Você, amante de futebol, liste rapidamente três jogadores que romperam o ligamento cruzado anterior (LCA). Nem é preciso pensar muito, não é mesmo? Nos últimos anos, essa tem se tornado uma das lesões mais comuns, e não apenas em jogadores de futebol, mas em atletas dos mais variados esportes.
Essa é uma lesão grave e já determinou o fim precoce da carreira de muitos aspirantes a jogadores profissionais. Somente entre as temporadas de 2023 e 2024, cerca de 30 jogadores se afastaram dos campos devido a este tipo de lesão. A seguir, relembre alguns deles.
Jogadores que romperam o ligamento cruzado anterior nas últimas temporadas
Felipe Jonatan, do Santos
Em abril de 2023, o lateral-esquerdo do Santos sofreu uma entorse em um jogo da Sul-Americana contra o Audax. Como resultado, ele rompeu o LCA. Ele ficou fora dos jogos pelo resto da temporada. Após se recuperar, Jonatan foi contratado pelo Fortaleza.
Ferraresi, do São Paulo
No comecinho de 2023, o São Paulo viu o zagueiro Ferraresi cair devido a um rompimento do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo. O jogador ficou fora por oito meses, se dedicando à recuperação, mas retornou em outubro do mesmo ano.
Dudu, do Palmeiras
A temporada 2023 começou especialmente ruim para o Palmeiras, e a lesão do LCA de Dudu deixou tudo ainda mais complicado. O jogador, que era destaque no alviverde, precisou se afastar por um longo tempo. Foi difícil para Abel Ferreira encontrar um novo esquema tático com os jogadores que tinha à disposição, mas ele conseguiu e o Palmeiras se consagrou campeão.
Paulinho Paula, Jair e David, do Vasco
O departamento médico do Vasco trabalhou bastante no tratamento das lesões de LCA dos três jogadores acima. O meia, o volante e o atacante desfalcaram o time em 2024, que precisou dar um jeito de manter os resultados nos torneios estadual e nacionais e ficar longe das zonas de rebaixamento.
Ivan, do Internacional
Quem acha que os únicos jogadores que romperam o ligamento cruzado anterior foram os atacantes ou meias está enganado. Afinal, Ivan era goleiro do Internacional quando se lesionou, sendo afastado dos jogos em 2024.
Lesões do LCA assombraram futebol europeu também
A lista de jogadores brasileiros que sofreram uma ruptura no ligamento cruzado anterior nas últimas temporadas conta com muitos nomes mais. Pedro e Matías Viña, do Flamengo; Lelê, do Fluminense; Cadu e Rubens, do Atlético-MG; Caíque e Daniel Peixoto, do Juventude; Juan Dinenno, do Cruzeiro, são apenas alguns de uma extensa lista.
No entanto, esse não é um drama restrito ao futebol do Brasil. Na Europa, outros ídolos também sofreram com isso. Um dos casos mais recentes é o de Marc Bernal, atacante do Barcelona. Mostrando que lesão no LCA não tem idade, o jovem de apenas 17 anos rompeu o seu na terceira rodada do Campeonato Espanhol, apenas seu terceiro jogo como jogador da equipe principal. Agora, ele está afastado até o final da temporada.
Mas um dos clubes que mais sofre com o problema na temporada 2024/25 é o Atalanta, da Itália. Gianluca Scamacca e Giorgio Scalvini estão fora por tempo indeterminado tratando da lesão. E também tem brasileiro afastado da Série A italiana devido à ruptura do LCA: Gleison Bremer, que atua como zagueiro na Juventus.
O que é a ruptura do ligamento cruzado?
Em outubro de 2023, os torcedores brasileiros ficaram apreensivos após Neymar deixar o campo lesionado na derrota por dois a zero da seleção brasileira para o Uruguai. Em seguida, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) confirmou o que ninguém queria: o atacante havia rompido o ligamento cruzado.
Como o nome sugere, o LCA é um ligamento que fica na parte de trás do joelho, partindo da frente da tíbia — o osso da canela — até a base do fêmur, o osso da coxa. Trata-se de um ligamento fibroso curto, mas de grande importância. Isso porque, quando lesionado, ele pode deixar o paciente com dificuldades na movimentação do joelho.
Por sua vez, isso pode gerar instabilidade, principalmente corridas com mudanças bruscas de direção. Além disso, uma ruptura no LCA também aumenta a propensão de estruturas próximas, como o menisco, serem lesionadas.
Existem três níveis de ruptura do ligamento cruzado anterior. No grau 1, há apenas uma espécie de estiramento, mas sem grande comprometimento da estabilidade do joelho. Apesar de bastante dolorida, a lesão não requer cirurgia.
Já a lesão no LCA de grau 2 implica um estiramento completo, com leve ruptura. Ou seja, algumas fibras ficaram intactas, enquanto outras foram lesionadas. A depender do nível de ruptura, o tratamento pode ser cirúrgico ou não. Por fim, o nível três é quando o ligamento se rompe por completo. Com isso, a articulação do joelho fica instável, como se estivesse solta, e uma cirurgia de reparação é necessária.
E a lesão do Ronaldo?
Quando Neymar entrou para a lista dos jogadores que romperam o ligamento cruzado anterior, muitos lembraram da lesão que Ronaldo sofreu no ano 2000. A cena do jogador caindo no chão com uma intensa expressão de dor ficou gravada na memória dos torcedores. No entanto, naquela ocasião, o problema de Ronaldo era mais severo.
Enquanto Neymar rompeu “apenas” o LCA, Ronaldo rompeu o tendão patelar — por isso o público viu o deslocamento da patela, aquela “bolinha” que tem no joelho, do jogador —, além de romper os ligamentos do joelho direito. Para muitos, o diagnóstico parecia o sinônimo de uma aposentadoria precoce, mas Ronaldo não apenas se recuperou como se tornou o Fenômeno reconhecido e admirado no mundo do futebol.
