Marta Vieira da Silva é uma jogadora de futebol feminino, nascida em Dois Riachos, no estado de Alagoas, em 19 de fevereiro de 1986. Criada por sua mãe Tereza da Silva, e sua avó, junto aos três irmãos, Ângela, José e Valdir. Desde de muito nova, apesar das dificuldades e do preconceito, Marta nunca deixou se abalar.
Seu desejo pelo futebol vem desde novinha, quando conheceu o seu primeiro treinador, o Tota, na escolinha de futsal. A princípio, ele a colocava para jogar junto com os meninos, e ela, não temia das divididas e mostrava o seu talento. Até que, ao disputarem o campeonato na cidade vizinha, em Santana de Ipanema, Marta foi impedida de jogar, após mudarem as regras, onde permitiam apenas a participação dos meninos. Contudo ela não desistiu, até conseguir uma vaga no time juvenil do Centro Sportivo Alagoano (CSA), em 1999.
Mas foi no ano seguinte que Marta recebeu uma oportunidade que mudaria toda a sua trajetória, fazer testes nas escolinhas do de futebol do Vasco da Gama e do Fluminense no Rio de Janeiro. A menina não pensou duas vezes e aceitou o desafio, e com a ajuda dos familiares e amigos conseguiu juntar o dinheiro para a viagem.
Ao chegar no Rio, Marta ficou maravilhada ao encontrar outras meninas que também dividiam a mesma paixão que você. Logo após ficar o primeiro dia no time Cruzmaltino, a jogadora recebeu uma proposta e logo foi contratada, nem sequer chegou a fazer o teste no Tricolor Carioca. E assim, iniciou a sua carreira no futebol.
Início da carreira de Marta no futebol
A história de Marta no futebol se inicia ao ter seu contrato com o Vasco da Gama em 2000. Assim, permaneceu até 2003 quando o Clube por dificuldades financeiras encerrou as atividades de futebol feminino. Com o time, conseguiu conquistar o Campeonato Brasileiro sub-19 em 2001.
Sem clube para jogar, a jogadora conseguiu se manter no Rio de Janeiro com ajuda de amigos, e da sua treinadora Helena Pacheco, que logo depois iria virar sua mentora. Tudo isso, porque a atleta já estava atuando pela Seleção Brasileira. Mas pensando em ajudar a jogadora, Helena conseguiu uma vaga no time de Santa Cruz, de Belo Horizonte, onde atuou por pouco tempo.
Com as suas excelentes participações na Copa do Mundo e nos Jogos Pan-Americanos, Marta chamou a atenção dos suecos, e recebeu a sua primeira proposta internacional. Aceitou e permaneceu anos no país. Depois, passou por clubes dos Estados Unidos e Brasil. Até decidir fazer a sua última apresentação com a Seleção Brasileira, que será nas Olimpíadas de Paris em 2024, caso seja convocada.
Atuação e títulos da Marta
Suécia
A carreira internacional de Marta começou aos 18 anos, quando recebeu uma proposta do Umea IK, da Suécia. O time era reconhecido internacionalmente por sua estrutura do time de futebol feminino. No Clube, a atleta permaneceu por 5 temporadas, de 2003 a 2008. Contudo, conquistou grandes títulos com o time em sua passagem. Foram eles:
- Champions League UEFA: 2003/04;
- Super Copa da Suécia: 2003/04;
- Campeonato Sueco: 2005, 2006, 2007 e 2008;
- Copa da Suécia: 2007.
Em 2012, após uma Olimpíada não tão agradável assim, Marta retorna a Suécia, agora para o time Tyresö, com um contrato de dois anos. Ela liderou a equipe a caminho da conquista do Campeonato Sueco em 2012 e do vice-campeonato europeu na temporada 2013/14. Mas em 2014 o Clube foi à falência, o que fez com que o Rosengard fosse atrás da maior estrela do futebol mundial para integrar o seu time.
Com o Rosengard o contrato era apenas de seis meses, podendo se prorrogar, que foi o que aconteceu. Assim, com o Clube foi Bi-Campeão da Liga da Suécia (2014 e 2015), além de um vice-campeonato em 2016.
Além do mais, por passar tantos anos no país, a atleta adquiriu um carinho muito grande pela terra que acabou se naturalizando sueca, e apesar de dizer que jamais trocaria a Seleção Brasileira, os seus planos de aposentadoria, é voltar para o país e manter residência.
Brasil
No Brasil, Marta não teve grandes chances como no exterior. Principalmente, porque o futebol feminino não é tão popular aqui quanto em outros lugares do mundo. Mas, ela teve a oportunidade de jogar em alguns clubes.
Além do início no Vasco, e passagens pelo Santa Cruz, a jovem alagoana também teve a oportunidade de jogar pelo Santos. Em 2009, quando pertencia ao Los Angeles Sol, ao final da temporada estadunidense, a jogadora foi emprestada às Sereias (apelido do time feminino do Santos) por três meses. Nesse período, conseguiu conquistar a Copa Libertadores Feminina e a Copa do Brasil.
Em 2010, Marta retorna novamente ao Santos emprestada, mas desta vez pelo FC Gold Pride, seu novo Clube nos Estados Unidos. O contrato era no final do ano, e duraria apenas dois meses.
Estados Unidos
A sua carreira nos Estados Unidos começou após cinco anos na Suécia. Em 2009, Marta se transfere para o Los Angeles Sol, onde, além de artilheira da competição, conseguiu levar a sua equipe ao vice-campeonato nacional. Ao final da temporada, é emprestada ao Santos. Quando retornou em 2010, não teve tanta sorte assim, já que o seu clube acabou encerrando as atividades.
Ainda em 2010, ela foi contratada pelo Gold Pride onde, novamente, foi artilheira e campeã da Liga Nacional Americana. Novamente no fim do ano, a atleta segue sendo emprestada ao Santos.
Com o contrato encerrado, Marta inicia novamente em um novo clube, dessa vez no Western New York Flash. Mais uma vez, a atleta lidera toda a equipe e conquista o título da liga americana. Após esse período, Marta retorna a Suécia e fica por mais 4 anos.
De volta aos Estados Unidos em 2017, o Clube a anunciar a jogadora é o Orlando Pride. Com a ajuda de Marta, o time chegou aos playoffs pela primeira vez na história. Este é o time atual da atleta. O seu contrato está previsto até o fim deste ano (2024).
Marta e a Seleção Brasileira
O seu no Vasco foi o pontapé inicial na sua carreira na Seleção Brasileira. A primeira convocação foi para a Seleção Brasileira Sub-20, ainda em 2002, quando atuava pelo Clube. Além disso, conseguiu outras duas convocações importantes. Uma Copa do Mundo Feminina, em 2003, onde mostrou todo o seu talento e anotou três gols em quatro jogos, e Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, também em 2003, onde ajudou a seleção a conquistar uma medalha de ouro.
A atleta chamou tanto a atenção com o seu futebol, que no ano seguinte (2004) foi convocada novamente, desta vez para os Jogos Olímpicos em Atenas, onde, juntamente com a equipe, conseguiu trazer a prata para casa. E as convocações não pararam mais desde então.
Presente novamente nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, ela estava presente em mais uma conquista, dessa vez, na medalha de ouro, sob os Estados Unidos, em um Maracanã lotado. No mesmo ano, seguiu mais uma convocação, desta vez para a Copa do Mundo Feminina na China. Marcando sete gols em seis jogos, ela liderou toda a campanha da Seleção, conquistando assim o vice-campeonato, perdendo a final para a Alemanha.
Em 2008, mais uma competição mundial, dessa vez, novamente, as Olimpíadas, em Pequim, onde conquistou a medalha de prata, perdendo a final para os Estados Unidos, não tendo a mesma sorte do Pan-Americano de 2007. Segue nas Olimpíadas nos anos de 2012 em Londres, 2016 no Rio, e 2020 em Tóquio.
A camisa 10 da Seleção Brasileira também esteve presente na Copa do Mundo de 2010 e 2015. Mas foi na edição de 2019, que ficou marcado na história da Marta. Isso porque, com dois gols marcados, ela se tornou a maior artilheira da histórias das Copas do Mundo, entre masculino e feminino, com 17 gols.
Apesar de uma linda história, Marta precisou ficar afastada da Seleção, quando em 2022 sofreu uma lesão do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo e ficou fora por praticamente um ano. Retornou a Amarelinha em 2023, para a sua sexta Copa do Mundo, aos 37 anos.
Marta como a melhor do mundo
Marta é a melhor jogadora do mundo de futebol feminino disparado. Mas o que ninguém esperava é que ela também supera e bate um recorde do futebol masculino. Eleita pela primeira vez a melhor jogadora do mundo em 2006 quando atuava pela Umea IK, da Suécia, a atleta não parou mais de encantar e melhorar cada vez mais o seu futebol.
Tudo isso fica cada vez melhor com o passar dos anos, e isso é comprovado ao ser eleita por cinco vezes consecutivas a melhor jogadora de futebol do mundo, feito nunca alcançado nem pelo futebol masculino. Os títulos de Marta vieram de 2006 a 2010. Contudo, em 2018 ela é a melhor do mundo, mais uma vez.
Aposentadoria da Seleção Brasileira
De acordo com uma entrevista concedida à CNN Esportes S/A, Marta disse que deseja realizar estar presente nas Olimpíadas de Paris 2024, e que essa será a sua última competição pela Seleção Brasileira. “Eu estou trabalhando para isso, eu quero ir pra Olimpíada. Eu quero jogar mais uma Olimpíada, e com certeza se eu for, vai ser fantástico, vai ser maravilhoso e eu vou curtir cada momento, porque esse ano, independente de ir pra Olimpíada ou não, é o meu último ano com a seleção. Não tem mais a Marta em 2025, 2026, 2027 na seleção como atleta. Não tem. Esse é o meu último ano e eu já posso confirmar aqui”.