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Haas: a equipe americana e seus desafios na Fórmula 1

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Quando falamos de Fórmula 1, há alguns anos era comum pensar logo na Ferrari ou Red Bull. No entanto, é necessário entender uma mudança que ocorreu nos últimos 10 anos, quando uma equipe americana tomou destaque. Essa é a Haas, que chegou na Fórmula 1 há uma década e já está fazendo história. Vamos entender qual é a origem da equipe, como está sendo a sua atuação e quem são seus corredores a seguir!

Qual é a história da Haas?

Haas foi a primeira equipe americana a submeter uma inscrição para a Fórmula 1 após o projeto US F1 em 2010, que acabou fracassando. Além disso, essa é a primeira equipe americana a competir desde que a equipe Haas Lola, não relacionada à Haas atual, correu nas temporadas de 1985 e 1986. Vale notar que a equipe Haas Lola era de propriedade do ex-chefe da McLaren, Teddy Mayer, e de Carl Haas, que não tinha relação com Gene Haas.

Após o colapso da Marussia F1 durante a temporada de 2014 e o leilão de seus ativos, Haas comprou a sede da equipe em Banbury para servir como base avançada para suas operações. Sem restrições pelas regulamentações de testes até o momento em que a equipe entrou oficialmente na Fórmula 1, Haas testou seu novo carro em dezembro de 2015. No entanto, os testes oficiais ocorreram na pré-temporada em Barcelona, no início de 2016. 

A Haas procurou o fabricante italiano Dallara para construir seu chassi, com uma unidade de potência fornecida pela Ferrari. O ex-diretor técnico da Jaguar e da Red Bull Racing, Guenther Steiner, foi o chefe de equipe por 10 anos, até 2024. Além disso, a Haas confirmou que seu novo carro passou nos testes de impacto obrigatórios da FIA em janeiro de 2016. Vale notar também que, além da Haas F1, a equipe está presente no Nascar, outra categoria de automobilismo.

Haas ao longo das temporadas

A Haas não está na Fórmula 1 há décadas como outras equipes. Mas isso não significa que ela já não tenha um histórico de temporadas emocionantes. Então vamos entender como foi cada temporada da equipe desde que chegaram na F1.

2016

Romain Grosjean e Esteban Gutiérrez pilotaram para a equipe em 2016. Na estreia da equipe no Grande Prêmio da Austrália, Grosjean terminou em sexto lugar, marcando oito pontos para a equipe. Sendo assim, a Haas foi o primeiro construtor americano a marcar pontos em sua primeira corrida na Fórmula 1. 

Na mesma corrida, Gutiérrez se envolveu em um acidente que destruiu a McLaren do ex-campeão mundial Fernando Alonso. Isso causou a interrupção temporária da corrida com bandeira vermelha. Outra corrida impressionante seguiu no Bahrein, na qual Grosjean terminou em quinto lugar. No entanto, no restante da temporada, a equipe perdeu ritmo, marcando pontos em apenas três outras ocasiões. Além disso, Grosjean somou todos os 29 pontos, levando a equipe ao oitavo lugar no Campeonato de Construtores.

2017

Kevin Magnussen correu ao lado de Grosjean em 2017, substituindo Gutiérrez. Na primeira corrida da temporada, a equipe teve seu melhor desempenho em uma classificação, com Grosjean pilotando o VF-17 até o sexto lugar. No entanto, durante a corrida, ambos os carros foram forçados a abandonar devido a falhas mecânicas. 

O segundo fim de semana de corrida foi melhor para a equipe, com Magnussen terminando em oitavo lugar. O corredor marcou seus primeiros pontos desde sua 10ª colocação no Grande Prêmio de Cingapura de 2016. Além disso, foram os primeiros pontos da Haas desde o Grande Prêmio dos Estados Unidos de 2016, quando Grosjean também terminou em 10º.

O sucesso da equipe continuou em 2017, quando a Haas conseguiu seus primeiros pontos duplos em Mônaco, onde Grosjean e Magnussen terminaram em 8º e 10º, respectivamente. A equipe terminou em oitavo lugar no Campeonato de Construtores pelo segundo ano consecutivo, após ser superada pela Renault Sport Formula One Team nas últimas corridas.

2018

Em fevereiro de 2018, a Haas revelou seu novo carro, o VF-18, embora alguns concorrentes tenham pedido uma investigação devido à sua semelhança com o Ferrari do ano anterior, o SF70H. Após um bom desempenho nos testes, a Haas teve novamente um fim de semana competitivo na Austrália. A equipe acabou conquistando as melhores posições de largada da equipe até então, com Magnussen largando em quinto e Grosjean em sexto. 

Durante a corrida, os corredores estavam em quarto e quinto lugares, o que lhes daria o melhor resultado e metade dos pontos da equipe em 2017. Porém, ambos os carros abandonaram uma volta após seus respectivos pit stops. Eventualmente, eles igualaram esse resultado de quarto e quinto lugares na Áustria. Portanto, superando o total de pontos de 2017 após apenas nove corridas. 

Já no Grande Prêmio de Singapura, Magnussen marcou a primeira volta mais rápida da Haas. Sendo assim, 2018 foi sua melhor temporada da Haas até então, terminando em quinto lugar no Campeonato de Construtores, um ponto a menos do que o desempenho do ano anterior.

2019

A Haas firmou um contrato de patrocínio com a Rich Energy para 2019, mantendo os pilotos Grosjean e Magnussen pelo terceiro ano consecutivo. O carro da temporada, o VF-19, mostrou bom desempenho nas classificações, mas teve dificuldades nas corridas. Mesmo assim, Magnussen obteve o melhor resultado da equipe no sexto lugar no GP da Austrália. Porém, a equipe enfrentou problemas ao longo da temporada, incluindo uma colisão entre os dois pilotos no GP da Grã-Bretanha. 

No entanto, a Rich Energy encerrou o patrocínio em setembro após problemas legais. A Haas terminou a temporada em nono lugar no Campeonato de Construtores, com apenas 28 pontos, seu pior desempenho desde 2016.

2020 até 2022

A Haas manteve sua dupla de pilotos Grosjean e Magnussen para 2020. A equipe marcou apenas três pontos na temporada, com Magnussen em 10º na Hungria e Grosjean em 9º no GP de Eifel. Portanto, a equipe encerrou o ano com seu menor desempenho no Campeonato de Construtores. Durante o GP do Bahrein, Grosjean sofreu um grave acidente que partiu seu carro ao meio e o envolveu em chamas. Ele escapou com queimaduras nas mãos, sendo substituído por Pietro Fittipaldi no GP seguinte.

Para a temporada de 2021, Grosjean e Magnussen deixaram a equipe, sendo substituídos por Nikita Mazepin e Mick Schumacher. Com Uralkali como patrocinadora, a Haas focou no desenvolvimento do carro de 2022, sacrificando o desempenho em 2021. Mazepin teve uma temporada difícil, enquanto Schumacher terminou em 16º em sua estreia.

Em 2022, após a invasão russa da Ucrânia, a Haas encerrou o contrato com Uralkali e demitiu Mazepin, substituindo-o por Magnussen. O foco no desenvolvimento do VF-22 tornou o carro competitivo. Assim, a equipe conseguiu uma dobradinha de pontos no GP da Grã-Bretanha, com Schumacher marcando seus primeiros pontos. A Haas continuou a ter bons resultados, incluindo uma pole position inédita para Magnussen no GP de São Paulo. No entanto, mesmo com bons resultados, Schumacher deixou a equipe no final da temporada.

2023 até 2025

A Haas assinou um contrato de patrocínio principal com a MoneyGram para a temporada de 2023 em diante. Além disso, o retorno de Nico Hülkenberg à Fórmula 1 foi anunciado antes do Grande Prêmio de Abu Dhabi de 2022, formando dupla com Magnussen para 2023. A Haas também confirmou que Pietro Fittipaldi continuaria como piloto de testes e reserva. Fittipaldi já havia substituído Romain Grosjean nas últimas duas corridas de 2020 após seu acidente.

Durante o Grande Prêmio do Canadá de 2023, Hülkenberg conseguiu a melhor posição de classificação da equipe, ficando em segundo lugar, mas foi penalizado e largou em quinto. A Haas terminou a temporada em 10º no campeonato de construtores, com apenas 12 pontos, enfrentando dificuldades nas corridas devido ao desgaste excessivo dos pneus do VF-23. Nessa temporada, o melhor resultado da equipe foi o sétimo lugar de Hülkenberg no GP da Austrália.

Para o ano de 2024, a Haas manteve sua dupla de pilotos, Hülkenberg e Magnussen. No entanto, em janeiro de 2024, o contrato do chefe da equipe, Guenther Steiner, não foi renovado. Assim, ele foi substituído pelo engenheiro Ayao Komatsu. A equipe também assumiu o papel de satélite da Ferrari após a saída da Alfa Romeo da Sauber. No mês de agosto de 2024, a Haas foi obrigada a pagar US$ 9 milhões à Uralkali por um contrato de patrocínio cancelado. Mais tarde, Magnussen foi suspenso por uma corrida após acumular 12 pontos de penalização, sendo substituído por Oliver Bearman.

Para a temporada de 2025, já foi confirmado que Hülkenberg e Magnussen deixarão a equipe. Portanto, Bearman e Esteban Ocon entram na Haas como novos pilotos. A expectativa é que o ano de 2025 venha com menos dificuldades.

Principais desafios da Haas nos últimos anos

É evidente que a equipe possui algumas dificuldades claras que ocorreram ao longo dos anos. Devemos notar que algumas são relacionadas a patrocínios, porém muitas são por conta do foco em seus carros. Enquanto é importante fabricar os melhores carros possíveis para as corridas, muito desempenho foi sacrificado no processo. Podemos ver isso principalmente na temporada de 2021, quando o foco dado para o carro de 2022 foi maior que o desempenho da equipe naquele ano.

Além disso, em 2019 com o VF-19 e em 2023 com o VF-23, o desgaste excessivo dos pneus e problemas de confiabilidade muitas vezes os fizeram perder posições nas corridas. Fora isso, as trocas de corredores ao longo das temporadas também foram um fator de desafio para a equipe. A expectativa para 2025 é que esses problemas acabem e que a Haas possa brilhar novamente.

Quem foram os principais corredores da Haas?

Alguns nomes de países diferentes já passaram pela equipe. Entenda quem são esses principais abaixo!

Esteban Ocon

Esteban José Jean-Pierre Ocon-Khelfane é um piloto de corrida francês que vai se juntar à Haas em 2025, mas está na Alpine atualmente. Ele foi membro da Mercedes Junior Team de 2015 a 2019. Além disso, Ocon fez sua estreia na Fórmula 1 no Grande Prêmio da Bélgica de 2016 com a Manor. Até o Grande Prêmio de Singapura de 2024, Ocon alcançou uma vitória em corrida e três pódios na Fórmula 1.

Oliver Bearman

O novo corredor titular da equipe já tem nome, e ele é Bearman. Graduando-se do karting para as categorias de fórmula júnior em 2020, Bearman conquistou seu primeiro campeonato no Campeonato Italiano de F4 de 2021. Além disso, ele venceu o Campeonato ADAC F4 naquele ano, ambos com a Van Amersfoort Racing. Bearman então competiu na FIA Fórmula 3 em 2022, terminando em terceiro em sua temporada de estreia com a Prema Racing. Ele progrediu para a Fórmula 2 em 2023, vencendo várias corridas em duas temporadas.

Kevin Magnussen

Kevin Magnussen foi um dos principais corredores da Haas por anos, mas está de saída em 2024. Ele fez sua estreia na Fórmula 1 em 2014 com a McLaren, quando terminou em segundo lugar no Grande Prêmio da Austrália. Até o Grande Prêmio de Singapura de 2024, ele possui uma pole position, duas voltas mais rápidas e um pódio na Fórmula 1.

Nikita Mazepin

Mazepin é um piloto russo da Haas que começou sua carreira no karting, passando por várias categorias de fórmula, incluindo Fórmula Renault 2.0 e Campeonato Europeu de Fórmula 3 da FIA. Mazepin fez sua estreia na Fórmula 1 no Grande Prêmio do Bahrein de 2021, no entanto não performou bem na pista.