Após vencer o Campeonato Brasileiro de 2023, o Palmeiras era tido como um dos favoritos a levantar o caneco novamente em 2024. Caso conseguisse, seria o terceiro consecutivo, o que faria com que a equipe ganhasse cinco taças na era dos pontos corridos e se isolasse como a maior vencedora. No entanto, essa temporada acabou sendo do Botafogo, que ficou somente seis pontos à frente dos alviverdes após o final das 38 rodadas e levantou seu primeiro caneco da competição desde 1995.
Mas, afinal, existe alguma análise tática do Palmeiras ou estatística que explique o porquê do Glorioso conquistar o título dessa vez? Veja o texto a seguir para ver se consegue chegar a uma conclusão e confira como time de Abel Ferreira se saiu no torneio.
Estatísticas básicas
Observando apenas as estatísticas básicas, já é possível ter um panorama geral da performance do Verdão no evento. E, no geral, ela foi, mais uma vez, muito boa.
Ao todo, em 38 jogos disputados, foram 22 vitórias, sete empates, nove derrotas e 73 pontos obtidos. Além disso, a equipe marcou 60 vezes (segundo melhor ataque) e sofreu apenas 33 gols (segunda melhor defesa). Para efeito de comparação, essa campanha foi melhor que a do bicampeonato na temporada anterior, na qual o Palmeiras fez 70 pontos.
No entanto, não significa que ela foi perfeita, especialmente em seu começo, já que nas oito primeiras rodadas do torneio, o “Palestra” tinha apenas oito pontos e estava longe da ponta. Verdade seja dita que alguns dos oponentes até então eram concorrentes diretos, como Internacional, São Paulo e Flamengo. Todavia, contra Inter e Flamengo, a equipe jogou em casa e poderia ter tido um resultado melhor se aproveitasse mais as suas chances.
Análise tática do Palmeiras
Como Abel é um treinador que muda constantemente a formação, fica difícil fazer uma análise tática precisa do Palmeiras sem que ela se submeta a uma mudança no jogo seguinte. Entretanto, é possível notar que o treinador se utilizou bastante de um 4-2-3-1 em algumas das partidas mais recentes nesse final do torneio. Essa é uma estratégia que procura explorar muito os pontas, Felipe Anderson e Estevão, para fazê-los render o máximo que podem na parte ofensiva.
Vale destacar que o Palmeiras conseguia criar um bom número de oportunidades de gol. No entanto, esbarrava na falta de pontaria de seus atacantes. Mesmo assim, não dá para falar que a equipe tinha um grande rendimento na parte ofensiva, visto que havia uma falta de repertório.
O fato do time ter sido a segunda melhor defesa não quer dizer que ele foi bem nesse lado do campo. A equipe vem marcando individual, porém, isso não tem gerado bons resultados. A defesa tem ficado muito mais exposta, o que gera um alto número de chances de gol dos adversários.
Estatísticas avançadas
E, por fim, depois de uma breve análise tática do Palmeiras, chegamos às estatísticas avançadas, que têm como base o site “FBref”.
No que se refere à posse de bola, ela é praticamente a mesma da temporada anterior, cerca de 53%. Além disso, a efetividade dessa posse (Gols previstos por minuto), é até maior: 1,53 esse ano contra 1,50 do ano passado. O que, consequentemente, também elevou o valor xG (Gols esperados) de 1,51 em 2023 para 1,76 em 2024.
Todavia, existe uma diferença grande no que se refere a assistências. O outro Palmeiras de Abel, a cada 90 minutos, tinha impressionantes 1,16, enquanto este teve 0,92. Pode parecer um detalhe mínimo, mas talvez explique porque, em gols absolutos, os palmeirenses foram melhores no Brasileirão anterior, com 64 bolas na rede, do que no mais recente.
Aliás, o próprio Botafogo desse ano, com 1,08 assistências por duelo, levou certa vantagem nesse aspecto.