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Descubra quem foram os pilotos brasileiros na história da Fórmula 1

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A Fórmula 1 no Brasil é uma modalidade que vem tentando se reerguer ao longo desses últimos anos. Vários jovens passaram a nutrir o interesse em assistir corridas e, atualmente, é difícil encontrar na rua alguém de 20 anos que não tenha ouvido falar em nomes como Lewis Hamilton ou Max Verstappen. Todavia, fato é que, para que ela possa voltar à tona de vez, seria muito importante a presença de um piloto brasileiro na F1 após tanto tempo.

Será que isso acontecerá tão cedo? Ainda é difícil saber. Todavia, durante esse intervalo, aproveite e veja o texto a seguir para descobrir um pouco da história do esporte no país desde que ele foi criado, além de apreciar os antigos corredores do Brasil que já passaram na maior categoria do automobilismo.

A Fórmula 1 no Brasil

Antes de tudo, é preciso entender o motivo que tornou a F1 tão querida em todo o território. Afinal, vale lembrar que, em décadas passadas, ela era uma grande febre, até mais do que hoje.

O motivo, embora pareça mais complexo, pode-se resumir ao sucesso de pilotos brasileiros na época. Não à toa, no início dos anos 60, o noticiário que se fazia do evento nem era tão grande assim. Afinal, de certa forma, a Fórmula 1 era uma modalidade que apenas países com maior desenvolvimento automobilístico acabavam por se dar bem.

Segundo o jornalista Reginaldo Leme, um pioneiro na cobertura da categoria, em entrevista ao site UOL: “A gente estava engatinhando nas duas ou três marcas que tinham vindo instalar fábricas. Se falamos que o Brasil é terceiro mundo hoje, na época era quinto, sexto, comparado com o resto da F1. Eu ia entrevistar pilotos como o Jackie Ickx, e ele falava comigo com um tom de desprezo”.

A partir daí, com nomes como Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna, o cenário mudou. Inclusive, em 1980, a Rede Globo teve um papel importante, já que pagou uma imensa quantia de dinheiro a uma das figuras mais emblemáticas do esporte: Bernie Ecclestone, para adquirir os direitos de transmissão do evento.

Verdade seja dita que a Bandeirantes, anteriormente, já o transmitia. No entanto, não há dúvidas que as narrações de Galvão Bueno na emissora carioca são bem mais emblemáticas.

O GP do Brasil

E quanto ao circuito brasileiro? Ele também tem certa responsabilidade por atrair uma boa quantidade de fãs. Criado em 1972, passou a fazer parte do calendário da Fórmula 1 a partir do ano seguinte e até 2023 esteve em 99% dos anos, exceção feita a 2020 por conta da pandemia.

O Grand Prix é realizado no Autódromo José Carlos Pace, em São Paulo e é sempre um dos maiores eventos da categoria, com muitos o colocando no mesmo patamar de importância de corridas tradicionais como a de Spa Francorchamps, Monza, Mônaco e Silverstone. Inclusive, em várias edições do campeonato, a última corrida era realizada aqui. O que proporcionou provas históricas, como as de 2007, 2008 e 2012.

No entanto, vale destacar que, ironicamente, nenhum dos pilotos brasileiros da F1 é o maior vencedor do GP. Esse título pertence aos seguintes nomes:

  • Alain Prost: 6 vitórias (1982, 1984, 1985, 1987, 1988 e 1990);
  • Michael Schumacher: 4 vitórias (1994, 1995, 2000 e 2002);
  • Carlos Reutemann: 3 vitórias (1977, 1978 e 1981);
  • Sebastian Vettel: 3 vitórias (2010, 2013 e 2017).

Os principais pilotos da F1 do Brasil

Agora que você viu mais sobre o trajeto da modalidade por aqui, é hora de descobrir quais foram os nomes do nosso país que passaram por ela. Em primeiro lugar, vamos dar destaque aos que foram mais bem-sucedidos:

Ayrton Senna

Nesse ponto da história, Senna é quase unanimemente o maior piloto brasileiro da F1 de todos os tempos. O paulista que nasceu em 1960 foi o principal motivo de muitos acompanharem a categoria e, até os dias de hoje, pode-se dizer que nenhum outro atleta nacional, de qualquer esporte, causou tanta comoção quanto ele.

Desde que chegou à Fórmula 1, com a Toleman, em 1998, já causou um enorme estrago e terminou o mundial na nona colocação, um resultado bem surpreendente, afinal, a construtora estava longe de ser uma das melhores do torneio. Para se ter uma ideia, o companheiro de Senna naquele período, o sueco Stefan Johansson, terminou em 16º.

A partir daí, no ano seguinte, Senna foi para a Lotus e passou a correr no pelotão de frente da modalidade. Aliás, o pior resultado que conseguiria na tabela geral seria um quarto lugar, em três ocasiões diferentes. Somado a isso, teve os seguintes feitos:

  • Três títulos mundiais (1988, 1990 e 1991);
  • 41 vitórias;
  • 65 poles;
  • 80 pódios.

Dessa forma, mesmo com sua morte em 1994, muitos ainda consideram-no um dos “GOATs” do esporte, ao lado de nomes como Schumacher e Hamilton.

Nelson Piquet

Outro nome que chamou bastante atenção enquanto estava na ativa era o de Nelson Piquet. Carioca, nascido em 1962, certamente seria o grande nome do Brasil em um mundo que Senna não existisse. Inclusive, por ambos competirem quase que na mesma época, houve uma certa rivalidade entre os dois durante um bom tempo.

E embora Ayrton fosse o centro dos holofotes, a carreira de Nelson também era excepcional. Seu início foi em 1978, quando passou por três equipes BS Fabrications, Team Tissot Ensign e Parmalat Racing Team. Nessa temporada, teve corridas bem discretas, terminando na 13ª colocação ao final do campeonato.

Todavia, a partir de 1989, ainda com a Parmalat (Brabham), se tornaria um piloto de elite e competiria pelo grande troféu em quase todos os anos. Os seus números na carreira são esses:

  • Três títulos mundiais (1981, 1983 e 187);
  • 23 vitórias;
  • 24 poles;
  • 60 pódios.

Emerson Fittipaldi

Mais um que precisa entrar na lista é Emerson Fittipaldi. Emerson também é paulista e nasceu em 1946, sendo um dos primeiros pilotos brasileiros da F1 na história. Inclusive, na época que iniciou na categoria, ela ainda nem era tão reconhecida nacionalmente, e o próprio Fittipaldi foi um dos grandes responsáveis por alterar o cenário.

O seu começo como piloto foi em 1970, pela Lotus. Na ocasião, fez uma bela campanha e terminou o campeonato mundial na décima colocação, além de conquistar uma vitória. No entanto, seu status ia mudar de vez a partir de 1972, quando, ainda com a construtora britânica, ganhou o seu primeiro campeonato mundial.

Durante período que competiu, até 1980, esses foram alguns de seus principais dados:

  • Dois títulos mundiais (1972 e 1974);
  • 14 vitórias;
  • 6 poles;
  • 35 pódios.

Rubens Barrichello

Chegando no século 21, começamos os anos 2000 com um dos pilotos mais subestimados do país: Rubens Barrichello. Nascido em São Paulo, em 1972, “Rubinho”, como é apelidado, por muito tempo foi rotulado apenas como o segundo piloto de Michael Schumacher. Enquanto ambos estavam na Ferrari, o alemão ganhou inúmeros títulos mundiais e Barrichello saía de mãos vazias.

No entanto, fato é que isso comprova apenas o quão fora da curva foi Schumacher, que até hoje é o maior campeão do esporte. Afinal, a carreira do paulista, que é uma das mais longevas, com 19 anos de grid, teve momentos excepcionais. Não à toa, ele foi duas vezes vice-campeão da categoria, em 2002 e 2004, e ainda conseguiu um terceiro lugar em 2011.

Além disso, contou com os seguintes números:

  • 11 vitórias;
  • 14 poles;
  • 68 pódios.

Felipe Massa

Por fim, temos o nome que mais chegou perto de ganhar um título para o Brasil depois de Senna: Felipe Massa. Massa é outro nascido em São Paulo, em 1981, e, assim como Rubinho, foi bastante subestimado pelos próprios brasileiros durante muito tempo.

O corredor iniciou sua trajetória na Ferrari, no ano de 2002, e se aposentou na Williams após 2017. Nesse intervalo, a grande temporada que teve foi a de 2008, quando perdeu o campeonato para o britânico Lewis Hamilton por um ponto e participou de uma das disputas de troféu mais intensas em toda a história. Inclusive, vale destacar que Massa foi à justiça recentemente para tentar recuperar esse prêmio por conta de polêmicas que envolvem o GP de Singapura daquele torneio.

Fato é que, sendo campeão ou não, Felipe já marcou seu nome na história, e as estatísticas estão aí para provar:

  • 11 vitórias:
  • 16 poles;
  • 41 pódios.

Outros pilotos brasileiros da F1

Além dos cinco acima, outros 27 corredores do país já estiveram em grid da Fórmula 1. São eles:

  • Chico Landi (1951-1956);
  • Gino Bianco (1952);
  • Nano da Silva Ramos (1955-1956);
  • Fritz D’Orey (1958-1959);
  • José Carlos Pace (1972-1977);
  • Wilson Fittipaldi Jr (1972-1975);
  • Luiz Pereira Bueno (1973);
  • Ingo Hoffmann (1976-1977);
  • Alex Dias Ribeiro (1976-1977);
  • Chico Serra (1981-1983);
  • Raul Boesel (1982-1983);
  • Roberto Pupo Moreno (1987-1995);
  • Maurício Gugelmin (1988-1992);
  • Christian Fittipaldi (1992-1994);
  • Pedro Paulo Diniz (1995-2001);
  • Ricardo Rosset (1996-1999);
  • Tarso Marques (1996-1997, 2001);
  • Ricardo Zonta (1999-2005);
  • Luciano Burti (2000-2001);
  • Enrique Bernoldi (2001-2002);
  • Cristiano da Matta (2003-2004);
  • Antônio Pizzonia (2003-2005);
  • Nelson Piquet Jr (2008-2009);
  • Bruno Senna (2010-2012);
  • Lucas di Grassi (2010);
  • Felipe Nasr (2015-2016);
  • Pietro Fittipaldi (2020 – por 2 corridas).

Possíveis pilotos da F1 do Brasil nos próximos anos

E, afinal, quais são os nomes nacionais que podemos ver como possíveis pilotos na modalidade? Atualmente, temos alguns candidatos:

  • Gabriel Bortoleto: campeão da Fórmula 3 em 2023 e líder da Fórmula 2 em 2024;
  • Felipe Drugovich: campeão da Fórmula 2 em 2022 e piloto de testes da Aston Martin;
  • Pietro Fittipaldi: piloto de testes da Haas.