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Descubra como foi o desempenho de Fernando Diniz na Seleção Brasileira

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O Brasil no futebol vive um momento delicado em sua história. Após eliminação da Copa América, o time comandado por Dorival Júnior recebeu diversas críticas devido as suas atuações no torneio. Não apenas isso, mas as más-performances da equipe, para os torcedores, tem sido uma constante desde o ano passado, exceção a um ou dois jogos. Inclusive, durante o período de Fernando Diniz na Seleção Brasileira, pode-se dizer que eles chegaram ao seu ápice.

Mas afinal, quais foram os números de Diniz com a Seleção? E seus resultados foram tão ruins mesmo? Caso você queira saber a resposta dessas perguntas, leia o texto a seguir. Vamos explorar a origem do “Dinizismo” e um pouco de sua trajetória no futebol.

O começo de Diniz como treinador

Embora tenha apenas 50 anos, uma idade relativamente baixa para um técnico, Diniz já passou em diversos clubes ao longo de sua carreira. Nascido em Patos, na cidade de Minas Gerais, sua primeira experiência no cargo veio na equipe do Votoraty em 2009.

Essa seria a tônica do início de sua carreira, quando o treinador passou por vários clubes no interior de São Paulo antes de se estabelecer em um elenco de maior expressão. E, no caso, o clube em que acabou por fazer mais sucesso e apresentá-lo de vez ao futebol brasileiro foi o Audax, time que teve quatro passagens, sendo a terceira a mais bem-sucedida.

Com Diniz no comando, o Audax fez uma das melhores campanhas do Paulistão 2016. Terminou em primeiro na fase de grupos e chegou até a final eliminando Corinthians e São Paulo no mata-mata, sendo derrotado apenas pelo Santos do próprio Dorival Júnior na decisão.

O Dinizismo

Durante esse período, não foi apenas o resultado que encantou, mas o futebol praticado. O time do interior paulista prezava bastante pela posse de bola e envolvia seus adversários, algo que poucas equipes no país faziam na época. Esse era o início do “Dinizismo”. Segundo matéria feito pelo GE, que analisou esse estilo de jogo, alguns dos conceitos dele são:

  • Saída de jogo curta que atrai a marcação;
  • Passes curtos para quebrar linhas adversárias;
  • Ataque de espaços;
  • Superioridade numérica.

Muitos, aliás, o compararam com Pep Guardiola e seu “Tiki-Taka” no futebol europeu. Dessa forma, o próprio Fernando e outros jogadores, como Tchê Tchê, Sidão e Camacho, foram colocados sob os holofotes.

Período em clubes Grandes

Após seu sucesso no interior paulista, Diniz começou sua trajetória nos grandes mercados do país. O primeiro clube da elite que treinou foi o Athletico Paranaense em 2018. Lá, teve até um bom início, mas o desempenho do time caiu durante a temporada e ele foi demitido após apenas alguns meses.

Os dois trabalhos em que teve mais sucesso, desde então, foram no São Paulo e no Fluminense. No tricolor paulista, permaneceu por dois anos e chegou até as semis da Copa do Brasil e à liderança provisória do Brasileirão, ambos em 2021. Já no Flu viveu o melhor momento da carreira. De 2022 a 2024 permaneceu nas Laranjeiras e levantou uma Libertadores e uma Recopa Sul-Americana enquanto esteve por lá.

Além disso, a passagem pelo Tricolor Carioca coincidiu justamente com o período de Fernando Diniz na Seleção Brasileira.

A Seleção Brasileira antes de Diniz

Antes de comentar sobre Fernando Diniz na Seleção, é preciso entender um pouco do cenário da CBF antes de ele chegar.

Após a saída de Tite, ao final da Copa de 2022, a Confederação inicialmente pretendia esperar um ano para que pudesse contratar um novo técnico. O motivo? O nome procurado, Carlo Ancelotti, ainda estaria sob contrato no Real Madrid até 2024.

Sendo assim, os dirigentes resolveram apontar um treinador interino para ocupar o cargo durante esse tempo. Inicialmente, o nome original era Rogério Micale que, após uma série de performances ruins, acabou sendo demitido.

Com isso, em 4 de Julho de 2023, Fernando foi contratado para ser o novo interino.

Fernando Diniz na Seleção Brasileira

Os dois primeiros jogos do treinador pela Seleção foram contra Bolívia e Peru pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo em 2026. O time saiu com vitória nas partidas que, infelizmente, seriam os únicos bons momentos de Diniz por lá.

Após isso, não conseguiu mais nenhum resultado positivo e as atuações deixaram bastante a desejar. A fluidez e a circulação efetiva da bola que conseguia impor na equipe do Fluminense não apareceram no Brasil. Além disso, falhas defensivas, que já eram um problema no Tricolor, passaram a vir aos montes na equipe brasileira.

Mas afinal, quais os motivos de um trabalho tão abaixo? É impossível cravar com segurança, mas várias circunstâncias podem ter ajudado nisso. A crise interna na CBF e a lesão de Neymar são dois pontos consideráveis, fora o fato de o trabalho de Diniz ser complexo demais para se implementar em tão pouco tempo de treino. Aliás, é preciso destacar que ele não saiu do Flu, e precisou treinar dois times simultaneamente, um outro agravante.

As estatísticas do técnico por lá

No geral, o técnico comandou a Seleção Canarinho por apenas seis partidas. Com duas vitórias, um empate e três derrotas. Somado a isso, foram somente 8 gols marcados e 7 sofridos.

Diante do seu comando, o Brasil colecionou uma série de recordes negativos nas Eliminatórias. Dentre os principais é possível destacar:

  • Perda de invencibilidade após 37 jogos;
  • Primeira derrota na história em casa;
  • Primeira derrota por 2 gols de diferença após 8 anos;
  • Pior campanha do Brasil no torneio após 6 rodadas;
  • Primeira derrota para o Uruguai após 22 anos;
  • Primeira derrota para a Colômbia na história da competição.

Todos esses pontos negativos acrescentados com o péssimo desempenho fizeram com que 2023 se tornasse um dos piores anos de toda a história do time brasileiro. E isso não deixou muito espaço para a permanência do treinador.

Sendo assim, mesmo que, em tese, Diniz fosse interino, acabou por ser mandado embora no dia 5 de janeiro de 2024. O seu substituto, Dorival Júnior, foi contratado no dia 11 do mesmo mês e assumiu como efetivo, já que Ancelotti não sairá do Real Madrid.