Não dá para negar que a esgrima é um esporte complexo. Além das inúmeras regras, o lutador precisa estar atento a todos os movimentos do seu oponente para se consagrar o vencedor do embate. O Brasil não tem medalha olímpica na modalidade, mas o novo ciclo de atletas promete surpreender, assim como Mariana Pistoia.
A gaúcha de 26 anos coleciona medalhas nacionais e internacionais, além da participação em na Olimpíada 2024.
Trajetória de Mariana Pistoia na esgrima
Mariana Pistoia passou de espectadora das Olimpíadas para competidora. A recompensa pelos treinos intensos e a preparação diária veio em forma de vaga para a primeira jornada olímpica da carreira. A gaúcha faz parte da nova geração da esgrima brasileira que, apesar de nova, tem tudo para brigar por medalhas.
Dedicada, talentosa e esforçada. Estas são palavras que descrevem Mariana. Em 2016, durante palestra no evento da Ted Talks, em Porto Alegre, a atleta contou a sua história com o esporte para, quem sabe, influenciar meninos e meninas a se arriscarem na modalidade e a lutarem por seus sonhos.
A jovem entrou na esgrima por influência do irmão e do primo. Os dois, segundo Mariana, eram fãs da franquia “Star Wars”, filme de ficção criado por George Lucas, e por isso brincavam dentro de casa com sabres de luz.
Por indicação da mãe de Mariana, o irmão e o primo foram os primeiros a participarem de aulas. Como era menor de idade, a garota só acompanhava os treinos de longe, sem poder interagir.
No intervalo, Mariana aproveitava para brincar com as espadas de borracha. Em 2007, quando completou 10 anos, a gaúcha finalmente passou a tomar aulas de esgrima.
Não demorou para se apaixonar e, claro, entender que aquela seria a sua missão na vida. Começou a treinar cada vez mais para se tornar uma atleta de alto rendimento enquanto equilibrava os estudos.
Participou dos primeiros torneios nacionais em 2008 e, no ano seguinte, os internacionais. A esgrima deu à Mariana Pistoia não apenas medalhas, mas também a oportunidade de conhecer diferentes países ao redor do globo.
Hoje, Mariana é advogada e 3º sargento do Exército Brasileiro. Ela atua pelo Grêmio Náutico União e coleciona o ouro nos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba 2018; o bronze no Sul-Americano de Assunção 2022; e o terceiro lugar no Pan de Santiago.
Estreia em Jogos Olímpicos
Foram anos de treinamento e dedicação, mas a gaúcha finalmente realizou o sonho de estar na Olimpíada. Com o nome do Brasil estampado no capacete, competiu na esgrima pelo florete feminino nos Jogos de Paris. Entretanto, a brasileira foi eliminada na primeira rodada para Kyle Catantan por 15 a 13.
Mariana venceu o primeiro round por 7 a 6, mas tomou a virada da filipina no final do segundo round.
O processo para carimbar o passaporte até Paris começou em abril de 2024, no Pré-Olímpico das Américas, em San José, na Costa Rica.
Mariana precisava ganhar para conquistar a tão desejada vaga olímpica, e assim cumpriu a missão. Na final do florete, Pistoia bateu a venezuelana Isis Gimenez por 11-10 na prorrogação.
Aliás, se classificou como a 49ª no ranking mundial da Federação Internacional de Esgrima (FIE).