O ano de 2024 ficou marcado para sempre na história do futebol feminino. Isso porque, pela primeira vez, foi realizada a Liga das Nações da UEFA da modalidade. A Espanha marcou seu nome em ferro e fogo no futebol mundial ao se tornar a primeira campeã do torneio feminino. Jogando em casa, o time passou facilmente pelas francesas, conquistando o título até então inédito.
A vitória por 2 a 0 em cima das francesas teve os nomes de Aitana Bonmatí e Mariona Caldentey mandando a bola para o fundo da rede adversária na final. Assim elas garantiram que a primeira taça da Liga das Nações da UEFA de futebol feminino ficasse na Espanha mesmo. Aitana, inclusive, saiu como a melhor jogadora em campo depois de ser a Melhor Jogadora de 2023 pela FIFA.
O caminho da Espanha rumo à vitória da Liga das Nações
A Espanha fez parte do Grupo A4 da Liga A, ao lado de Suécia, Itália e Suíça. A La Roja iniciou suas partidas na Liga algumas semanas depois do fim da Copa do Mundo FIFA de futebol feminino, realizado em Sidney, na Austrália, e chegou praticamente invicta às semifinais. Contra a Suécia, a Espanha venceu pelo placar de 3 a 2 o jogo de ida, goleando o time por 5 a 0 na partida de volta. Já contra a Itália, a Roja ganhou o primeiro jogo por 1 a 0, mas perdeu o segundo por 3 a 2 – única derrota da equipe no torneio.
Contudo, os maiores placares da seleção da Espanha na Liga das Nações da UEFA de futebol feminino foram contra a Suíça. No jogo de ida, o time anotou sete gols contra apenas um da adversária. E, na partida de volta, a Espanha ganhou com um placar de 5 a 3. Nas semifinais, a La Roja enfrentou a Holanda em uma partida emocionante, que terminou em 3 a 0 para as espanholas, com gols de Jenni Hermoso, Aitana Bonmatí e Ona Batlle.
Por fim, a final, realizada em fevereiro deste ano em Sevilha, terminou com dois gols da Espanha contra nenhum da França. A partida alcançou o recorde de público para uma seleção feminina, colocando 32,657 torcedores no Estádio Olímpico de La Cartuja, em Sevilha
Vale salientar ainda que a vitória contra a França teve um sabor ainda mais especial. Isso porque a Seleção da Espanha, liderada por Irene Paredes, nunca havia conseguido derrotar a Seleção Francesa antes.
Vitória na Liga das Nações confirma fase boa da Seleção da Espanha
A conquista da primeira Liga das Nações da UEFA de futebol feminino confirma a excelente fase das Las Rojas. Isso porque a conquista vem pouco depois da seleção se tornar também campeã mundial após vencer o Mundial Feminino da FIFA, em agosto de 2023. Agora as atletas, sob o comando da técnica Montse Tomé, estão disputando as classificatórias da Eurocopa Feminina de 2025.
Paralelamente a isso, a Seleção da Espanha se prepara para os Jogos Olímpicos de Paris 2024. E, por falar em Olimpíadas, a atual campeã do mundo faz parte do mesmo grupo que a Seleção Brasileira. As duas equipes integram o grupo C, juntamente com Nigéria e Japão.
A seleção espanhola estreia nos Jogos Olímpicos no dia 25 de julho, em partida contra o Japão. Já o Brasil de Marta enfrenta a seleção de Jenni Hermoso, Aitana Bonmatí e Irene Paredes nos jogos deste ano no dia 31 de julho.
Jenni Hermoso: atacante da Espanha lida com assédio no futebol
O êxito da La Roja vem após um episódio problemático no mundo do futebol feminino. A centroavante e ex-capitã da seleção Jenni Hermoso foi novamente uma importante jogadora dentro de campo na conquista da Liga das Nações da UEFA de futebol feminino. No entanto, ela própria enfrentou um problema gravíssimo fora deles.
Após a vitória da Espanha no Mundial feminino da FIFA, em setembro de 2023, a técnica Montse Tomé dispensou temporariamente Jenni da seleção. O motivo dado pela treinadora foi proteger a atacante. Isso porque Hermoso apresentou uma queixa por agressão sexual contra Luis Rubiales, na época presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFEF). A atacante foi beijada por Rubiales sem seu consentimento durante a cerimônia de premiação após a conquista do Mundial.
Em outubro do mesmo ano, Jenni Hermoso voltou a fazer parte da convocação de Montse e está presente em basicamente todas as partidas desde então. Segundo a ESPN, em entrevista coletiva antes da final da Liga das Nações, a jogadora afirmou não ter entendido a atitude da treinadora. “Mudei muito, pessoalmente e no sentido futebolístico. Tudo serviu para me tornar mais forte. Aprendi muito e tenho sorte de estar de volta a mais uma final depois de seis longos meses”, declarou a atacante na ocasião.
Já Luis Rubiales foi afastado do seu cargo na RFEF. Além disso, a FIFA o baniu de toda e qualquer atividade ligada ao futebol pelo período de três anos. Ele também deve obedecer uma ordem de restrição que o proíbe de se aproximar da jogadora.
