As olimpíadas são o evento esportivo mais democrático do mundo. A cada quatro anos, atletas de todos os continentes disputam as suas modalidades em busca de medalhas e, consequentemente, a mais alta posição no ranking. O torneio também tem espaço para refugiados, aqueles que estão fora do seu país. Conheça, então, a história do time de refugiados nas olimpíadas e as conquistas da equipe.
História do time de refugiados nas olimpíadas
Um refugiado é alguém que deixou o seu país de origem por problemas que, de acordo com o site oficial da ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), estão relacionados a “questões de raça, religião, nacionalidade, pertencimento a um determinado grupo social ou opinião política, como também devido à grave e generalizada violação de direitos humanos e conflitos armados”.
Devido à crise global de refugiados no planeta, o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, anunciou durante a reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em outubro de 2015, a criação do time de atletas refugiados. Isto é, esportistas que estão fora da sua terra natal podem competir com a bandeira neutra.
A primeira participação do elenco em uma olimpíada foi em 2016, no Rio de Janeiro. A estreia do grupo foi importante não apenas porque oferece a oportunidade para atletas que querem lutar pela medalha, mas também para mandar uma mensagem positiva ao mundo sobre amor, solidariedade, empatia e acolhimento.
Em 2016, atletas da Etiópia, Sudão do Sul, Síria e República Democrática do Congo estavam ao lado de 11 mil competidores nas mais variadas modalidades.
Em 2018, o COI determinou que a equipe participaria também da edição de Tóquio. Dessa maneira, 29 atletas participaram em 12 esportes, mas não conquistaram medalhas. Em 2024, na cidade de Paris, o grupo também esteve presente.
Primeira medalha da história
Pela primeira vez na história, um atleta do time de refugiados conquistou uma medalha olímpica. Em 2024, Cindy Winner Djankeu Ngamba garantiu a classificação para a semifinal do boxe na categoria 75 kg e, consequentemente, assegurou o bronze.
Nascida em Camarões, a lutadora derrotou a francesa Davina Michel por 5 a 0, em decisão unânime dos juízes, nas quarts de final. Dessa maneira, a jovem de 25 anos tem o bronze garantido mesmo se perder a luta.
Na semifinal, a adversária de Cindy será Atheyna Bylon, do Panamá. Se vencer, avança para a grande final pela medalha de ouro ou prata.
Aos 11 anos, Cindy deixou Camarões e seguiu com a família para o Reino Unido. De acordo com o site oficial da ACNUR, a garota enfrentou bullying por não saber falar a língua. Começou a praticar boxe, sendo a única menina na aula. Então, passou a viajar para participar de competições e, hoje, tem a honra de representar o time de refugiados em olimpíadas.
Atletas refugiados que competiram em Jogos Olímpicos
Em 2016, quando o time de atletas refugiados estreou na Olimpíada do Rio, a delegação tinha apenas 11 membros. Em Paris, oito anos depois, o esquadrão contabiliza mais de 30 participantes em diferentes esportes.
Porém, é importante ressaltar que cada esportista carimba a sua vaga para os Jogos Olímpicos através do ranking ou qualificatórias, da mesma forma que os outros países. A diferença é que estes participantes não representam o seu país de origem, e sim, a equipe criada pelo COI.
Acompanhe, então, os atletas do time de refugiados entre as edições das olimpíadas:
Paris
- Adnan Khankan (judô)
- Alaa Maso (natação)
- Amir Ansari (ciclismo)
- Amir Rezanejad Hassanjani (canoagem)
- Arab Sibghatullah (judô)
- Cindy Ngamba (boxe)
- Dina Pouryounes (taekwondo)
- Dorian Keletela (atletismo)
- Dorsa Yavarivafa (badminton)
- Eyeru Gebru (ciclismo)
- Farida Abaroge (atletismo)
- Farzad Mansouri (taekwondo)
- Fernando Dayan Jorge Enriquez (canoagem)
- Francisco Edilio Centeno Nieves (tiro)
- Hadi Tiranvalipour (taekwondo)
- Iman Mahdavi (luta livre)
- Jamal Abdelmaji (atletismo)
- Yekta Jamali Galeh (levantamento de peso)
- Yahya Al Ghotany (taekwondo)
- Tachlowini Gabriyesos (atletismo)
- Saman Soltani (canoagem)
- Saeid Fazloula (canoagem)
- Ramiro Mora (levantamento de peso)
- Perina Lokure (atletismo)
- Omid Ahmadisafa (boxe)
- Nigara Shaheen (judô)
- Musa Suliman (atletismo)
- Muna Dahouk (judô)
- Mohammad Rashnonezhad (judô)
- Mohammad Amin Alsalami (atletismo)
- Matin Balsini (natação)
- Manizha Talash (breaking dance)
- Mahboubeh Barbari Yharfi (judô)
- Luna Solomon (tiro)
- Kasra Mehdipournejad (taekwondo)
- Jamal Valizadeh (luta livre)
Tóquio (time de refugiados em Olimpíadas)
- Abdullah Sediqi (taekwondo)
- Ahmad Alikaj (judô)
- Aker Al Obaidi (luta livre)
- Alaa Maso (natação)
- Anjelina Nadai Lohalith (atletismo)
- Aram Mahmoud (badminton)
- Baddredin Wais (ciclismo)
- Cyrille Tchatchet II (levantamento de peso)
- Dina Pouryounes (taekwondo)
- Dorian Keletela (atletismo)
- Eldric Sella (boxe)
- Hamoon Derafshipour (karatê)
- Jamal Abdelmaji (atletismo)
- James Chiengjiek (atletismo)
- Javad Mahjoub (judô)
- Kimia Alizadeh (taekwondo)
- Luna Solomon (tiro)
- Masomah Ali Zada (ciclismo)
- Muna Dahouk (judô)
- Nigara Shaheen (judô)
- Paulo Amotun Lokoro (atletismo)
- Popole Misenga (judô)
- Rose Nathike (atletismo)
- Saeid Fazloula (canoagem)
- Sanda Aldass (judô)
- Tachlowini Gabriyesos (atletismo)
- Wael Shueb (karatê)
- Wessam Salamana (boxe)
- Yusra Mardini (natação)
Rio de Janeiro
- Yusra Mardini (natação)
- Yonas Kinde (atletismo)
- Yolande Bukasa (judô)
- Yiech Pur Biel (atletismo)
- Rose Nathike (atletismo)
- Rami Anis (natação)
- Popole Misenga (judô)
- Paulo Amotun Lokoro (atletismo)
- Javad Mahjoub (judô)
- James Chiengjiek Nyang (atletismo)
- Anjelina Nadai Lohalith (atletismo)