“Neymar do tiro com arco”, “Robin Hood brasileiro”; a alcunha, tanto faz, pois ambas se referem à mesma pessoa: Marcus Vinícius D’Almeida. Atualmente líder do ranking mundial no esporte, o jovem foi à Paris como promessa de medalha nos Jogos Olímpicos de 2024, mas acabou deixando a competição mais cedo do que gostaria.
Marcus D’Almeida estreou na Olimpíada de Paris no dia 25 de julho, terminando a primeira etapa em 17º lugar. Esta foi a melhor colocação do brasileiro na primeira fase olímpica de sua carreira. Para quem não sabe, Marcus está em sua terceira olimpíada. Ele terminou a etapa em 34º lugar nos Jogos Olímpicos 2016, mas caiu ainda na fase eliminatória. Em seguida, ele ainda ficou em 40º lugar na Olimpíada 2020, avançando para as oitavas, mas não foi além e terminou a competição em nono.
Na fase classificatória de Paris, Marcus D’Almeida fez 673 pontos, apenas 13 a menos que o sul-coreano Kim Woo-jin, que alcançou os 686 pontos e ficou em primeiro lugar na etapa. Mas vale ressaltar que o atleta da Coreia do Sul também é o atual dono do recorde olímpico de 700 pontos, conquistado no Rio 2016.
Classificado para a etapa eliminatória, o desafio seguinte de Marcus D’Almeida foi o ucraniano Mykhailo Usach, com o brasileiro levando a melhor. Em seguida, contra o japonês, Marcus conquistou um feito e tanto: o chamado “tiro perfeito”.
D’Almeida cravou a flecha no centro do alvo, o segundo desafio mais difícil do tiro com arco. Tal desafio só perde para o “Robin Hood”, que é quando o arqueiro acerta o centro do alvo e, em seguida, acerta a segunda flecha em cima da primeira, partindo-a ao meio e alcançando novamente o centro do alvo.
Uma eliminação precoce
Confirmando seu favoritismo, Marcus D’Almeida se classificou para as oitavas de final do tiro com arco após derrotar o japonês Fumiya Saito. Contudo, o caminho do brasileiro e o de Kim Woo-jin se cruzaram nesta etapa do torneio, e o sul-coreano levou a melhor.
Marcus saiu derrotado com um placar de 7 a 1. Das 12 flechas atiradas por Kim, 11 acertaram o alvo. Para dar uma ideia do nível de seu oponente, D’Almeida o descreveu como “Simone Biles do tiro com arco” em entrevista após a disputa. Kim Woo-jin já conquistou utras duas medalhas em Paris: uma na prova de duplas mistas e outra na prova por equipes – ambas de ouro.
A trajetória de Marcus D’Almeida
Nascido em 1998, no Rio de Janeiro, Marcus Vinícius D’Almeida está acostumado com a vitória desde muito jovem. Isso porque, com apenas 15 anos, começou sua carreira internacional no esporte e, aos 16, conquistou suas primeiras medalhas.
Nos últimos dez anos, Marcus D’Almeida ganhou três ouros nos Jogos Sul-Americanos e ficou em segundo lugar na Copa do Mundo de Tiro ao Arco. Além disso, foi campeão mundial júnior em 2015, prata no Mundial de 2021, bicampeão sul-americano e medalhista nos Jogos Pan-Americanos – bronze no Pan de Toronto em 2016 e prata no Pan de Lima, em 2019.
Em seguida, o atleta foi ouro na Copa do Mundo de 2023. Também foi no mesmo ano que Marcus se tornou o primeiro brasileiro a liderar o ranking mundial de tiro com arco na categoria recurvo. Ao todo, o carioca conquistou os seguintes títulos:
Copa do Mundo:
- Ouro em Hermosillo 2023 (Individual)
- Prata em Lausana 2014 (Individual)
Copa do Mundo de Tiro com Arco:
- Prata em Yankton 2021 (Individual)
- Bronze em Berlim 2023 (Individual)
Jogos Pan-Americanos:
- Prata em Lima 2019 (Individual)
- Bronze em Toronto 2015 (Equipe)
Campeonato Pan-Americano:
- Ouro em Monterrey 2021 (Time)
- Ouro em Monterrey 2021 (Time Misto)
- Ouro em Santiago 2022 (Individual)
- Prata em Medellín 2018 (Time Misto)
- Prata em Monterrey 2021 (Individual)
- Bronze em Santiago 2022 (Time Misto)
Jogos Sul-Americanos:
- Ouro em Santiago 2014 (Individual)
- Ouro em Santiago 2014 (Equipe masculina)
- Ouro em Santiago 2014 (Equipe mista)
