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História da Ginástica Rítmica: saiba tudo sobre o esporte

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Um dos esportes mais belos das Olimpíadas, a ginástica rítmica possui o objetivo de impressionar os juízes com rotinas finamente coreografadas. Assim sendo, as dançarinas utilizam aparelhos de mão misturando manobras de tirar o fôlego que cobrem toda a área do tablado de 13x13m. Conheça os detalhes da história da ginástica rítmica no Brasil e no mundo.

O que é ginastica rítmica?

A ginástica rítmica é uma vertente da ginástica olímpica que integra movimentos corporais combinados com elementos de balé e dança teatral. Desse modo, as ginastas realizam esses movimentos em sincronia com a música e coordenados com o uso dos aparelhos como bolas, arcos, cordas, maças e fitas.

Qual é a história da ginástica rítmica?

Idade Antiga (Egito e Grécia)

A história da ginástica rítmica tem suas raízes na antiguidade, as quais antecedem até mesmo a Ginástica Olímpica dos antigos gregos. Vestígios podem ser encontrados já no Antigo Egito, cultura na qual a expressão estética da forma humana era encorajada e a beleza elevada ao status de culto. 

Dessa maneira, esses vestígios podem ser observados em vasos egípcios, túmulos e até mesmo algumas das pirâmides. Assim sendo, algumas das primeiras evidências registradas estampam esses artefatos históricos, com mulheres retratadas em curvas para trás e até mesmo dançando em grupos com bolas. 

O antigo poeta Homero, renomado por suas epopeias que frequentemente retratavam esportes e jogos da época, registrou sua observação do povo de Faiakes. Esse povo era composto por artistas habilidosos que dançavam ao som de música, ao passo que manipulavam uma bola.

Renascimento

Já na passagem da Idade Média para a Idade Moderna, durante o Renascimento, Georges Demenÿ, um fisiologista francês, foi um contribuinte significativo para a educação física das mulheres. O fisiologista argumentava a favor dos benefícios de determinados exercícios para as mulheres alongarem os músculos e desenvolverem flexibilidade. 

Esses exercícios demandavam o manuseio com as mãos de alguns aparelhos, como grinaldas e bastões. Outro contribuinte significativo, também francês, foi o músico e educador François Delsarte. Ele acreditava que o exercício era fundamental para a postura, beleza, saúde e sucesso. 

Nesse sentido, nomeou a sequência dos exercícios que criou como “sistema de expressão”. Posteriormente, suas ideias sobre movimento e estética se tornaram o princípio básico da ginástica rítmica hoje: expressão através do movimento.

Ginástica Rítmica e Dança Moderna 

As ideias de Delsarte iam de encontro com a atitude rebelde que o balé clássico enfrentava na época. Assim, a ginástica rítmica participou do nascimento e evolução da dança moderna. a dançarina americana Isadora Duncan, que foi influenciada de maneira significativa por Delsarte, é reconhecida como a pioneira da dança moderna como a conhecemos hoje.

O suíço Émile-Jaques Dalcroze também foi inspirado pelos ideias desse movimento. O Instituto Dalcroze, fundado em Genebra, continua a ensinar ginastas rítmicas usando os métodos de que ele desenvolveu.

Em 1911, Rudolf Bode, um educador alemão da escola de Dalcroze, fundou a Escola Bode para Ginástica Rítmica. Por consequência, até hoje a escola, que foi uma das pioneiras do esporte, é uma grande contribuinte para o desenvolvimento técnico da história da ginástica rítmica. 

Formalização do esporte

Em 1946, influenciada pelos mestres do Teatro Mariinsky, a atividade associada à dança tornou-se um esporte formal por direito próprio, praticado exclusivamente por mulheres. Na história, a ginástica rítmica realizou seu primeiro Campeonato Mundial em Budapeste em 1963. Este foi o mesmo ano em que a ginástica rítmica ganhou reconhecimento pela Federação Internacional de Ginástica (FIG).

A entrada no programa dos Jogos Olímpicos ocorreu na edição de 1984, que tomou lugar em Los Angeles 1984. Assim sendo, as Olimpíadas e os Campeonatos Mundiais não reconhecem os competidores masculinos até os dias de hoje. Nem a FIG ou a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) reconhecem a prática entre os homens.

Os homens e a ginástica rítmica

Apesar da falta de reconhecimento, existe um número crescente de ginastas dos praticantes amadores masculinos no Japão, onde equipes de escolas secundárias e universidades competem ferozmente. Dessa maneira, desde 2016, estima-se que haja cerca de 2.000 participantes apenas no Japão, que lidera a modalidade entre os rapazes. 

Mesmo com a invisibilidade no campo formal do esporte, alguns ginastas rítmicos conseguem construir suas carreiras com a atividade. Dessa forma, se tornaram artistas no campo do entretenimento, como o mundialmente famoso Cirque du Soleil.

A ginástica rítmica no Brasil

A professora e técnica húngara Ilona Peuker foi quem introduziu a prática da ginástica rítmica no Brasil. Por meio da criação de uma escola, a professora passou a disseminar a modalidade no país. Por consequência, a húngara, conhecida por seus alunos como Dona Ilona, desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da história da ginástica rítmica no território brasileiro.

Em 1956, a professora ajudou a fundação da primeira equipe brasileira de ginástica rítmica, o Grupo Unido de Ginastas (GUG). Desse modo, os primeiros campeonatos da modalidade no Brasil foram realizados no Rio de Janeiro.

A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) foi estabelecida em 1978. Entre 1978 a 1984, Ilona Peuker ocupou a presidência do Comitê Técnico de Ginástica Rítmica Desportiva. Dessa forma, o Brasil participou pela primeira vez de um Campeonato Mundial em 1971, em Copenhague, na Dinamarca.