É inegável o quanto uma olimpíada movimenta não apenas o país que a sedia, mas o mundo inteiro. Pessoas de todos os países se unem em torno de um só evento cujo objetivo é reconhecer os melhores atletas nas mais diversas categorias. Por outro lado, também há o impacto financeiro dessa festa. Por exemplo, sabia que a diferença de gastos entre os Jogos Olímpicos de 2016 e o de 2024 foi de cerca de 25%?
Existe uma certa “tradição” entre os anfitriões olímpicos que é a seguinte: cada cidade-sede sempre acaba gastando mais que a do evento anterior. Mas, antes que alguém pense, então, que Paris gastou 25% a mais que o Rio de Janeiro, pela primeira vez essa lógica se inverteu. Assim, os Jogos de 2024 foram um dos mais “econômicos” dos últimos tempos.
A seguir, veja quanto e no que cada cidade investiu para realizar suas olimpíadas.
A conta dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro
A olimpíada brasileira contou com uma série de investimentos públicos e privados. Isso porque a cidade do Rio de Janeiro recebeu obras de infraestrutura, construção de novos espaços e diversas outras melhorias para sediar os Jogos de 2016. Assim, somando-se todos os gastos para a realização do evento, a Olimpíada do Rio custou R$ 41,03 bilhões.
Para começar, o custo da construção de arenas e espaços para os Jogos Olímpicos de 2016 ficou em R$ 7,23 bilhões. Esse valor foi divulgado em um documento oficial chamado Matriz de Responsabilidade, publicado pela da Autoridade de Governança do Legado Olímpico (Aglo) – que substituiu a autarquia Autoridade Pública Olímpica (APO) com o fim do evento, em 2017.
Além disso, o Comitê Rio 2016 teve gastos de R$ 9,2 bilhões. Por fim, o Plano de Políticas Públicas, que inclui obras ligadas de forma indireta ao evento, como linhas de metrô e outras obras estruturais, fecham a conta.
Custo da Olimpíada do Rio 2016
- Matriz de Responsabilidade: R$ 7,23 bilhões
- Políticas públicas: R$ 24,6 bilhões
- Comitê Rio 2016: R$ 9,2 bilhões
- Total: R$ 41,03 bilhões
Do total citado acima, 57,6% do investimento veio da iniciativa privada, enquanto o restante saiu dos cofres públicos.
O exemplo financeiro de Paris em 2024
Na contramão do esperado, os Jogos Olímpicos de 2024 não apenas foram mais “baratos” que o anterior – a Olimpíada de Tóquio custou cerca de 35 bilhões de dólares –, como também foram os mais sustentáveis.
Segundo o último orçamento divulgado antes do início dos Jogos de Paris, a capital francesa teve um gasto de cerca de 10 bilhões de dólares. Um estudo da S&P Global Ratings afirmou que dificilmente ele ultrapassará esse valor, que significa um “estouro” de apenas 25% em relação ao orçamento inicial.
Em sua candidatura para receber o evento, Paris destacou que já tinha boa parte da infraestrutura necessária pronta. E esse foi seu maior trunfo orçamentário, uma vez que cerca de 95% dos locais utilizados nos Jogos já estavam prontos ou precisavam apenas de reformas mínimas.
Assim, a cidade precisou de apenas três grandes obras basicamente. Uma delas foi a construção da Vila Olímpica, estimada em US$ 1,6 bilhão. Em seguida, veio a construção de um Centro Aquático, orçado em US$ 190 milhões e, por fim, uma nova arena de ginástica no valor de US$ 150 milhões também foi construída.
Mas outro grande – e importante – investimento da cidade não foi em nenhuma obra física e, sim, na despoluição do Rio Sena. Fazer as águas nas quais a natação era proibida há cem anos serem aprovadas pelo Comitê Internacional custou cerca de US$ 1,5 bilhão.
Outra diferença em relação aos Jogos Olímpicos de 2016 é o tamanho do investimento privado. Em Paris, a despesa pública com o evento deve ser de aproximadamente 28% do orçamento total, com o restante pago por empresas privadas.
Vale ressaltar que nem o relatório dos Jogos do Rio e nem a estimativa de Paris contam com o legado olímpico. Ou seja, não levam em consideração os custos para manter as estruturas após o fim das competições.