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Conheça a história da natação e curiosidades sobre o esporte

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A história da natação basicamente se funde com a história da humanidade, afinal, sobreviver dentro da água é um dos instintos primordiais de um ser vivo. Tanto que é difícil precisar quando a natação deixou de ser uma atividade de sobrevivência e passou a ser algo recreativo. 

Existem registros pré-históricos do nado, assim como nas antigas civilizações egípcias, assírias, gregas e romanas. Então, conheça a seguir um pouco mais da origem e da evolução dessa prática tão popular hoje em dia.

Os primórdios da história da natação esportiva

Durante a Idade Antiga, principalmente na Grécia e na Roma, era comum que a natação fizesse parte do treino militar, a fim de aumentar a força e a resistência dos soldados. Em algumas comunidades litorâneas, também era comum nadar para pescar. E em todas essas situações, algumas corridas dentro da água eram inevitáveis, mas nada que ocorresse de forma organizada. 

Assim, foi somente no século XIX que a natação passou a ser uma modalidade esportiva, após ela se espalhar pela Europa. A princípio, as pessoas do Velho Continente acreditavam que a água poderia ser um agente transmissor de doenças, e que a natação poderia facilitar a disseminação de epidemias. Com o passar dos anos e dos estudos científicos, esse temor se dissipou e, então, a natação começou a se popularizar.

O início das competições

Em 1837, a National Swimming Society of Great Britain (Sociedade Nacional de Natação da Grã-Bretanha) foi fundada e, com ela, vieram as primeiras competições oficiais. As disputas eram bem simples, com o nado peito sendo o mais comum. Contudo, a natação ainda era restrita aos clubes privados. 

A prática só se tornou um esporte de interesse público após Matthew Webb se tornar a primeira pessoa a atravessar o Canal da Mancha nadando, ainda em 1875. Assim, a modalidade se consolidou de vez como esporte popular após sua inclusão nos primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna, realizados em 1896 na cidade de Atenas, na Grécia.

De forma bem diferente da que vemos hoje, as primeiras competições olímpicas de nado ocorreram no Mar Mediterrâneo, na Baía de Zea, e apenas o estilo livre foi disputado.

Em 1908, durante as Olimpíadas de Londres, a modalidade passou a ser disputada em piscinas. No mesmo ano, surgiu a Federação Internacional de Natação (FINA), hoje conhecida como World Aquatics. Em seus primeiros 75 anos de história, a natação esportiva era praticada somente por homens. Foi nas Olimpíadas de 1912 que os 100 metros livres feminino entrou para o programa olímpico.

A natação conquista o mundo

Durante os anos 1930, a natação ganhou adeptos em todo o mundo. Não demorou para que os amantes dos exercícios descobrissem a prática como uma excelente maneira de manter a forma. Principalmente por ser uma atividade de baixíssimo impacto, mas que aumenta consideravelmente a resistência de quem a pratica.

Assim, novos adeptos começaram a explorar o esporte e novas formas de nadar começaram a surgir. Foi nessa época que surgiu o nado borboleta, por exemplo, que entrou para o programa olímpico em 1956, nos Jogos de Melbourne. 

Os trajes de banho na história da natação

Levando em consideração o período em que surgiu e se popularizou, não é de se estranhar que as vestimentas utilizadas antigamente para nadar sejam bem diferentes das que vemos hoje em dia – principalmente para as mulheres, que tinham sérias dificuldades em encontrar o que vestir para nadar. 

Os trajes de banho do fim da Idade Média, conhecidos como trajes vitorianos, eram um verdadeiro fardo. Em uma época em que se prezava muito pelo pudor feminino, as diversas camadas de tecido espesso e as roupas que cobriam o corpo inteiro deixavam as mulheres muito lentas e com dificuldades para se locomover dentro da água. Isso sem contar o peso delas. 

Os homens, por outro lado, utilizavam calções compridos, como bermudas, e camisetas para entrar na água. Somente com o passar do tempo e com a evolução das sociedades que as roupas de banho também se modificaram. 

Com a chegada dos Jogos Olímpicos e a popularização dos campeonatos de natação, foram surgindo trajes cada vez mais modernos e aerodinâmicos. Hoje, eles são feitos em materiais resistentes e tecnológicos, que ajudam o atleta a ter maior velocidade e melhor desempenho dentro da água.

Uma breve curiosidade sobre a história dos óculos de natação

Hoje em dia é difícil pensar em cair na piscina para nadar sem o uso dos óculos, certo? No entanto, eles só foram aceitos nas competições em 1976. Não que a invenção deste equipamento seja algo assim, tão recente. Na verdade, eles começaram a ser usados ainda no século XIV, na Pérsia, e eram feitos de cascos de tartaruga polidos. 

Anos mais tarde, os nadadores polinésios adotaram os óculos feitos em madeira para manter uma boa visibilidade embaixo d’água. Foi somente nos anos 1950 que os nadadores de águas abertas, ou seja, que competiam no mar, por exemplo, passaram a utilizar óculos de borracha com lentes. Apesar de grandes e desconfortáveis, eles cumpriam bem o papel de manter os olhos livres da água.

Assim, esses modelos seguiram evoluindo ao que vemos hoje, que são bem justos ao rosto e permitem que o nadador permaneça com os olhos abertos durante as braçadas.

Os requisitos da natação

Seja em uma disputa olímpica ou em uma competição oficial, as provas de natação acontecem em uma piscina de 25 ou 50 metros e que deve seguir as seguintes especificações oficiais:

  • Raias: a piscina precisa ter oito raias separadas com 2.75m cada. Além disso, as raias externas devem ter um espaço vazio adicional de 40 cm.
  • Cordas: a depender da raia, a organização do evento deve colocar uma cor diferente de corda. As raias mais externas, por exemplo, devem ter as cordas verdes. Já as raias 2,3,6 e 7, ou seja, as intermediárias, possuem cordas azuis. Por fim, as raias centrais de número 4 e 5 têm cordas amarelas. E todas as cordas têm os últimos cinco metros na cor vermelha para indicar ao atleta que o fim da piscina está próximo.
  • Blocos de partida: localizado na beira da piscina, o bloco, como o nome sugere, é o local de onde o nadador parte para dar início a prova. Ele não pode ter menos de 50cm de altura por 50cm de largura e sua inclinação mínima deve ser de 10º. Sua superfície deve ser inteiramente coberta com material antiderrapante. 

As competições de natação podem ser individuais ou em equipes, disputadas tanto por homens quanto mulheres, e os eventos são divididos em cinco categorias: nado livre, nado costas, nado peito, nado borboleta e medley individual – uma espécie de revezamento dos outros quatro estilos combinados. As distâncias de cada evento também mudam, variando entre provas de 50 m a provas de 1.500 m. 

As regras da natação

Diferente de esportes como futebol, no qual o que conta são os pontos marcados, na natação o principal quesito é a velocidade. Ou seja, ganha quem chegar primeiro. Além disso, cada estilo de nado tem suas regras específicas. Veja abaixo o que é proibido para cada um deles:

Nado estilo livre

  • Pisar ou andar no fundo da piscina;
  • Puxar a corda da raia;
  • Não tocar na parede em uma curva;
  • Não completar a distância.

Costas

  • Não permanecer de costas durante todo o nado. O único momento em que o atleta não fica de costas é ao virar, puxar ou chutar a parede. Contudo, ele deve virar de volta para o peito antes de tocar a parede com a mão no final da corrida.

Peito

  • Não nadar de peito;
  • Usar um chute ilegal como flutter, golfinho ou tesoura;
  • Realizar movimentos não simultâneos dos braços;
  • Dar duas braçadas ou dois chutes de perna enquanto a cabeça está debaixo d’água;
  • Tocar com apenas uma mão nas viradas ou na chegada, em vez das duas.

Nado borboleta 

  • Fazer movimentos não simultâneos dos braços ou pernas;
  • Empurrar os braços para a frente sob a água em vez de sobre a superfície da água;
  • Usar um chute;
  • Tocar com apenas uma mão nas viradas ou na chegada, em vez de duas.

A história da natação brasileira

A primeira competição oficial da história da natação brasileira aconteceu em 1989, e foi uma travessia entre a Fortaleza de Villegaignon e a praia de Santa Luzia, no Rio de Janeiro. A primeira participação olímpica do Brasil na natação foi em 1920, na Antuérpia, com Orlando Amêndola e Ângelo Gammaro nas piscinas. Em seguida, em 1932, a brasileira Maria Lenk entrou para a história como a primeira mulher não apenas do Brasil, mas da América do Sul, a nadar nas Olimpíadas, em Los Angeles. 

O nadador Tetsuo Okamoto foi o responsável por trazer a primeira medalha olímpica para o Brasil, após ganhar o bronze nos 1.500 m livre em Helsinque 1952. Já o primeiro – e único até o momento – ouro olímpico veio em 2008, nos Jogos de Pequim, uma conquista de Cesar Cielo Filho. 

Ao todo, o Brasil já ganhou 15 medalhas olímpicas na modalidade. Quatro delas foram conquistadas por um dos grandes nomes da natação recente, Gustavo Borges, que também dividiu as piscinas com outro famoso nadador, Fernando Scherer, mais conhecido como Xuxa. 

Lista de medalhas olímpicas da natação brasileira

Confira as conquistas dos nadadores brasileiros nos Jogos Olímpicos:

Ouro 

  • Pequim 2008: Cesar Cielo Filho nos 50 m livre.

Prata 

  • Los Angeles 1984: Ricardo Prado nos 400 m medley;
  • Barcelona 1992: Gustavo Borges nos 100 m livre;
  • Atlanta 1996: Gustavo Borges nos 200 m livre; 
  • Londres 2012: Thiago Pereira nos 400 m medley. 

Bronze 

  • Helsinque 1952: Tetsuo Okamoto nos 1.500 m livre;
  • Roma 1960: Manoel dos Santos nos 100 m livre; 
  • Moscou 1980: Ciro Delgado, Djan Madruga, Marcus Mattioli e Jorge Fernandes no revezamento 4×200 m livre; 
  • Atlanta 1996: Gustavo Borges nos 100 m livre;
  • Atlanta 1996: Fernando Scherer nos 50 m livre;
  • Sydney 2000: Gustavo Borges, Fernando Scherer, Edvaldo Valério e Carlos Jayme no revezamento 4×100 m livre;
  • Pequim 2008: Cesar Cielo Filho nos 100 m livre;
  • Londres 2012: Cesar Cielo Filho nos 50 m livre; 
  • Tóquio 2020: Bruno Fratus nos 50 m livre;
  • Tóquio 2020: Fernando Scheffer nos 200 m livre.