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Imane Khelif: conheça a boxeadora que, ao lado de Lin Yu-ting, já garantiu ao menos o bronze em Paris

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É difícil imaginar que uma jovem nascida em um pequeno vilarejo de um pequeno país possa ganhar projeção mundial. Mas como no mundo do esporte, felizmente, tudo é possível, Imane Khelif viu o boxe transformar sua vida, o que a possibilitou disputar os Jogos Olímpicos de Paris e, de quebra, levar uma medalha para casa.

Imane Khelif nasceu em 1999, em um povoado rural localizado a dez quilômetros da cidade de Tiaret, na região oeste da Argélia. A jovem, que cresceu jogando futebol, se apaixonou pelo boxe após, ainda na adolescência, acompanhar os Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. Seu pai era soldador no deserto e, para conseguir pagar o transporte e as despesas com os treinos, Khelif vendia sucata e o cuscuz que sua mãe fazia. 

O esforço, porém, valeu a pena. Em 2018, Imane participou de seu primeiro Campeonato Mundial de Boxe Feminino, após chamar a atenção da federação argelina do esporte. Na sua estreia, ficou em 17º lugar, caindo na primeira rodada. Em seguida, Khelif fez sua estreia olímpica em Tóquio 2020, avançando na competição até as quartas de final, quando perdeu para a irlandesa Kellie Harrington.

Ao longo de 2022, no entanto, a jovem despontou para o mundo do boxe internacional. Imane Khelif terminou o ano como medalhista de prata na categoria meio-médio-leve (63kg) no Campeonato Mundial, tornando-se a primeira boxeadora de seu país a conquistar o feito. No mesmo ano, também foi prata nos Jogos do Mediterrâneo. 

Em 2023, a pugilista foi medalhista de ouro na divisão até 66kg nos Jogos Árabes. E, em 2024, nos Jogos de Paris, Imane avançou para as semifinais, garantindo ao menos um bronze para a Argélia – e sua primeira medalha olímpica. 

Imane Khelif e Lin Yu-ting: duas mulheres, um mesmo preconceito

Outro novo nome do boxe feminino que vem se destacando em Paris é o da taiwanesa Lin Yu-ting. Assim como Imane, ela conquistou uma vaga nas semifinais olímpicas do boxe feminino e garantiu, no mínimo, uma medalha de bronze. 

Com 28 anos, Lin estreou no boxe em 2013, no Campeonato Mundial Feminino Juvenil, e já ganhou o ouro. De lá para cá, a carreira da taiwanesa no esporte é repleta de outras conquistas, incluindo o bicampeonato mundial na categoria até 57kg.

Contudo, tanto Imane quanto Lin estão travando fora dos ringues uma luta pela dignidade humana. As duas foram desclassificadas do Mundial de Boxe de 2023 após reprovarem em testes que avaliavam os critérios de elegibilidade para disputar competições femininas. 

A Associação Internacional de Boxe (IBA) aplicou os testes, porém, detalhes sobre sua realização e suas especificidades foram mantidas em sigilo absoluto. Com isso, instalou-se uma polêmica, com pessoas questionando o gênero das atletas e afirmando que elas deveriam ser desclassificadas também dos Jogos de Paris.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) divulgou uma declaração na qual afirmava que todos os atletas participantes cumprem os regulamentos de elegibilidade e médicos para a inscrição no evento e que, assim como nas Olimpíadas anteriores, o gênero e a idade dos atletas são baseados em seus passaportes. Para o COI, ambas as atletas estão sendo vítimas de notícias falsas e a decisão do IBA de desclassificá-las do Mundial de 2023 foi completamente arbitrária. 

Em entrevista à emissora norte-americana SNTV, Imane Khelif fez um apelo: “respeitem os princípios dos Jogos Olímpicos, e combatam o bullying contra todos os atletas, porque isso pode ter consequências devastadoras”.

Imane Khelif retorna aos ringues nesta terça-feira, dia 6 de agosto, para enfrentar a tailandesa Janjaem Suwannapheng. Enquanto isso, Lin disputa sua semifinal contra a turca Esra Yildiz Kahraman no dia 7 de agosto.