A natação paralímpica é uma modalidade adaptada para atletas com deficiência físico-motora, visual ou intelectual. Desse modo, as competições seguem regras semelhantes às da natação convencional, mas com ajustes para acomodar as necessidades específicas dos competidores. Conheça as regras da natação paralímpica, esporte que integra as Paralimpíadas.
Quais são as principais regras da natação paralímpica?
As competições na natação paralímpica podem ser realizadas individualmente ou por meio de revezamentos, com divisão entre categorias masculina e feminina. Sendo assim, os eventos seguem os quatro estilos oficiais da natação: peito, costas, livre e borboleta.
Embora as regras sejam semelhantes às da natação convencional, existem adaptações para garantir uma competição justa entre atletas com diferentes tipos de deficiência. Quanto às distâncias, as provas incluem:
- Nado livre: 50, 100, 200 e 400 metros;
- Borboleta: 50 e 100 metros;
- Peito: 50 e 100 metros;
- Costas: 50 e 100 metros;
- Nado medley: 150 e 200 metros;
- Além dos eventos de revezamento.
Quais são as adaptações existentes?
As adaptações para atender às necessidades de cada tipo de deficiência se concentram nas largadas, viradas e chegadas. Desse modo, atletas com deficiência visual podem ter o auxílio de um “tapper” para indicar os momentos de virada e de chegada.
O “tapper” é a pessoa responsável por utilizar um bastão com ponta de espuma para alertar o atleta sobre o momento de aproximação da parede da piscina. Dessa forma, os óculos dos atletas são opacos, garantindo a igualdade de condições na competição.
As regras da natação paralímpica exigem algumas adaptações, especialmente para atletas com problemas de equilíbrio. Assim sendo, o nadador pode optar por ter uma pessoa auxiliando-o na plataforma para manter o equilíbrio.
Outro ajuste importante é a permissão para as classes S1, S2 e S3 de permanecer com o(s) pé(s) encostado(s) na parede até o início da prova. No entanto, é proibido que o nadador tome qualquer impulso, pois isso é considerado uma falsa largada.
Durante as competições, os árbitros monitoram rigorosamente o cumprimento dos estilos de natação, o número de voltas e a execução correta das viradas. Qualquer irregularidade pode resultar na desclassificação do atleta.
Os atletas com amputações têm permissão para usar próteses em várias modalidades das Paralimpíadas. Contudo, os paratletas são proibidos de usar próteses na natação paralímpica. Assim, os competidores só podem utilizar seus corpos ao entrar na piscina.
Como funciona a classificação na natação paralímpica?
Nas regras da natação paralímpica, a classificação esportiva na natação segue um sistema composto por letra e número, onde a letra indica o estilo de nado (livre, costas ou borboleta), e o número representa o grau de comprometimento e/ou funcionalidade do atleta:
- Letra: S (Swimming, natação em inglês)
- Número: 1 a 10 são atribuídos aos atletas com limitações físico-motoras, 11 a 13 aos atletas com deficiência visual e 14 aos atletas com deficiência intelectual.
- S + número da classe do atleta: nado livre, costas e borboleta;
- SB + número da classe do atleta: nado peito;
- SM + número da classe do atleta: nado medley.
Como a natação surgiu nos Jogos Paralímpicos?
A natação faz parte do programa paralímpico desde a sua primeira edição, nos Jogos de Roma em 1960. Em um primeiro momento, apenas atletas com lesões medulares podiam entrar na competição.
Contudo, com o passar dos anos, as oportunidades se expandiram para incluir competidores com deficiências físico-motoras, visuais e intelectuais. O Brasil conquistou as primeiras medalhas em Stoke Mandeville em 1984. Na ocasião, o país trouxe para casa uma medalha de ouro e quatro de prata.
A nadadora norte-americana Trischa Zorn-Hudson é a atleta mais bem-sucedida na história dos Jogos Paralímpicos, conquistando 55 medalhas, sendo 41 delas de ouro, ao longo de sete Paralimpíadas.
Brasil nas Paraolimpíadas de natação
No Brasil, a gestão da natação paralímpica está a cargo do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), enquanto internacionalmente é supervisionada pela World Para Swimming (WPS), uma instituição que é braço do Comitê Paralímpico Internacional (IPC).
A natação representa a segunda modalidade na qual o Brasil mais acumulou medalhas na história dos Jogos Paralímpicos, totalizando 125 pódios, ficando atrás apenas do atletismo. Destaque para o nadador Daniel Dias, o maior medalhista paralímpico brasileiro, conquistando 26 medalhas até a edição de Tóquio 2020, o que o consagra como o maior nadador paralímpico masculino de todos os tempos.
Durante os Jogos Paralímpicos de Atenas em 2004, o Brasil ganhou sete medalhas de ouro, sendo seis conquistadas por Clodoaldo Silva, além de três de prata e uma de bronze. Nos anos subsequentes, as vitórias continuaram a se acumular: nos Jogos do Rio 2016, Dias brilhou ao conquistar nove medalhas em casa, incluindo quatro de ouro.
Em Londres, o atleta adicionou mais seis ouros à sua coleção. Ao todo, o Brasil acumula 83 medalhas em Jogos Paralímpicos na natação, com 28 de ouro, 27 de prata e 28 de bronze. A natação é a segunda modalidade que mais contribuiu com medalhas para o Brasil nos Jogos, ficando atrás apenas do atletismo, que acumula 109 medalhas.