O sonho da medalha olímpica acabou para Natasha Ferreira. A brasileira foi eliminada na estreia do judô feminino na categoria até 48 kg, no último sábado, 27 de julho, por Natsumi Tsunoda, atual número quatro do mundo. Em sua primeira Olimpíada, a luta entre Natasha e a japonesa durou menos de um minuto no tatame.
Estreia de Natasha Ferreira em Paris
Confiante para o combate, a judoca Natasha Ferreira subiu no tatame para o primeiro confronto da sua carreira em uma Olimpíada, válido pela fase eliminatória.
Na categoria até 48 kg, encontrou do outro lado vestindo kimono branco a japonesa Natsumi Tsunoda, tricampeã do mundo e favorita.
As duas competidoras se cumprimentaram e aguardaram o sinal do juiz para o início da prova. Desde o primeiro segundo, a japonesa assumiu o controle do confronto.
Natsumi conseguiu um waza-ari e, em seguida, uma chave de braço — ou ippon —, que resultou na desistência de Natasha. A luta de judô durou 45 segundos.
Com apenas 25 anos, Natasha está apenas começando a caminhada olímpica. Em entrevista ao COB, o Comitê Olímpico Brasileiro, a atleta ressaltou a importância da presença do filho em Paris e garantiu que fará o possível e o impossível para ir para Los Angeles em busca da sua primeira medalha.
“Saindo daqui, vou encontrar com ele e o abraço dele vai ser o melhor conforto que posso ter nesse momento. Isso aqui não foi um desperdício, isso aqui é uma Olimpíada, então só de estar aqui é a concretização de muitos sonhos. É triste, mas tenho certeza que não é o fim. Ainda tenho muita estrada pela frente e vou batalhar para estar em Los Angeles e conquistar minha medalha”, disse Natasha Ferreira.
Carreira da judoca
Irmãos mais velhos são inspirações para os mais novos. Com Natasha, não foi diferente. Aos 4 anos, a garota entrou para o judô para seguir os passos da irmã. Em entrevista ao portal Lance, a jovem revelou que a mãe a colocou no balé, mas o que ela realmente queria era estar no tatame. De lá, não saiu mais.
Natasha recebeu o apoio da família para seguir a carreira no judô. O sensei da atleta, na época, também foi fundamental para mantê-la no caminho certo.
Dessa maneira, participou de campeonatos nacionais e internacionais em sua categoria, como o Mundial e o Grand Prix.
A atleta foi campeã pan-americana e sul-americana sub-18, além de ostentar duas medalhas de bronze e uma prata no Mundial das categorias de base, segundo a Federação Paranaense de Judô.
Em 2023, venceu a Seletiva Nacional Paris e o bronze no Grand Prix. Aliás, contabiliza também o bronze no Pan-Americano sub-21 em 2019 e o terceiro lugar no Pan-Americano e Oceania.
Natasha é mãe de Enzo, de oito anos. Quando tinha 18, a judoca adotou o garoto, que é filho da sua irmã. Em entrevista ao Lance, ela relatou que a irmã passou por dificuldades e problemas de saúde e, por isso, tomou a decisão de cuidar da criança.
Nascida em Curitiba, Natasha defende o Sociedade Morgenau, no Paraná, desde os sete anos. Também é 3ª sargento da Marina do Brasil.