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Conheça a história da seleção brasileira de futebol feminino

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Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 estão chegando e, como preparação para uma das modalidades mais disputadas, é interessante saber a história da seleção brasileira de futebol feminino.

Com o aumento da popularidade na categoria e o aumento de investimento desde a Copa do Mundo de 2019 e as Olimpíadas de 2016, as competições de futebol feminino têm atraído muitos olhares e otimismo pela vitória entre os brasileiros. 

Após uma campanha decepcionante no torneio da Fifa 2023, na Austrália, o Brasil vai em busca do ouro inédito nos jogos que acontecem entre o dia 25 de junho até 10 de agosto de 2024. O técnico Arthur Elias substitui Pia Sundhage e quer alcançar o feito de conquistar o primeiro lugar no campeonato.

Com expectativas altas e renovação de elenco, conheça tudo sobre a história da seleção brasileira de futebol feminino. Veja aqui os momentos mais marcantes da modalidade desde sua chegada em terras nacionais até o momento atual do time que disputa os jogos de Paris.

O começo da história da seleção brasileira de futebol feminino

A história da seleção brasileira de futebol feminino começa nos anos 20 do século passado. Registros de jornais e documentos históricos já mostravam de forma sucinta a prática do esporte pelas mulheres no Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo.

As primeiras partidas eram realizadas como forma de entretenimento em circos e espaços de lazer. Não existia ainda competitividade e ligas estruturadas como na modalidade masculina. 

A proibição do futebol feminino no Brasil

Considerado um esporte violento e propício somente para homens diante do machismo da época, o futebol feminino era praticado majoritariamente em áreas periféricas.

A prática foi oficialmente proibida em lei no ano de 1941 após a criação do Conselho Nacional de Desportos, sob a justificativa de que “as mulheres não deveriam praticar esportes que não fossem adequados a sua natureza.” Entre eles, o futebol. No entanto, a prática foi citada nominalmente em uma nova lei proibitória, em 1965, durante a ditadura militar.

Fora isso, o preconceito estrutural na sociedade considerava o jogo muito violento e voltado exclusivamente para os homens, o que não condizia com o estilo de vida feminino. Esses fatos dificultavam a profissionalização, a formação de clubes e a criação de torneios.

Marcado por ser um período de luta e resistência, a história da seleção brasileira de futebol feminino tem como destaque o fim deste decreto após tanta movimentação das atletas em 1979. No ano seguinte, a categoria já começou a ser profissionalizada com torneios oficiais. 

Ainda assim, somente nos últimos anos a modalidade começou a ter o apoio merecido e o desenvolvimento midiático necessário para o crescimento da estrutura. 

Atualmente, por mais que a situação tenha mostrado sinais de evolução, muito precisa ser feito para a igualdade entre o futebol feminino e masculino no mundo. Na Copa do Mundo, por exemplo, o valor da premiação atual na edição da Austrália foi 3 vezes menor que a dos homens no Catar, por exemplo.

A criação da Seleção Brasileira e as primeiras competições

A primeira Seleção Brasileira de Futebol Feminino entrou em campo no ano de 1988. Na época, a Fifa organizou na China um Mundial com 12 seleções em caráter experimental, e o Brasil foi um dos convidados a participar da competição.

Com um time formado baseado nas jogadoras do Juventus (SP) e do Radar (RJ), a Seleção Brasileira não tinha sequer uniformes próprios e utilizou roupas da Seleção Masculina para entrar em campo. Mesmo assim, cruzou o mundo para sua primeira competição e conquistou a medalha de bronze nos pênaltis.

O desempenho na história da seleção brasileira de futebol feminino em Copas do Mundo

Ao falarmos da história da seleção brasileira de futebol feminino, muitas vezes pensamos nas competições oficiais da FIFA e, principalmente, da Copa do Mundo. Foi somente em 1988 que a entidade organizou a primeira competição da modalidade. 

O torneio Women’s Invitational Tournament foi uma das mais importantes para o incentivo do futebol nacional na categoria. Formada pela junção de times Esporte Clube Radar e o Juventus de São Paulo, a seleção brasileira feminina alcançou o terceiro lugar entre os 12 países participantes, levando a medalha de bronze para casa.

Participando em todas as Copas do Mundo até então desde sua fundação em 1991, a história da seleção brasileira de futebol feminino teve seu auge na era Marta/Cristiane. No torneio de 2007, chegaram às finais do campeonato com boa atuação das duas jogadoras. No entanto, a equipe perdeu por 2 a 0 para a Alemanha.

Ainda assim, apesar do desempenho, a Copa na China foi marcada pelos protestos contra a falta de recursos e o descaso da CBF a modalidade.

O desempenho nos Jogos Olímpicos

A história da seleção brasileira de futebol feminino nas Olimpíadas segue o mesmo padrão que na Copa do Mundo. Sendo incluída só em 1996 nos jogos de Atlanta, as jogadoras nunca ficaram de fora na competição. 

Nas Olimpíadas de 2004 e 2008, também lideradas por Marta e Cristiane, a seleção alcançou as primeiras e únicas medalhas na categoria. Em ambas as edições, terminaram com a prata e chegaram à final do torneio, mas acabaram parando nos Estados Unidos. Outro motivo para orgulho é que a jogadora Cristiane é quem lidera a artilharia histórica do torneio, com 14 gols. 

A primeira medalha e o início da Era Marta

Foi em 1999 quando a Seleção Brasileira conquistou sua primeira medalha no futebol feminino. Na Copa do Mundo realizada nos Estados Unidos, o time liderado pela camisa 10 e líder Sissi, eleita uma das melhores jogadoras da competição, acabou sendo coroado com uma grande campanha que resultou na medalha de bronze.

Quatro anos depois, foi a vez do Brasil e do mundo conhecer sua futura rainha. A jovem Marta atuava em sua primeira Copa do Mundo ao lado da atacante Cristiane, mas em uma campanha conturbada por problemas do elenco com o treinador, resultou na eliminação nas quartas de final. Todavia, Marta guiou o time na conquista da medalha de ouro dos Jogos Pan-Americanos, o melhor resultado da Seleção Brasileira até então.

Em 2004, o Brasil conquistou sua primeira medalha olímpica ao faturar a prata nos Jogos Olímpicos de Atenas com o time formado pelo quadrado mágico de Pretinha, Formiga, Marta e Cristiane. Já em 2007, no Rio de Janeiro, a Seleção faturou novamente a medalha de ouro dos Jogos Pan-Americanos contra os Estados Unidos com show de Marta, eleita a melhor jogadora do mundo no ano de 2006 e em 2007.

Logo depois, as meninas brasileiras viajaram até a China e registraram a melhor campanha do país em Copas do Mundo, com o vice-campeonato contra a Alemanha. No ano seguinte, o Brasil voltou a faturar a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Pequim e bateu novamente na trave, desta vez para os Estados Unidos.

Momento atual da seleção brasileira de futebol feminino

Após uma péssima campanha na Copa do Mundo de 2023, a história da seleção teve uma reformulação entre as jogadoras e comissão técnica. Uma delas foi a demissão de Pia Sundhage para a chegada de Arthur Elias. O consagrado técnico já utilizou 43 atletas em quatro listas divulgadas.

No grupo C, com as fortíssimas seleções do Japão e da Espanha, o Brasil quer a medalha de ouro para fazer história na categoria. Vale lembrar que a seleção feminina já enfrentou um desses adversários duas vezes em 2023. Com amistosos nas datas FIFA, as atletas conseguiram uma vitória por 4 a 3 sobre o Japão em jogo disputado em 30 de novembro. Já no confronto seguinte, a equipe de Arthur Elias não conseguiu resultado positivo e perdeu por 2 a 0 no dia 3 de dezembro.

Confira os grupos dos Jogos de Paris 2024:

  • Grupo A – França, Canadá, Colômbia e Nova Zelândia
  • Grupo B – Estados Unidos, Alemanha, Austrália e Zâmbia
  • Grupo C – Espanha, Japão, Brasil e Nigéria

O Brasil estreia nos Jogos Olímpicos no dia 25 de julho contra a Nigéria, em Bordeaux. Em seguida, enfrenta o Japão, no Parc des Princes, no dia 28 e, por último, a Espanha, no dia 31, no Stade de Bordeaux.

Avançam para a fase mata-mata as duas melhores seleções de cada grupo, assim como os dois melhores terceiros colocados.