Quem sorriu para o vídeo de uma criança vestida de fada arrasando no skate nas redes sociais talvez nem imaginasse o orgulho que aquela menina traria para o Brasil. Isso porque aquela fadinha era simplesmente Rayssa Leal, bronze no skate street na Olimpíada de Paris.
Enquanto muito adulto busca sua primeira conquista olímpica na capital francesa, com apenas 16 anos, Rayssa se tornou a mais jovem brasileira a ter medalhas em duas olimpíadas diferentes. No entanto, após a prata em Tóquio, o pódio dessa vez não veio com facilidade.
A etapa classificatória, disputada no dia 28 de julho, foi difícil para a skatista. Em Paris, a contagem da pontuação de skate street contabiliza obrigatoriamente a melhor das duas voltas de cada atleta, além das suas duas melhores manobras (de cinco tentativas). Assim, nessa etapa, a eterna fadinha enfrentou dificuldades para encaixar suas manobras.
Na primeira volta, ela errou um flip e terminou com 59.88 pontos. Na segunda volta, errou novamente o flip, não encaixou outra manobra e abandonou a passagem. Assim, a única forma de a atleta garantir uma vaga na final era acertar duas manobras com pontuação acima de 85. E ela não apenas conseguiu, como também alcançou uma pontuação de 92,68, uma das maiores da etapa classificatória.
A emoção da final
Apesar de ter somado 341.43 pontos nesta fase, Rayssa passou para a final classificada apenas na sétima posição. Ou seja, seria preciso a brasileira apresentar voltas excepcionais para disputar uma medalha. E claro que a fadinha não decepcionou.
Rayssa Leal fez uma primeira volta mais conservadora, mas, mesmo cometendo um erro, ela alcançou a pontuação de 71.66. Contudo, na volta seguinte, a adolescente não foi bem, caindo do skate – e para a quinta posição. Com isso, Rayssa ficou a 15 pontos da primeira colocada e oito atrás da terceira.
Só havia um caminho: apostar alto nas manobras. A primeira tentativa não foi das melhores, mas, na segunda, Leal simplesmente arrasou, com 92.88 pontos, maior nota do skate street feminino olímpico até então. Apenas Yoshizawa Coco superou a marca, chegando a 96.49 pouco depois.
Na sua terceira e última apresentação, Rayssa alcançou outros 88.83 pontos. Para a alegria da torcida brasileira, a norte-americana Paige Heyn e a japonesa Nakayama Funa não foram adiante nas finais.
Com essa nota, a brasileira garantiu seu lugar no pódio, conquistando o bronze em Paris e sua segunda medalha olímpica. As japonesas Yoshizawa Coco e Akama Liz ficaram com o ouro e a prata, respectivamente.
Quanto Rayssa Leal ganhou na Olimpíada em 2024?
Uma curiosidade que muitos têm em relação aos atletas é quanto eles ganham de premiação ou se tudo o que recebem é a medalha. Pois bem, além do pódio, os medalhistas recebem, sim, um valor em dinheiro.
Assim, o bronze garantiu à Rayssa Leal a alegria de ser medalhista olímpica pela segunda vez aos 16 anos, além de uma premiação de cerca de R$ 140 mil. Esse valor é 40% maior que o pago na olimpíada passada, aumento este definido pelo próprio Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
O atleta que for ouro em uma competição individual recebe a maior recompensa financeira paga pelo COB, no valor de R$ 350 mil.