Quem vê a jovem Tota Magalhães estrear em Jogos Olímpicos no ciclismo de estrada em Paris nem imagina que a jovem Ana Vitória Magalhães poderia estar representando o Brasil em outro esporte: o futebol. Quando criança, Tota era atacante e se dedicava ao futebol, mas, aos 15 anos, resolveu dar uma chance ao ciclismo e se apaixonou.
Contudo, o empurrãozinho que faltava para que a jovem fizesse do esporte o seu sonho veio quando três anos depois. Aos 18, ela participou de uma prova de ciclismo de estrada na região sul de Minas Gerais, competindo ao lado de ninguém menos que Bernardinho.
Depois da prova, Tota foi trocar algumas palavras com o técnico da seleção brasileira de vôlei e recebeu o apoio que a fez se dedicar integralmente à modalidade. Mas, infelizmente, não foi fácil dar as primeiras pedaladas. Afinal, uma pandemia atrapalhou o início de carreira de Tota Magalhães. Mas ela não desanimou.
Treinando em casa e totalmente focada, Tota se preparou para estar sempre entre as melhores. Então, quando pode, foi para a Espanha para uma imersão total no esporte e estar próxima das principais competições da bike.
Foi no Velho Continente, inclusive, que ela disputou suas primeiras competições, dentre elas, a Volta à Espanha, que terminou na posição 81 dentre 127 ciclistas. “Foi a prova mais importante do ano, foi legal perceber a minha evolução“, declarou ao site Olympics.com, em outubro de 2023.
Em 2021, Tota Magalhães participou dos Jogos Pan-Americanos Júnior em Cali, na Colômbia. Na ocasião, a jovem “iniciante” de apenas 20 anos e inexperiente em grandes eventos terminou a competição em quarto lugar. A brasileira conquistou a mesma colocação na edição adulta do Pan, realizado em Santiago em 2023, após terminar a prova com o tempo de 2h56m14s, apenas 2min09s a mais que a medalhista de ouro.
A estreia olímpica de Tota Magalhães
Se tem uma constante na vida de atleta de Tota Magalhães, é a velocidade. Com 23 anos – e apenas oito deles dedicados ao ciclismo de estrada –, as coisas aconteceram bem rápido em sua estrada profissional. Se em plena pandemia ela treinava em casa, este ano, disputa sua primeira olimpíada.
A classificação de Tota veio via ranking. O Brasil teve direito de enviar uma representante para a prova de ciclismo de estrada feminino por estar em 38º lugar no ranking das nações da União Ciclística Internacional (UCI). Assim, Tota Magalhães foi a escolhida.
As provas de ciclismo de estrada em Paris se dividem em dois tipos: contrarrelógio e resistência – ambas individuais. Tota Magalhães competiu na categoria resistência, na qual a atleta precisa pedalar por um percurso de 158 quilômetros. Mas, na parte final da prova, as competidoras precisaram encarar uma subida na região de Montmartre, que tem ruas estreitas e com paralelepípedo. A chegada fica em Trocadéro, na capital francesa.
A disputa da prova de resistência do ciclismo de estrada feminino aconteceu no dia 4 de agosto. Tota Magalhães, então, completou o percurso de 158 quilômetros em 4h10min47s, cerca de 11 minutos a mais que a vencedora, a norte-americana Kristen Faulkner, que completou a prova em 3h59min23s. Com este tempo, a estreante deixou a olimpíada na 74ª colocação.