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Saiba mais sobre a trajetória da seleção francesa de futebol

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A seleção francesa de futebol é uma das mais competitivas do mundo, marcada por grandes momentos e grandes decepções ao longo de sua história. Contando com grandes estrelas, montou equipes de destaque e aproveitou o mando de campo para conquistar os torneios de seleções. Conhecidos como os Les Bleus, eles levaram décadas para alcançar o topo do futebol mundial, mas finalmente conseguiram e, hoje, o futuro é extremamente promissor.

A fundação e organização da Federação Francesa de Futebol (FFF)

O selecionado francês estreou com um empate em 1º de maio de 1904, em um jogo contra a Bélgica, no estádio Vivier d’Oie, na capital Bruxelas. Nesse encontro, os franceses ainda não usariam o uniforme azul que os tornaria conhecidos como Le Bleus, mas sim camisas e shorts brancos com meiões escuros.

Embora a sua estreia tenha ocorrido em 1904, a federação francesa só foi fundada em 1919, com Jules Rimet, futuro presidente da FIFA, como o primeiro presidente. Sob a sua liderança, a federação criou o primeiro jornal especializado em futebol e organizou a primeira partida internacional feminina, quando um selecionado de francesas enfrentou as inglesas do Preston.

Os primeiros torneios internacionais

Em 1928, Jules Rimet, então presidente da FFF, juntou-se a Henri Delauney, secretário-geral da federação, na tentativa de criar uma competição internacional entre seleções. Foi então que a FIFA decidiu criar a Copa do Mundo de Futebol, com a primeira edição a ser realizada dois anos depois, no Uruguai, que era o atual bicampeão olímpico.

As primeiras participações da Seleção Francesa de Futebol na Copa do Mundo

A primeira Copa do Mundo foi realizada em 1930, no Uruguai, com vitória do país anfitrião. Em 1934, a Itália também venceu em casa. Devido a isso, quem sediasse o torneio já poderia ser candidato ao título.

Em 1938, a França recebeu o torneio. No entanto, os anfitriões foram eliminados nas quartas de final pela atual campeã, que viria a levantar o troféu. Contudo, devido à Segunda Guerra Mundial, o futebol internacional foi interrompido. A França, que optou por não disputar o torneio que marcou o retorno, em 1950, só voltaria a disputar uma Copa em 1954.

A Copa do Mundo de 1958 e o início da Eurocopa

Depois de um modesto retorno em 1954, a seleção francesa de futebol impressionou os suecos na Copa do Mundo de 1958. O elenco era liderado por Raymond Kopa e Just Fontaine, que marcou 13 gols no torneio, um recorde vigente até os dias de hoje. No entanto, os franceses foram eliminados pela seleção brasileira na semifinal, sendo, mais uma vez, derrotada pelo futuro campeão do torneio.

Em 1960, a França sediou a primeira Eurocopa, mas foi derrotada na semifinal, também perdendo a disputa do 3º lugar para a Tchecoslováquia. Posteriormente, os Les Bleus enfrentaram um longo período de maus resultados de sua seleção. As campanhas ruins foram:

  • Copa do Mundo de 1962: não se classificou;
  • Copa do Mundo de 1966: eliminada na primeira fase;
  • Copa do Mundo de 1970: não se classificou;
  • Copa do Mundo de 1974: não se classificou;
  • Copa do Mundo de 1978: eliminada na primeira fase;

Além disso, ficou de fora de cinco edições consecutivas da Eurocopa. Enquanto isso, o início dos anos 1980 via nascer uma nova estrela no futebol local, trazendo esperança para os torcedores franceses. 

O meio campista Michel Platini, que estreara na primeira divisão com apenas 16 anos disputou pela primeira vez a Copa do Mundo em 1978. Porém, foi na Copa de 1982 na Espanha que ele ajudou a seleção francesa a atingir o patamar de grande seleção mundial.

A geração de ouro da seleção francesa de futebol

Os franceses viajaram para a Copa de 1982 com um grande elenco, que mais tarde seria conhecido como a “geração de ouro”. Além de Michel Platini, grande expoente do futebol francês a época, grandes nomes eram jogadores da seleção francesa como Maxime Bossis, Marius Trésor, Alain Giresse, Jean Tigana, Dominique Rocheteau e Didier Six.

A boa campanha na Copa do Mundo terminou em um dos maiores jogos da seleção francesa, e da história das Copas. A equipe enfrentou a Alemanha Ocidental, em jogo que terminou 3 a 3. Nos pênaltis, a França acabou sendo eliminada.

Em 1984, venceu os Jogos Olímpicos de Los Angeles e conquistou a Eurocopa, realizada novamente na França, com Michel Platini sendo o artilheiro do torneio. Na Copa do México, em 1986, os azuis foram derrotados pela Alemanha Ocidental nas semifinais, mas conquistaram o 3º lugar ao vencer a Bélgica.

Nesse sentido, os anos 80 foram marcados pela consolidação da França como uma das principais seleções do mundo e pela consagração da equipe como um dos melhores times europeus da época.

A nova era da seleção francesa

Em junho de 1988, sob a presidência de Fernand Sastre, a FFF inaugurou o “Direction Techique Nationale” em Claire Fontaine, um centro de excelência em futebol que serviria de base para as seleções nacionais. No entanto, apesar dos investimentos e da estruturação interna, os bons resultados desapareceram novamente.

A França não se classificou para as Copas de 1990 e 1994, e as esperanças se voltavam para um novo meio-campista, o jogador que carregaria a camisa 10 da seleção francesa de futebol e o legado de Michel Platini.

A ascensão de Zidane na seleção francesa

Zinedine Zidane despontara na Ligue 1 pelo Bordeaux. Ele era o grande craque do país e liderava um grande elenco. 

Na época, eram a seleção francesa de futebol tinha:

  • Defensores: Fabian Barthez, Lilian Thuram, Laurent Blanc, Bixent Lizarazu, Marcel Desailly;
  • Meias: Didier Deschamps, Christian Karembeu e Emmanuel Pétit;
  • Atacantes: Youri Djorkaeff e Christophe Dugarry.

Esse time, que havia chegado à semifinal da Euro 1996, chegava forte para a Copa do Mundo de 1998, realizada em casa, com a adição do jovem talento Thierry Henry.

Após liderar o Grupo C, a equipe avançou para a sua primeira final de Copa do Mundo em um mata-mata emocionante, vencendo apertado os jogos contra Paraguai, Itália e Croácia.

Na final, enfrentaram a seleção brasileira, atual campeã do mundo, liderada por Ronaldo Fenômeno. Contudo, os franceses dominaram a partida, com Zidane se destacando com dois gols e conquistando o título com um sonoro 3×0.

Os altos e baixos da seleção francesa

A geração continuou a colher sucesso sob a condução de Zidane, conquistando a Euro de 2000 e a Copa das Confederações de 2001.

No entanto, a Copa do Mundo de 2002 trouxe uma nova decepção para os franceses, com a eliminação na fase de grupos. Após vencer novamente a Copa das Confederações em 2003, Portugal eliminou a equipe na Euro 2004.

A despedida de Zidane

A Copa do Mundo de 2006 foi marcante para a seleção francesa de futebol, pois Zizou, agora o maior jogador da história do país, anunciou que se aposentaria após o torneio. Ele liderou a equipe até a final, onde enfrentaram a Itália. O meia bateu a penalidade de cavadinha logo no início da partida, abrindo o placar.

Após o empate em 1×1, a partida se encaminhou para a prorrogação. Durante o prolongamento, após uma discussão com Marco Materazzi, o meia deu uma cabeçada no peito do zagueiro, resultando em sua expulsão. Sem seu craque nos pênaltis, a França acabou perdendo.

A renovação da seleção francesa

As duas Copas do Mundo seguintes não trouxeram sucesso para os franceses, que também não obtiveram resultados expressivos nas Euros. Apesar disso, a Euro 2016, realizada em casa, foi uma nova oportunidade de título. Agora, o ex-campeão do mundo, Didier Deschamps, era o técnico da seleção francesa.

Em campo, uma nova geração de grandes jogadores da seleção francesa surgia. Entre eles estavam:

  • Defensores: Hugo Lloris, Raphael Varane e Samuel Umtiti;
  • Meio campistas: Blaise Matuidi, N’Golo Kanté, Paul Pogba e Dimitri Payet;
  • Atacantes: Antoine Griezmann, Kingsley Coman e Olivier Giroud.

Este último, inclusive, viria a se tornar o maior artilheiro da seleção francesa, tirando o trono de Thierry Henry.

A França, grande favorita, enfrentou Portugal na final do torneio. A partida seguiu sem gols até a prorrogação, quando Éder balançou a rede e impediu a festa dos franceses em casa.

O surgimento da nova estrela Kylian Mbappé

Depois do vice-campeonato na Euro, Kylian Mbappé se tornou o grande astro do futebol francês, o mais novo camisa 10 francês. A seleção francesa de futebol chegou a Copa de 2018 como uma das grandes candidatas ao título, devido a força do elenco, e reforçada com nomes como Benjamin Pavard, Lucas Hernandez e Ousmane Dembele. O favoritismo da França foi comprovado com uma vitória contundente de 4×2 sobre a Croácia na final.

Com uma eliminação precoce na Euro seguinte, os Les Bleus voltariam a levantar um troféu em 2020/21, ao conquistar a Liga das Nações da UEFA.

A disputa pelo tricampeonato mundial

A França chegou novamente à final na Copa do Mundo de 2022, tendo a Argentina pela frente. A partida, uma das mais emocionantes da história das Copas, teve os sul-americanos abrindo 2×0 logo no primeiro tempo.

Porém, a França chegou ao empata após os 35 minutos da segunda etapa, com Mbappé marcando dois gols em dois minutos. Na prorrogação, a Argentina tomou novamente a frente, mas Mbappé fechou o hat-trick com menos de dois minutos para o final do jogo.

Contudo, o jogo ainda tinha muitas emoções pela frente. Kolo Muani teve a bola do jogo nos pés ao sair frente a frente com o gol. O goleiro argentino, Emiliano Martínez, fez a maior defesa da história das Copas, em um dos últimos momentos da partida. Na disputa, a Argentina venceu e se tornou tricampeã do mundo.

A continuidade de Deschamps

Mesmo após duas Copas a frente da seleção, Didier Deschamps ainda é o treinador da seleção francesa. Na Euro 2024, os franceses foram novamente eliminados pelo time campeão, a Espanha.

A perspectiva para o futuro é muito boa. A França conta com jogadores jovens em todas as posições. Esses nomes têm tudo para se desenvolverem e conseguirem levar o país a grandes conquistas.

Todos os títulos da seleção francesa de futebol

Copa do Mundo: 1998 e 2018;

Eurocopa: 1984 e 2000;

Copa das Confederações: 2001 e 2003;

Copa dos Campeões CONMEBOL – UEFA: 1985;

Jogos Olímpicos: 1984.