protagonizou momentos divertidos no esporte. Desse modo, confira toda a jornada do atleta.
Estreia no profissional e convocação para a Seleção Brasileira de base
Romário chegou ao Vasco em 1981, como jogador da categoria infantil. Após quatro anos de clube, Antônio Lopes, ex-treinador do clube, apostou no jogador e o promoveu para o profissional.
A estreia no time principal aconteceu em 6 de fevereiro de 1985, na vitória vascaína contra o Coritiba por 3 X 0, pelo Campeonato Brasileiro. Porém, os primeiros gols só vieram em agosto, em amistoso contra o Nova Venécia–ES. Nesse sentido, Romário balançou duas vezes as redes do adversário na vitória por 6 X 0.
Logo no primeiro ano como jogador do time principal, Romário começou a ganhar destaque no cenário esportivo. Foi vice-artilheiro do Campeonato Carioca daquele ano e, dessa forma, assinou seu primeiro contrato profissional em 1986.
Antes mesmo do primeiro contrato profissional como jogador, Romário estreou na Seleção Brasileira Sub-20. Foi campeão do Sul-Americano da categoria de 85, marcando os dois gols da final na vitória por 2 X 1 contra o Paraguai.
Na temporada seguinte, o baixinho brilhou ao lado de Roberto Dinamite. O Vasco venceu a Taça Guanabara e Romário foi o artilheiro do Campeonato Carioca. Porém, o Flamengo venceu o segundo turno da competição e derrotou o Cruzmaltino na final, acabando com a festa vascaína.
Em 1988, Romário esteve entre os jogadores convocados para disputar a Olimpíada de Seul. No ataque da Seleção Brasileira, começou a formar dupla com Bebeto, com quem faria mais tarde toda a diferença também na seleção principal. O Brasil chegou a final do torneio, mas perdeu por 2 X 1 para a União Soviética. Com a medalha de prata, Romário foi o artilheiro da competição com sete gols, em seis jogos.
Primeiro título de Romário como jogador da Seleção principal
No ano seguinte, o Brasil disputou a Copa América como anfitrião da competição. No ataque titular, a dupla Romário e Bebeto voltou a aparecer e brilhou. Dessa forma, Bebeto foi o artilheiro da competição com seis gols e Romário foi o segundo jogador que mais marcou, com quatro.
Na primeira fase, o Brasil terminou em segundo no grupo com Paraguai, Colômbia, Peru e Venezuela. Os dois melhores dos dois grupos foram para a fase seguinte. Assim, as quatro equipes, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, duelaram entre si e, no final, quem tivesse a melhor campanha era o campeão. A Seleção Brasileira venceu todos os três jogos, sem sofrer nenhum gol. Desse modo, Romário conquistou o primeiro título com a amarelinha.
Transferência para o futebol europeu
Em 1988, o PSV acertou a contratação de Romário. O time holandês pagou US$ 6 milhões ao Vasco e essa foi a maior transferência do futebol até então. Assim, na primeira temporada, o Baixinho já mostrou o seu valor. Nesse sentido, foi campeão da Eredivisie, principal liga dos Países Baixos, e artilheiro da competição.
Em cinco temporadas como jogador do PSV, Romário venceu o Campeonato Holandês três vezes, a Copa KNVB duas e a Supercopa dos Países Baixos. Além disso, foi artilheiro de duas edições da Champions League e de três temporadas da Eredivisie.
No PSV, Romário impressionou um dos maiores jogadores da história da holanda, Johan Cruyff, que comandava o Barça. O técnico do clube catalão pediu a contratação do Baixinho. Dessa forma, chegou ao Barcelona para a temporada 1993-94 por US$ 4,5 milhões.
Na partida de estreia contra a Real Sociedad já mostrou o seu valor. Romário marcou os três gols da vitória por 3 X 0 contra os bascos. Mais tarde, o Barcelona conquistou a La Liga.
Em apenas uma temporada no Barcelona, o centroavante foi campeão da La Liga e da Supercopa da Espanha. Além disso, foi o melhor jogador e artilheiro do Campeonato Espanhol, com 30 gols.
Na Catalunha, Romário e Johan Cruyff protagonizaram uma das melhores resenhas do futebol. O brasileiro pediu ao técnico para faltar dois dias de treino para ir ao carnaval do Rio. Então, o holandês disse que o liberaria se marcasse dois gols na partida seguinte. Assim, em menos de 20 minutos de jogo, Romário marcou duas vezes e pediu para sair dizendo “treinador, meu avião sai em menos de uma hora”.
Romário é o grande destaque da Copa do Mundo de 1994
A temporada de 1994 foi mágica para Romário como jogador. O bom momento começou com o desempenho no Barcelona e se estendeu até a Copa do Mundo de 1994 nos Estados Unidos. A trajetória do Brasil naquele mundial só aconteceu porque o Baixinho classificou a equipe com uma partida espetacular contra o Uruguai nas eliminatórias no ano anterior.
Na Copa dos Estados Unidos, a Seleção iniciou sua trajetória no Grupo B, com Camarões, Rússia e Suécia. O Brasil venceu Rússia por 2 X 0 e Camarões por 3 X 0. Na última partida da primeira fase, empatou por 1 X 1 com os suecos.
Nas oitavas, jogou contra os anfitriões em uma partida difícil. Bebeto foi o responsável pelo único gol da partida, que garantiu a classificação para as quartas de final.
O adversário da fase seguinte foi os Países Baixos. O primeiro tempo terminou sem gols, deixando toda a emoção para a etapa seguinte. Nesse sentido, Romário abriu o placar e Bebeto ampliou para o Brasil. Porém, os holandeses diminuíram um minuto depois e voltaram para o jogo. Aos 76 minutos, Winter marcou para os adversários, empatando a partida. Contudo, Branco marcou o terceiro e deu números finais, garantindo o Brasil na próxima fase.
Na semifinal, o Brasil voltou a enfrentar a Suécia na competição. Dessa vez, a Seleção saiu com a vitória com gol de Romário aos 80 minutos.
Final contra a Itália de Roberto Baggio
Assim, o Brasil disputou a final da Copa do Mundo de 1994 contra a Itália. No tempo normal e na prorrogação, empate sem gols. Desse modo, a taça foi decidida nos pênaltis. Baresi, craque italiano, iniciou desperdiçando a cobrança. No entanto, Márcio Santos, que poderia dar a vantagem para o Brasil, também perdeu a penalidade.
Na rodada seguinte, Albertini fez para a Itália e colocou a equipe na frente. Romário, o jogador de destaque do Brasil na campanha, chamou a responsabilidade e converteu o pênalti, empatando para o Brasil. Os próximos dois cobradores também marcaram e deixaram disputa em 2 X 2.
Daniele Massaro errou a quarta cobrança para os italianos e Dunga converteu para o Brasil, deixando a equipe em vantagem. Na última penalidade, o craque da equipe italiana, Roberto Baggio, mandou a bola por cima do gol e a Seleção Brasileira se tornou tetracampeã mundial.
Romário marcou cinco gols no torneio, sendo o vice-artilheiro da competição, e foi eeleito o melhor jogador da Copa do Mundo. Além disso, recebeu a Bola de Ouro da FIFA naquele ano.
Retorno ao futebol carioca
Em 1995, Romário voltou ao Rio de Janeiro para ser jogador do Flamengo. No maior rival do clube que o revelou para o mundo, o Baixinho jogou de 1995 a 2000, com duas interrupções para jogar no Valencia. Nesse sentido, Romário jogou no time espanhol em 1997 e 1998. Porém, somando as duas passagens, só fez doze jogos oficiais.
No entanto, no Flamengo jogou e colecionou títulos e prêmios individuais. Dessa forma, confira a lista de conquistas do jogador no período em que vestiu a camisa Rubro-Negra:
- Campeão Torneio Cidade de Brasília 1997
- Campeão Cidade de Juiz de Fora 1997
- Campeão do Torneio Maria Quitéria 1995
- Tricampeão da Taça Guanabara 1995, 96 e 99
- Campeão Taça Rio 1996
- Campeão Carioca 1996 e 97
- Campeão da Copa Ouro 1996
- Campeão Copa Mercosul 1999
- Artilheiro do Campeonato Carioca 1996, 97, 98 e 99
- Artilheiro do Torneio Rio-São Paulo 1997
- Artilheiro Copa do Brasil 1998
- Artilheiro Copa Mercosul 1999
Após o período vitorioso no Flamengo, Romário acertou o retorno para ser jogador do Vasco, em 2000.
Um dos maiores ídolos do Cruzmaltino, o Baixinho passou dois anos vitoriosos na equipe. Nesse sentido, foi campeão regional com o clube em duas oportunidades: a Taça Guanabara de 2000 e a Taça Rio de 2001. Porém, as principais conquistas foram o Campeonato Brasileiro de 2000 e a Copa Mercosul do mesmo ano.
Em 2002, Romário acertou com seu terceiro clube carioca, o Fluminense. Nas Laranjeiras, o Baixinho ficou de 2002 a 2004, com uma rápida interrupção para jogar no futebol catari por três jogos.
Porém, não consegue repetir o mesmo brilho que teve nos rivais. O maior feito com o tricolor foi ajudar o clube a escapar do rebaixamento no Campeonato Brasileiro de 2003. Nesse sentido, marcou 13 gols para o clube em apenas 21 jogos.
Retorno de Romário ao Vasco e aposentadoria do jogador
Em 2005, Romário faz sua despedida como jogador da Seleção Brasileira com a conquista de quatro títulos: duas Copas Américas (1989 e 1997), a Copa das Confederações de 1997 e a Copa do Mundo de 1994.
Além disso, este ano marcou seu retorno ao Vasco, onde encerrou sua carreira em 2007. No período em que esteve de volta ao Cruzmaltino, teve duas passagens em outros clubes: o FL Strikers, dos Estados Unidos, e o Adelaide United, da Austrália.
Há uma divergência na contagem de gols feitos pelo Baixinho entre seus números e o da FIFA. A entidade contabiliza apenas gols marcados em jogos oficiais. Sendo assim, Romário tem 772 gols.
Porém, o jogador também contabiliza os gols marcados em partidas não oficiais. Dessa forma, segundo Romário, em 20 de maio de 2007, ele marcou seu milésimo gol na carreira, na vitória do Vasco contra o Sport por 3 X 1.
O Baixinho fez sua última partida pelo Gigante da Colina em 2007 e ficou fora dos gramados até 2009. Porém, voltou naquele ano para disputar uma partida pelo América do Rio de Janeiro, aos 43 anos.