Raul Plassmann fez história com a camisa número 1 do Cruzeiro na década de 60 e 70. Jogando com a camisa amarela, montou uma tradição no clube que passou para Fábio, o jogador que mais vestiu o manto da Raposa. Além deles, outros grandes goleiros passaram pelo Cruzeiro.
Atualmente, Cássio mantém o costume. Ídolo no Corinthians, ele chegou no meio da temporada 2024 ao clube mineiro e tem tudo para manter o bom desempenho com a camisa número 1. Dessa forma, conheça quem são os principais goleiros da história do Cruzeiro.
Raul Plassmann: o primeiro grande goleiro do Cruzeiro
Natural de Antonina, no Paraná, Raul Plassmann passou por Atlhetico-PR, Coritiba, São Paulo e Nacional (Uruguai) antes de chegar ao Cruzeiro. Na Raposa, começou sua história em 1965. Desse modo, ficou na equipe mineira até 1978. Durante os 13 anos de clube, conquistou a torcida celeste com atuações seguras e liderança. Além disso, foi um dos principais nomes dos títulos que o clube conquistou na década. Plassmann foi decacampeão estadual com o Cruzeiro, vencendo cinco títulos do Campeonato Mineiro seguidos, entre 1965 e 1969.
Porém, o primeiro título de peso foi em 1966, com a conquista da Taça Brasil em cima do Santos, de Pelé. Troféu esse que depois foi reconhecido pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) como Campeonato Brasileiro. Nesse sentido, foi a primeira conquista da liga nacional do Cruzeiro.
Em 1976, ajudou em outro marco importante da história da Raposa: venceu a Copa Libertadores da América. Na campanha cruzeirense, o clube venceu 11 de 13 partidas, perdendo apenas um dos jogos da final, contra o River Plate (Argentina).
O goleiro está nas páginas heroicas e imortais do clube como um dos jogadores que mais vestiu a camisa celeste, com 557 jogos. Além disso, Raul Plassmann marcou um dos símbolos do clube que perduram até hoje: a tradição da camisa de goleiro amarela.
Dida: do Cruzeiro para o mundo
Nelson de Jesus da Silva, no futebol conhecido por Dida, iniciou a carreira profissional no Vitória, da Bahia. No Leão da Barra, foi destaque do Campeonato Brasileiro de 1993, o que o levou a defender o time mineiro. Assim, foi no Cruzeiro a sua principal casa no futebol brasileiro. Nesse sentido, fez 306 jogos pela Raposa entre 1994 e 1998, sendo o quarto goleiro com mais jogos pelo clube.
Durante as cinco temporadas que passou em Belo Horizonte, venceu quatro vezes o Campeonato Mineiro, a Copa do Brasil de 1996, a Libertadores de 1997 e a Recopa Sul-Americana de 1998. Com títulos de peso e qualidade técnica debaixo das redes, entrou para a história como um dos principais goleiros do Cruzeiro e do Brasil.
Porém, a saída do clube não foi das melhores. O jogador forçou sua ida para o futebol europeu e foi para o Milan (Itália), mesmo com contrato a cumprir com a camisa celeste. O caso foi parar na FIFA (Federação Internacional de Futebol), que obrigou os italianos a pagarem uma multa de R$ 5 milhões ao Cruzeiro.
Fábio: um gigante incontestado
Fábio Deivson Maciel Lopes chegou ao Cruzeiro em 2000 por empréstimo junto ao União Bandeirante, equipe do futebol paranaense. Na primeira passagem, jogou apenas quatro partidas com o clube celeste. Porém, em 2005, retornou a Belo Horizonte para fazer história. O goleiro esteve presente em momentos distintos do Cruzeiro. Na fase boa, chegou a ser vice-campeão da Copa Libertadores em 2009 e vice-campeão do Brasileirão de 2010.
Na época, Fábio já fazia exibições de gala, conquistando a idolatria do torcedor cruzeirense. Entretanto, faltavam títulos de peso para o goleiro. Isso mudou a partir de 2013, sendo ele um dos responsáveis pelo bicampeonato brasileiro de 2013 e 2014. Nos anos seguintes, seguiu brilhando com a camisa amarela, dando sequência a tradição criada por Raul Plassmann.
Além disso, Fábio foi se especializando em pegar pênaltis, sendo um dos goleiros com mais defesas na história do futebol. Assim, nas quartas de final da Copa do Brasil de 2018, o Cruzeiro decidiu a vaga para a semifinal contra o Santos nas penalidades. O camisa 1 do Cruzeiro, defendeu as três cobranças santistas. Naquele ano, a Raposa levantou sua sexta taça da competição.
De forma similar ao Dida, o goleiro teve a saída do clube conturbada. Com a compra da SAF (Sociedade Anônima de Futebol) do Cruzeiro por Ronaldo Fenômeno em 2022, a nova diretoria optou por cortar gastos e não renovou com o jogador. A situação gerou protestos da torcida contra os novos mandatários da Raposa. Fábio deixou o Cruzeiro como o jogador que mais vezes atuou pelo clube, com 976 partidas.
Números dos principais goleiros do Cruzeiro
Goleiro | Jogos | Principais títulos |
Geraldo Cantin | 276 | Campeonato Mineiro (1928, 1929, 1930, 1940, 1943, 1944 e 1945) |
Dida | 306 | Campeonato Mineiro (1994, 1996, 1997 e 1998), Copa do Brasil (1996), Copa Libertadores (1997) e Recopa Sul-Americana (1998) |
Geraldo Domingo | 368 | Campeonato Mineiro (1940, 1943, 1944 e 1945) |
Raul Plassmann | 557 | Campeonato Mineiro (1965, 1966, 1967, 1968, 1969, 1972, 1973, 1974, 1975 e 1977), Campeonato Brasileiro (1966) e Copa Libertadores (1976) |
Fábio | 976 | Campeonato Mineiro (2006, 2008, 2009, 2011, 2014, 2018 e 2019), Copa do Brasil (2000, 2017 e 2018) e Campeonato Brasileiro (2013 e 2014) |