Poucas torcidas conseguem se orgulhar de jamais terem enfrentado o rebaixamento no Brasileirão. Perto de completar 99 anos, o Cruzeiro foi rebaixado pela primeira vez em 2019, em meio à crise político-financeira e problemas dentro do campo.
Acompanhe o artigo e saiba mais sobre a trajetória do clube!
O Cruzeiro sofreu o rebaixamento em 2019, mesmo com um elenco formado por Rodriguinho, Fábio, Thiago Neves e Fred. Após conquistar o título estadual, a equipe não conseguiu manter o desempenha e teve uma campanha altamente irregular. O rebaixamento se confirmou na última rodada, com a derrota por 2 a 0 para o Palmeiras no Mineirão.
Na ocasião, foram apenas 36 pontos conquistados e um amargo 17º luga. O número de vitórias e o excesso de empates foram decisivos para a queda: sete vitórias e 17 empates em 38 partidas do Campeonato Brasileiro.
Da administração ao campo
Problemas de má gestão e política conturbada
O rebaixamento do Cruzeiro teve muito a ver com a má gestão, sob comando de Wagner Pires de Sá, mas também das administrações anteriores. Desde 2011, o clube acumulava déficits anuais, apesar de ter conquistado dois títulos brasileiros (2013 e 2014). No entanto, esses títulos vieram acompanhados de gastos excessivos e dívidas crescentes. Além disso, o clube não revertia a venda de jogadores para seus cofres. Nem os dois títulos da Copa do Brasil (2017 e 2018) foram suficientes para deixar o momento financeiro mais tranquilo.
Além disso, o cenário político conturbado, que se iniciou com a última eleição presidencial de 2017, também teve impacto. Embora aliados durante a campanha, Wagner Pires de Sá e Gilvan de Pinho Tavares romperam logo após o pleito, principalmente pela confirmação de que Itair Machado ficaria no comando do futebol. O rompimento também envolveu a eleição para o conselho deliberativo.
Troca de técnicos
O extracampo já se mostrava conturbado desde 2017, mas, no aspecto esportivo, o Cruzeiro também tomou decisões que contribuíram para a queda. Durante o Campeonato Brasileiro de 2019, cinco treinadores passaram pela equipe, incluindo um interino, Ricardo Resende.
O Cruzeiro começou o Brasileirão sob comando de Mano Menezes, que foi demitido em agosto após conquistar 10 pontos em 13 jogos, com aproveitamento de 25,6%. Rogério Ceni o substituiu, mas, com aproveitamento de 38,09% e oito pontos conquistados em 21 disputados, foi desligado após um mês.
Dessa maneira, contrataram Abel Braga, mas ele foi demitido em novembro. Foram três vitórias, três derrotas e oito empates. Ou seja, o treinador teve um aproveitamento de 40,47%.
Por fim, veio a contratação de Adilson Batista, ídolo cruzeirense como jogador e que, como treinador, levou o time à final da Libertadores de 2009. Com apenas 10 dias de trabalho e três jogos restantes, o clube sofreu três derrotas e não marcou sequer um gol. Dessa forma, o Cruzeiro foi rebaixando pela primeira vez em sua história.
Quantos anos o Cruzeiro ficou rebaixado?
Em 2022, todo o sofrimento dos três anos anteriores se transformou em alegria para os torcedores. O Cruzeiro conquistou o título da Série B ainda na 32ª rodada, sendo o campeão mais antecipado da história da competição, e garantiu seu retorno à elite do Campeonato Brasileiro.
A trajetória do time mineiro rumo à Série A começou em dezembro de 2021, quando Ronaldo Fenômeno, ex-jogador do Cruzeiro e ídolo da Seleção Brasileira, confirmou o acordo de compra do clube, transformando o clube em SAF (Sociedade Anônima do Futebol).