É verdade que o tiro com arco não é um dos esportes mais vistos pelos brasileiros, todavia, ele faz bastante sucesso nos Jogos Olímpicos e isso não será diferente nas Olimpíadas de 2024. Além disso, a história do tiro com arco é bem peculiar e há um grande número de ícones que já praticaram o esporte, inclusive do Brasil. Logo, assim como acontece com qualquer outra modalidade, é possível que ela possa chamar a atenção de um certo público de pessoas. Será que você é uma delas?
A origem do tiro com arco no mundo e no Brasil
A história do tiro com arco remonta ao período pré-histórico. Os primeiros humanos inventaram o arco e a flecha como instrumento de caça de animais e eram essenciais para a sua sobrevivência. Após isso, passou a ser utilizado em diversos conflitos, como Guerras, e funcionava como uma espécie de arma.
O esporte em si surgiu após o descobrimento da pólvora, que possibilitou a criação de armamentos mais robustos. O primeiro torneio esportivo que se tem registro é na Inglaterra, em 1673. Todavia, o primeiro evento oficial de tiro com arco foi realizado em 1844, também na Inglaterra, na “Grand National Archery Society”. A partir disso, 40 anos depois, em 1884, surgiu o Campeonato Inglês de Tiro com Arco.
Nos Estados Unidos, houve a criação do Campeonato Americano cinco anos antes e, em 1828, a Associação Nacional de Arqueirismo foi criada. Esses foram alguns dos primeiros que a modalidade deu no continente.
Já no Brasil, a história do tiro com arco teve início na década 50. Um comissário da Panair do Brasil, Adolpho Porta, estava em Lisboa durante 1955 e ficou entusiasmado com o esporte. Dessa forma, quando retornou ao país, arcos, flechas, alvos e um regulamento da Federação Internacional. Isso gerou a criação da Federação Metropolitana de Arco e Flecha em 1958, no Rio de Janeiro, e, posteriormente, da Federação Brasileira de Tiro com Arco em 1980.
Regras do esporte
Já que agora você conheceu um pouco das origens da modalidade, hora de entender como ela funciona e os regulamentos por trás.
O objetivo do esporte é utilizar um arco e flecha para acertar um alvo circular nas distâncias de 50 ou 70 metros. Os atletas que acertarem uma flecha o mais próximo possível do centro do alvo, são os que conquistam mais pontos e, consequentemente, os que vencem uma partida. Vale também destacar que existem dois tipos de arco que podem ser usados em torneios internacionais: o Composto e o Recurvo.
Outros equipamentos que os atletas também precisam levar consigo em uma competição são:
- Protetor de Peito;
- Protetor de Punho;
- Disparador (para quem usa arcos compostos);
- Dedeira (para quem usa arcos recurvos);
- Roupas e calçados esportivos e leves.
Todos esses itens irão sofrer um processo de vistoria antes de poderem ser utilizados e os responsáveis por essa tarefa são os árbitros. A partir daí, os competidores podem iniciar sua série de tiros ao som de uma corneta ou apito.
Cada atleta tem quatro minutos para fazer uma série de seis disparos. Além disso, ao fim da rodada, eles precisam conferir sua pontuação em uma planilha, marcar o alvo atingido e retirar as flechas.
A história do tiro com arco nas Olimpíadas
A primeira vez que o tiro com arco apareceu em uma edição de Jogos Olímpicos foi em Paris no ano de 1900. Entretanto, ele iria estar em apenas outras três Olimpíadas e ficaria fora por um bom tempo após o término dos Jogos da Antuérpia em 1920. A volta da modalidade do programa aconteceria apenas em 1972, quando tivemos os Jogos em Munique. Desde então, esteve presente em todas as outras edições.
No torneio,é possível perceber que uma boa parte dos medalhistas é sul-coreana. Isso porque o país domina o esporte em competições internacionais desde que ele começou, algo notório principalmente em eventos femininos. Aliás, para se ter uma ideia, a Coréia do Sul tem 43 medalhas, com 27 de ouro, 9 prata e 9 de bronze.
A tendência é que essa dominância continue nos próximos torneios. Sendo assim, em 2024, provavelmente teremos mais atletas do país da Ásia subindo no pódio.
Grandes nomes do tiro com arco
Já que a Coréia do Sul é o país com mais tradição em torneios internacionais, é de se esperar que a maioria dos principais atletas tenham nascido de lá. Alguns dos principais incluem:
Kim Woo-Jin
Kim foi medalhista de ouro nas últimas duas Olimpíadas e, inclusive, bateu o recorde mundial de 700 pontos durante a competição do Rio. Um feito absurdo, já que 720 é o máximo que se pode alcançar.
Im Dong-Hyun
O atleta tem três medalhas olímpicas (duas de ouro e uma de bronze) e tinha o recorde mundial de 699 pontos até as Olimpíadas de Tóquio. Além disso, uma curiosidade é que o atleta é clinicamente cego.
Ku Bon-chan
Por fim, outro atleta que merece menção é Ku Bon-chan. Também sul-coreano, tem duas medalhas olímpicas (duas de ouro) e já ganhou várias medalhas de Campeonatos Mundiais.
Os Representantes Brasileiros em Paris
Nos Jogos Olímpicos de 2024, dois brasileiros estarão presentes: Marcus D’Almeida e Ana Luiza Caetano. Eles competirão em duplas na Categoria Mista e também estarão presentes em provas de Recurvo Individual.
Marcus conquistou a vaga após ter sido bronze no Campeonato Mundial de 2023 em Berlim. O brasileiro é líder do ranking mundial e tem boas chances de conquistar uma medalha para o país no torneio. No último ano, aliás, ganhou o Prêmio Brasil Olímpico de Melhor Atleta Brasileiro.
Já Ana conquistou o seu lugar por decisão do próprio COB. No entanto, ela tem ótimos desempenhos em provas mistas e vem atuando nelas com o próprio Marcus. Ainda por cima, conquistou ouro no Campeonato Sul-Americano em 2023 na modalidade individual. Isso a torna perfeitamente capaz de aprontar alguma surpresa nos Jogos e, quem sabe, conquistar um pódio.
