A história da Vela remonta há séculos atrás e é um dos esportes mais antigos praticados pela humanidade. Aliás, muito antes de ela virar uma modalidade esportiva, a vela tinha outras funções essenciais. No Brasil, também é conhecida como iatismo, sendo um dos esportes mais vitoriosos do país. Embora não seja tão popular como futebol, por exemplo, a modalidade é extremamente importante para os brasileiros nos Jogos Olímpicos no que se refere à medalhas.
Leia o texto a seguir para entender melhor sobre o esporte e descobrir as suas origens no mundo e no Brasil. Além disso, veja alguns velejadores que marcaram seu nome no esporte.
As origens da vela
Antes de virar uma modalidade de esporte, a vela existia como comércio e atividade de lazer. Vários países europeus utilizavam grandes navios e embarcações para trasportar mercadorias, principalmente nações como a Inglaterra, que é uma parte da ilha da Grã-Bretanha.
Todavia, a história da vela como esporte se inicia no século 17, na Holanda, a partir da criação de uma embarcação denominada “jaghtstchip”. Ela era pequena e podia se deslocar facilmente em viagens internas, sendo usada pelos holandeses para transportar cargas entre cidades vizinhas. Ademais, era útil para exercitar os marinheiros.
Isso chamou a atenção do rei Charles II que, durante seu exílio nos Países Baixos, acabou gostando da prática e aprendeu bastante sobre o assunto. Dessa forma, o monarca transportou o seu conhecimento para a Inglaterra e realizou melhorias no “jaghtstchip”, além de criar competições em águas britânicas. Competições que, por sinal, eram as primeiras na história da vela.
Em adição a esse ponto, vale destacar que, curiosamente, o primeiro clube de iatismo fundado não foi no país inglês. O Royal Cork Yatch Club foi criado na Irlanda, em 1720, e sua primeira corrida foi uma prova de regata de Greenwich a Nore.
A história da vela no Brasil
A história da vela no Brasil tem seu início no século 19, ou seja, quase 200 anos após sua criação, quando descendentes de europeus trouxeram a modalidade para o país. Com isso, o primeiro clube fundado foi o Iate Clube Brasileiro, em 1906, no Rio de Janeiro, na cidade de Niterói. Já a primeira competição aconteceu em 1935, o seu nome era Troféu Marcílio Dias.
Posteriormente, em 1941, surgiria a CBMV (Federação Brasileira de Vela e Motor), que era responsável por monitorar as atividades de vela do país, similar ao que ocorre com a CBF no futebol. Todavia, a Federação acabou se extinguindo em 2007 por sofrer acúmulo de dívidas. No lugar dela nasceu a CBVela (Confederação Brasileira de Vela), que é ligada ao COB (Comitê Olímpico do Brasil).
A história da vela nas Olimpíadas
A vela estreou como modalidade olímpica em 1900, nos Jogos Olímpicos de Paris e, desde as Olimpíadas de 1908, em Londres, não sai do programa do COI (Comitê Olímpico Internacional). Além disso, várias classes foram integradas com o passar dos anos. Atualmente elas são 10:
- Laser Standard;
- RS:X (masculino)
- RS:X (feminino);
- Finn;
- 49erFX;
- 49er;
- Finn
- 470 (masculino);
- 470 (feminino)
- Nacra 17.
Vale destacar que, na maioria das vezes, os eventos acabam acontecendo fora da cidade-sede, já que eles precisam ser feitos em mar aberto. Nas últimas Olímpiadas em Tóquio, por exemplo, as etapas de vela foram feitas na ilha de Enoshima, que está localizada a uma hora da capital.
Participações do Brasil
Ao lado do vôlei, a vela é o esporte mais bem-sucedido no Brasil em questão de ouros conquistadas, ao todo são oito. Ademais, o país tem 17 medalhas na modalidade e, desde Atlanta, em 1996, em todas as edições sempre há algum brasileiro no pódio.
Não à toa, os nossos maiores medalhistas olímpicos são dois iatistas: Robert Scheidt (2 ouros, 2 pratas e 1 bronze) e Torben Grael (2 ouros, 1 prata e 2 bronzes). Robert, ainda por cima, é o segundo maior medalhista brasileiro em campeonatos mundiais, com 17, atrás apenas do nadador César Cielo, que tem 18.
Isso reforça a ideia de que por mais que muitas pessoas não tenham o costume de assistir a modalidade ou acompanhar os resultados, a história da vela no país é imensa.
Perspectivas do COB para as Olimpíadas de 2024
Dentre os países sul-americanos, o Brasil é aquele que contará com o maior número de representantes nas Olímpiadas de Paris, em Julho. Ao todo, são oito vagas asseguradas.
Quanto à medalhas, as chances são bem grandes de acontecerem. Na classe 49erFX (skiff feminino), Martine Grael e Kahena Kunze irão tentar o tricampeonato olímpico consecutivo. Além delas, Bruno Lobo, quinto colocado na Fórmula Kite de Marselha, e Gabriella Kidd, uma das vencedoras do Mundial de Laser Radial, estarão fortes na disputa.
Vale destacar que, em 2020, Martina e Kahena foram as únicas que foram ao pódio que estão presentes nessa relação.
Alguns dos principais nomes da história da vela
Em um esporte que é tão antigo, existem diversos nomes da modalidade que acabaram ganhando destaque em suas carreiras. Dentre eles estão:
Robert Scheidt
Engana-se quem pensou que Scheidt fosse apenas bem sucedido nacionalmente. O atleta é um dos maiores velejadores da história e os números provam isso. Ele ganhou medalhas em cinco Olimpíadas consecutivas e possui 17 títulos em Campeonatos Mundiais. Ademais, sua carreira tem cerca de 30 anos e é bastante longínqua.
Ben Ainslie
Outro nome que faz parte da história da vela é Ben Ainslie. O velejador britânico é um dos mais bem-sucedido da história dos Jogos Olímpicos, possuindo quatro medalhas de ouro. Em cima disso, da mesma forma que Robert, participou de cinco Olimpíadas e ganhou uma medalha em cada um dos torneios, algo que atesta sua longevidade. Vale também destacar que o inglês e o brasileiro tiveram uma das maiores rivalidades da modalidade enquanto competiam na mesma classe.
Paul Elvstron
Por fim, voltando quase 50 anos no tempo, o dinamarquês Paul Elvstron também conquistou quatro medalhas de ouro em Olimpíadas. Além disso, assim como Ben, ele conquistou os ouros em torneios consecutivos e é um dos poucos atletas em uma prova individual a fazer esse feito. Elvstrom morreu em 2016, mas continua sendo uma lenda do esporte.