A patinação de velocidade, também conhecida como patinagem ou speed skating, é um esporte praticado em pistas de gelo, com regulamentação internacional pela ISU (União Internacional de Patinação). Desse modo, a modalidade é integrante dos Jogos Olímpicos de Inverno. Conheça a história da patinação de velocidade.
A maioria das provas são contra relógios, ou seja, as provas se resumem a corridas percursos ovais. Nas competições individuais, os atletas geralmente correm em pares ao redor de uma pista de 400 metros no sentido oposto ao dos ponteiros do relógio.
Nesse tipo de patinação, a velocidade pode chegar a impressionantes 70 km/h. Fatores como irregularidades na troca de faixas, contato físico e obstrução resultam em desqualificação. As competições podem ser de distâncias individuais, allround, sprint ou de equipes.
As competições allround são as mais antigas da patinação de velocidade, combinando quatro provas de diferentes distâncias para determinar o atleta mais completo da modalidade. Já nas competições sprint, as provas contemplam somente 500 e 1000 metros, as mais rápidas da patinação de velocidade. E, por fim, o atleta mais rápido da modalidade é determinado.
Como funciona a patinação de velocidade?
Equipamentos
Na patinação de velocidade, os atletas contam com quatro equipamentos essenciais: patins, macacão, visor e capacete. Os patins são cruciais, com lâminas maiores do que as utilizadas no hóquei e na patinação artística, permitindo alcançar velocidades mais elevadas.
Além disso, os patinadores usam macacões feitos sob medida, térmicos, à prova d’água e aerodinâmicos, a fim de minimizar o atrito. Também utilizam visores que protegem os olhos dos atletas do vento e de partículas de gelo da pista. E, por fim, o capacete é obrigatório, especialmente na pista curta, onde há mais contato entre os atletas, o que aumenta o risco de colisões.
Provas
O ringue de patinação de velocidade é oval e possui 400 metros de extensão, equivalente às medidas de uma pista de atletismo. Dessa forma, as provas incluem distâncias como 500m, 1.000m, 1.500m, 3.000m (apenas para mulheres), 5.000m, 10.000m (apenas para homens), saída em massa e perseguição por equipes.
Nos eventos individuais, os atletas trocam de raias a cada volta para equilibrar a distância final. Dessa maneira, todas as provas são disputadas uma única vez. São 32 atletas disputando rounds eliminatórios até a fase de medalhas. Enquanto na saída em massa, 12 atletas competem em cada semifinal, com 16 na final.
Os patinadores completam 16 voltas, acumulando pontos nas quartas, oitavas e décimas segundas voltas, além da chegada. Os três primeiros na linha de chegada ganham medalhas, enquanto a pontuação nas voltas é a base para classificar os demais competidores.
As provas de perseguição contam com oito equipes com três atletas cada. Assim, os homens patinam oito voltas, enquanto as mulheres fazem seis. As equipes adversárias partem de lados opostos do circuito simultaneamente, e os patinadores se revezam na liderança de seus respectivos grupos para enfrentar a resistência do ar. Desse modo, o cronômetro é parado quando o último atleta cruza a linha de chegada.
Devido ao contato físico entre os competidores, os atletas de pista curta usam macacões revestidos, além de capacetes e proteções adicionais para pescoço, canela e dedos, já que as mãos tocam o gelo para equilibrar nas curvas rápidas.
Qual é a história da patinação de velocidade?
A prática da patinação de velocidade é uma das mais antigas do mundo, tendo surgido como uma técnica de sobrevivência em um primeiro momento. Na Antiguidade, humanos fabricavam sapatos especiais com ossos de animais para atravessar lagos e rios congelados na Holanda, Escandinávia e outros países do norte da Europa.
Então, os holandeses começaram a utilizar os canais para manter a comunicação, patinando de aldeia em aldeia, já no século XIII. A patinação se espalhou até a Inglaterra, onde os primeiros clubes de patinação começaram a se formar. Inclusive, dentre os primeiros apaixonados pela patinação estão vários membros famosos da monarquia inglesa, como Napoleão III e o escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe.
Os primeiros eventos oficiais da modalidade aconteceram em 1863, em Oslo, na Noruega. Assim, a União Internacional de Patinação (ISU) nasceu em 1891 e, oito anos depois, os Países Baixos sediaram o primeiro Campeonato Mundial, que reuniu equipes locais, além de atletas russos, americanos e ingleses. Esta é a competição internacional de patinação mais antiga de que se tem registro.
História da patinação de velocidade nas Olímpiadas de Inverno
A patinação de velocidade fez sua estreia nos Jogos Olímpicos de Inverno de 1924, em Chamonix, na França. Inicialmente, apenas os homens podiam participar.
As mulheres ganharam autorização para competir na modalidade apenas como um esporte de demonstração nas Olimpíadas de 1932 em Lake Placid, Nova Iorque. Assim, somente nos Jogos de 1960, em Squaw Valley, Califórnia, a patinação de velocidade feminina ganhou inclusão oficial no programa olímpico.
Dessa forma, as competições de patinação de velocidade normalmente seguem o sistema europeu, onde dois patinadores competem entre si. Para ganhar o máximo de terreno possível com cada passada, os patinadores se agacham de modo que seus estômagos e coxas estejam quase se tocando. Além disso, trajes especiais, justos ao corpo, também ajudam a reduzir a resistência do ar.
Nos Jogos Olímpicos de 1932, os estadunidenses organizaram eventos de estilo americano com largadas em massa. Dessa forma, essa escolha levou a um boicote de muitos competidores europeus.
O resultado agradou aos americanos, que conquistaram quatro medalhas de ouro. Dessa maneira, esse formato de competição foi o precursor da patinação de velocidade em pista curta, que entrou para o programa olímpico em Albertville, em 1992. E a largada coletiva entrou para os Jogos Olímpicos de Pyeongchang em 2018, na Coreia do Sul.
Na história, a maior façanha individual de patinação de velocidade nos Jogos Olímpicos de Inverno foi realizada por Eric Heiden, quando ele ganhou medalhas de ouro em todos os cinco eventos de patinação de velocidade nas Olimpíadas de Inverno de 1980 de Lake Placid.
Brasil nos Jogos Olímpicos de Inverno
No contexto olímpico, os primeiros passos do Brasil na patinação de velocidade foram dados na modalidade de pista curta por Felipe de Souza. Entre 2004 e 2007, ele competiu em vários torneios, incluindo etapas da Copa do Mundo e do Campeonato Mundial. Já em 2009, Felipe também se tornou o primeiro brasileiro a participar de uma prova em pista longa.
Em 2024, o Brasil foi representado pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de Inverno, na edição juvenil em Gangwon, Coreia do Sul, por Lucas Koo. O atleta alcançou dois resultados no Top 10, ficando em nono lugar nos 1.000m e em décimo lugar na competição de 500m.