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Paris 2024: conheça Nicolas Albiero, nadador que trocou os EUA pelo Brasil

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O provérbio “filho de peixe, peixinho é” nunca descreveu melhor uma pessoa como Nicolas Albiero, atleta da equipe brasileira de natação dos Jogos Olímpicos Paris 2024. Isso porque ele é filho de Arthur Albiero e Amy Comerford, dois nadadores que conquistaram vários títulos em circuitos universitários nos Estados Unidos.

Nicolas, inclusive, era a “promessa” da natação norte-americana. Isso porque ele nasceu lá, na cidade de Louisville. E foi com o time da universidade de lá, treinado por seu pai, que Albieri começou seus treinos na água. Logo os resultados apareceram. Nicolas foi vice-campeão júnior e bicampeão dos jogos universitários representando o país entre os anos de 2021 e 2022.

No entanto, o jovem tinha outra batalha a enfrentar – esta fora das piscinas. Durante os tempos de universidade, com suas conquistas, ele começou a se preocupar com a forma como as pessoas reagiriam ao “descobrirem” sua sexualidade. 

Ele, então, conversou com familiares e amigos próximos sobre o assunto pela primeira vez. E a reação não poderia ser outra: Nicolas recebeu muito apoio e carinho. Assim, em 2022, ele se assumiu gay em suas redes sociais. Com isso, ele se tornou o primeiro atleta da natação brasileira assumidamente homossexual, levantando, ainda, a bandeira da igualdade e lutando por uma maior representatividade LGBTQIAPN+ no esporte. 

O amor de Nicolas Albiero pelo Brasil

Mesmo sendo cada vez mais favorito na natação norte-americana, Nick sentia que algo estava errado no país em que vivia. Em 2023, então, ele fez um dos mergulhos mais ousados de sua carreira: viajou para o Brasil para conhecer sua família, em um período que estava a ponto de desistir da natação.

Por 20 anos, nadei na mesma piscina. Via as mesmas pessoas praticamente por vinte anos. Honestamente, cheguei ao ponto de estar tão infeliz, que estava pensando em desistir. E isso estava refletindo na minha performance”, revelou o atleta ao podcast de Arthur Cury, também nadador.

No Brasil, Nick foi morar em Belo Horizonte. Em uma última tentativa de se manter nadando, o jovem passou a defender o Minas Tênis Clube. E o brilho diante de uma piscina voltou aos seus olhos. Assim, na terra em que seu pai nasceu, Nicolas Albiero não apenas redescobriu o amor pelo esporte, como também conquistou uma sonhada vaga para disputar a Olimpíada de Paris representando o país. 

Contudo, a vaga olímpica não viria assim, tão fácil. Atrasos na naturalização brasileira fizeram com que a única chance de Albiero ir para Paris fosse conquistar o índice olímpico durante as seletivas no Troféu Brasil deste ano. 

Assim, ele se dedicou ao máximo, ganhando duas medalhas de ouro: nos 200 m costas e 200 m borboleta. Nesta última, ele registrou o tempo de 1min55s52, bem abaixo do índice. Agora em 2024, Nicolas Albiero participou de uma Olimpíada pela primeira vez. 

O brasileiro caiu na piscina na manhã do dia 30 de julho para competir nos 200 m borboleta. No entanto, ele terminou em sétimo lugar em sua bateria, anotando um tempo de 1min56s49, muito superior ao dos adversários.

O húngaro Kristof Milak, recordista olímpico e mundial, foi primeiro colocado com o tempo de 1min53s92. Assim, Nick ficou na 18ª posição geral. Uma vez que apenas os 16 melhores avançam na competição, o atleta naturalizado brasileiro ficou de fora das semifinais.